Papa Francisco, os jovens e o agora de Deus
É engraçado, porque sempre a Igreja se preocupa de alguma forma com a juventude e acaba lhe conferindo títulos, nomes.
João Paulo II chamou os jovens de “Sentinelas da manhã”, aqueles que anunciam a chegada do Sol que é o próprio Cristo ressuscitado. Bento XVI, por sua vez, os designou como “presente jovem da Igreja”.
Agora, a partir da Exortação Apostólica “Christus Vivit”, escrita no contexto do sínodo dos bispos sobre a juventude, o Papa Francisco chama os jovens de “agora de Deus“.
O que isso significa?
Diante de um mundo pautado no avanço tecnológico, nos perdemos tantas vezes diante das novidades, do celular, dos tablets, do computador, dos influencers que aparecem em nossas timelines e canais no YouTube, formando nossa própria ilha, onde o que conta é nosso tempo, o nosso prazer.
A tecnologia não é ruim, pelo contrário. Aliada a uma vida reta e regulada, ela nos aproxima das pessoas que estão distantes, nos ajuda até mesmo a rezar. Mas não é isso que tem acontecido. Nos perdemos em nós mesmos e não vivemos o que temos hoje para viver.
A jovem Santa Teresinha do Menino Jesus, diante do mistério da vida, entendeu e proclamou que “a vida é um brevíssimo segundo”. E nós sabemos o quanto “um segundo” passa ligeiro, não é?
Ser o AGORA de Deus é usar do “Chronos” (o nosso tempo, o tempo do relógio e do calendário) para que seja instalado aqui e agora o “Kairós” (o tempo da graça de Deus) e ninguém melhor que os jovens para, com toda a vitalidade, viverem as novidades de Deus, os Seus sonhos e projetos sendo, aqui e agora, agentes de uma transformação pela qual até mesmo a Criação espera ansiosa.CONGRESSO JOVEM 2019 “VÓS SOIS O AGORA DE DEUS”. FAÇA SUA INSCRIÇÃO
Christus Vivit
“Recordo-te a boa notícia que nos deu a manhã da Ressurreição, ou seja, que, em todas as situações escuras ou dolorosas mencionadas, há uma via de saída.
Por exemplo, é verdade que o mundo digital pode expor-te ao risco de te fechares em ti mesmo, de isolamento ou do prazer vazio. Mas não esqueças a existência de jovens que, também nestas áreas, são criativos e às vezes geniais.
É o caso do jovem Venerável Carlos Acutis (…), ele não caiu na armadilha. Via que muitos jovens, embora parecendo diferentes, na verdade acabam por ser iguais aos outros, correndo atrás do que os poderosos lhes impõem através dos mecanismos de consumo e aturdimento.
Assim, não deixam brotar os dons que o Senhor lhes deu, não colocam à disposição deste mundo as capacidades tão pessoais e únicas que Deus semeou em cada um. Na verdade, «todos nascem – dizia Carlos – como originais, mas muitos morrem como fotocópias». Não deixes que isto te aconteça!” (Papa Francisco, p. 104; 106).
Dar a vida pelo Reino
Carlo Acustis é um jovem do nosso tempo. Morreu já em nosso século, dando sentido à sua vida, ao seu sofrimento, oferecendo a sua enfermidade pela salvação das almas e pela vida do Papa (Bento XVI, à época).
Recentemente houve o alarde de que o corpo do jovem venerável estava intacto, incorrupto.
Independente da veracidade dessa informação, manteve-se intacto o desejo de agradar ao Coração de Deus, fazendo dele um jovem além do seu tempo, que via na Eucaristia uma rodovia para levá-lo diretamente ao céu, aproveitando de cada instante com o Cristo Eucarístico, dando-lhe a oportunidade de atuar por meio dele, de seus dons com a internet.
Até hoje o site criado por Carlo sobre os milagres eucarísticos, pelos quais tinha profunda devoção, é acessado diariamente por muita gente (www.miracolieucaristici.org).
Agora
VIVER e SER o agora de Deus é eternizar a presença de Deus na vida de quem passa por nós.
É ir além do que esse mundo oferece, acreditando sempre que, essa é uma vida passageira que deve ser usada como trampolim para uma eternidade que nos espera.
Jesus, jovem como nós, amou, perdoou, alimentou o povo, se preocupou, se relacionou, teve amigos e família, tinha uma vida de oração e partilha, sabia qual era a sua missão e a viveu até o fim.
Nós também – na maioria – sabemos o que Deus quer de nós. Mesmo que não seja uma vocação específica, sabemos que Ele quer nos usar para transformar realidades e isso só vai acontecer quando entendermos, como diz o Papa Francisco, que “precisas de reconhecer uma coisa fundamental: ser jovem não significa apenas procurar prazeres transitórios e sucessos superficiais.
Para a juventude desempenhar a finalidade que lhe cabe no curso da vida, deve ser um tempo de doação generosa, de oferta sincera, de sacrifícios que custam, mas tornam-nos fecundos” (p. 108).
Somos o AGORA de Deus!
Deus abençoe!
Robson Landim, jornalista e colaborador da Aliança
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