A Palavra é Espírito e Vida – Palavra do Mês de Setembro

Mulher com a mão no coração

As palavras que eu vos disse são espírito e são vida.” (Jo 6,63)

Já chegou a hora de acordar

Na vida de Santo Agostinho lemos, no relato de sua conversão, a experiência impactante com a Palavra de Deus que o alcançou libertando-o, convertendo a sua vida, transformando o seu coração!

Ele estava num jardim, em Milão, na Itália, numa violenta luta interior entre o desejo desordenado da carne e o apelo do Espírito que o chamava a entregar sua vida para o Senhor Jesus. De repente, escutou uma voz: “Toma e lê”. Assim abriu a Escritura no capítulo treze da Carta aos Romanos e leu:

Já chegou a hora de acordar, pois nossa salvação está mais próxima agora do que quando abraçamos a fé. A noite avançou e o dia se aproxima. Portanto, deixemos as obras das trevas e vistamos a armadura da luz. Como de dia, andemos decentemente; não em orgias e bebedeiras, nem em devassidão e libertinagem, nem em rixas e ciúmes. Mas vesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis satisfazer os desejos da carne” (Rm 13,11-14).

Naquele primeiro Pentecostes que transformou a história. Agostinho nunca mais foi o mesmo.

As palavras que eu vos disse são espírito e são vida.” (Jo 6,63)

Queria destacar três consequências deste Pentecostes da Palavra, Espírito e vida.

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  1. A Palavra converte, transfigura e renova

O encontro com a Palavra é o encontro com o próprio Cristo que hoje, como no começo do Evangelho, proclama: “convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15b). Esta conversão é primeiramente uma graça, um dom que recebemos ao acolher a Palavra que salva, que faz novas todas as coisas.

O próprio Pe. Cantalamessa contava de um alcoólatra que um dia escutou casualmente a Palavra do Cântico dos Cânticos que dizia: “a tua ternura é melhor do que o vinho” (Ct 1,2b).

Esta palavra foi tão viva, tão impactante na sua vida que foi imediatamente batizado no Espírito Santo, liberto do vício e transformado numa nova criatura.

De fato, Jesus, Aquele que “dá o Espírito sem medida” (Jo 3,34), está presente na sua Palavra.

  1. A Palavra corrige, educa e aperfeiçoa

Eis porque é maravilhoso poder ter continuamente nas mãos a Palavra do Senhor, como aconselha continuamente o Papa Francisco. É tolice não procurar ler continuamente a Palavra de Deus e, possivelmente, ler todo ano a Bíblia por inteiro… lendo três capítulos por dia (mais ou menos 15 minutos por dia).

Nunca nos esqueçamos que, como dizia São Girolamo, não conhecer a Palavra é ignorar a Cristo. Um homem sábio que deseja crescer sempre, vive a vida “ao ritmo da Palavra de Deus”.

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Pe. Amedeo Cencini, no seu livro “A vida ao ritmo da Palavra”, sugere que comecemos cada dia com a Palavra de Deus; toda semana um momento de revisão e programação à luz da Palavra; todo mês um dia de retiro na escuta da Palavra e todo ano um retiro espiritual de alguns dias com a Palavra de Deus.

  1. A Palavra nos torna família no Senhor, o Povo de Deus

Muitas vezes falamos que não é Aliança de Misericórdia, por exemplo, quem faz uma promessa ou recita uma fórmula de consagração.

É Aliança de Misericórdia quem vive a Palavra constitutiva do nosso carisma: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou pela unção para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4,18-19).

As palavras que eu vos disse são espírito e são vida.” (Jo 6,63)

Assim aconteceu com a minha família. Quando eu era jovem, o Senhor me usou como instrumento para a conversão do meu pai e o que transformou a minha família foi quando ele (após sua conversão), sugeriu de desligarmos, uma vez por semana, a televisão, e “nos ligarmos” na Palavra de Deus.

No sábado, juntos, líamos e meditávamos um trecho da Palavra de Deus. Depois partilhávamos a experiência da mesma Palavra vivida ao longo da semana e orávamos juntos.

As brigas familiares (que antes eram frequentes) deixaram lugar à paz, fruto da comunhão na Palavra; o isolamento (que antes experimentávamos entre nós) deixava lugar à alegria da partilha amistosa e a concórdia nos unia ao redor de Jesus, vivo no meio de nós, como autêntica família.

Esta é a experiência do “Cenáculo” nas casas. O “Cenáculo” é uma experiência de igreja familiar em pequenos grupos que crescem e se multiplicam ao redor da Palavra.

Juntos, com os familiares e amigos, vamos ler, meditar, viver e partilhar a Palavra mensalmente, permitindo que este encontro nos torne “família” de verdade. Será uma explosão de vida, um encontro que nos une, renova, corrige e edifica!

Pe. João Henrique

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