Natividade de São João Batista
No mês de Junho celebramos a natividade de São João Batista, é daí que vem a famosa tradição do São João!
A festa junina mais famosa do Brasil é em homenagem a esse grande santo, considerado o último dos profetas, aquele que foi o precursor de Nosso Senhor e anunciou a sua chegada, pregando um batismo de conversão ao povo de Israel.
São João Batista é o primo de Jesus e é uma das 3 pessoas que a Igreja Católica comemora a Natividade, em geral, comemoramos o dia da morte dos santos, mas no caso de São João Batista, celebramos tanto sua Natividade quanto sua Morte, mas por quê?
Antes de tudo, é importante dizer quais as 3 natividades que celebramos na Igreja Católica. São elas:
Dia 8 de Setembro celebramos a Natividade de Nossa Senhora;
No dia 25 de Dezembro celebramos o Natal (Natividade) de Nosso Senhor Jesus Cristo;
“E, finalmente, o nascimento de São João Batista, que, embora não tenha sido imaculado como o foi Nossa Senhora, teve, porém, o coração purificado já no ventre de Santa Isabel, logo após a saudação de Maria”, como lembra o Pe. Paulo Ricardo em seu site. “Apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo” (Lc 1, 41).
A partir daí, sua missão se torna cada dia mais evidente. Ele foi um grande personagem na história da redenção, o profeta que anuncia a chegada do Messias.
“Mas, enfim, que fostes ver? Um profeta? Sim, digo-vos, e mais do que profeta. Este é aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu mensageiro ante a tua face; ele preparará o teu caminho diante de ti (Ml 3,1). Pois vos digo: entre os nascidos de mulher não há maior que João. Entretanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele” (Lc 7, 25-28).
Um grande profeta
As circunstâncias do nascimento de João, o batista, foram extraordinárias. O evangelho de são Lucas marca com precisão os fatos e as datas e nos faz aprofundar ainda mais o mistério da Encarnação de Jesus.
Como havíamos relatado em um artigo anterior escrito pelo padre José Eduardo, Jesus nasceu exatamente seis meses depois do seu primo João. Este veio ao mundo no dia mais longo do ano no hemisfério Norte.
“O fato de o nascimento de João ser comemorado quando os dias começam a diminuir e o do Senhor quando os dias começam a aumentar tem um significado simbólico” (São Beda).
De fato, o prólogo do quarto evangelho fala: “Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz” (Jo 1, 6-8).
O luz do mundo a luz dos homens
Ele nasceu no ápice do brilho do sol, depois deste marco, os dias começam diminuir até chegar na noite mais longa do ano que culmina no dia 24 de dezembro.
Curiosamente, vejamos o que diz o mesmo prólogo:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”.
Cristo nasceu na noite mais escura para dizer que ele é a verdadeira Luz. Ainda São Beda explica:
“É normal, pois, que a luz dos dias comece a diminuir a partir do nascimento de João, dado que a sua reputação de divindade havia de desaparecer, assim como o seu batismo. E também é normal que a luz dos dias recomece a aumentar a partir do nascimento do Senhor, pois Ele veio à Terra trazer aos pagãos as luzes de um conhecimento que, até então, só os judeus possuíam em parte, e difundir por todo o mundo o fogo do seu amor”.
Deixar Jesus crescer
A Igreja dedica a São João duas datas em sua memória, assim como a grandes santos (Pedro, Paulo, Maria): a primeira, que celebramos hoje, recorda o seu nascimento, a outra nos recorda o seu martírio.
A maior parte de sua vida foi no escondimento do deserto, fortalecendo seu espírito para a grande missão que Deus lhe havia confiado. Missão esta que é bem descrita por Orígenes:
“Em seguida, a Escritura diz que ele converterá numerosos filhos de Israel ao Senhor seu Deus. João converteu a vários, o Senhor, porém, não vários, mas todos. Esta é a obra d’Ele: a todos converter ao Deus Pai.
E ele andará a frente do Cristo, no espírito e na virtude de Elias. Não diz: na alma de Elias, mas no espírito e virtude de Elias”.
(…) O Espírito, portanto, que existira em Elias, veio sobre João, e o poder, que naquele habitava, neste também apareceu. Aquele foi transportado ao céu, mas este foi o precursor do Senhor e morreu antes deste, para que, descendo aos infernos, anunciasse seu advento.
Que a vida de João Batista possa nos ensinar a sermos dóceis à vontade do Pai em meio às trevas do mundo que precisa hoje, como ontem, da Luz de Cristo em sua vida.
São João Batista, rogai por nós!
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