“Vingadores: Ultimato” pode nos ajudar a meditar o mistério do mal

Em meio a tudo isso queremos propor uma reflexão sob a ótica cristã deste grande filme e mesmo que você não esteja familiarizado com a história vai compreender bem.

Uma outra forma de ver

Cena do filme "Vingadores: Guerra Infinita"
Thanos, o vilão, está convencido de que faz o bem.

Você pode estar ou não familiarizado com o último lançamento cinematográfico da Marvel e sabe que é um dos assuntos mais falados do momento.

O filme “Vingadores: Ultimato”, bateu recordes de bilheteria já na primeira semana de lançamento, provocou lágrimas, euforia e até agressões para quem contou o final do filme a quem não havia assistido!

Em meio a tudo isso queremos propor uma reflexão sob a ótica cristã deste grande filme e mesmo que você não esteja familiarizado com a história vai compreender bem.

A história do filme anterior (Vingadores: Guerra Infinita) dá muito mais destaque para o vilão e este último em especial é a conclusão de um arco histórico que começou há 11 anos e a presença deste vilão se revelou definitiva para o surgimento de grandes heróis.

Thanos é um titã que tem ambiosos planos para o universo pensando no seu bem; para ele o problema de tudo está na superpopulação e está convencido que um dia os recu  rsos irão se esgotar. É preciso tomar uma atitude drástica, mas segundo ele necessária: dizimar metade de toda vida existente.

Para conseguir isto ele humilhou os heróis (Vingadores) e até mesmo sacrificou sua própria filha. Ele realmente um cara muito mal.

O que está por trás da maldade?

Você pode até dizer para o vilão que ele é mal e que não é certo fazer tal coisa, mas não vai surtir nenhum efeito sabe por que? Ele está convencido de que faz o bem e é o único que pode resolver o problema.

“Quando eu terminar, metade da humanidade ainda existirá”, diz ele. “Perfeitamente equilibrado, como tudo deveria ser.”

Com esta atitude Thanos irá nos ajudar a meditar um aspecto importante da teologa cristã: o pensamento de Santo Agostinho sobre a natureza do mal.

Santo Agostinho diz que o mal não é algo em si; não existe uma matéria originalmente má.

O ato criador só pertence a Deus, e sendo Ele o Bem Supremo só pode criar coisas boas. Se Ele criasse intencionalmente o mal Ele não seria o Bem Perfeito.

O mal também não foi criado por Satanás pois ele não tem atributo criador, do contrário ele seria um deus. Ele é uma criatura, que saiu das mãos de Deus boa, mas no meio do caminho se corrompeu.

Afinal o que é o mal?

Deu nó no cérebro? Você deve estar se perguntando: “o que é o mal então”?

Para Agostinho, o mal é uma situação de corrupção das virtudes e dons de Deus ou seja, a ausência de um bem.

“O mal não tem uma natureza positiva”, escreve ele em A Cidade de Deus, “a falta do bem recebeu o nome de ‘mal'”.

Comparando com algo físico podemos dizer que a escuridão não existe, é somente com a ausência da luz que ela “existe”. O mal portanto é um vazio a falta de um bem.

História por traz dos vilões

Não é que a intenção dos produtores do filme seja falar de teologia, mas podemos olhar a história dos Vingadores sob esta ótica. Os problemas dos vilãos são complexões e refletem coisas que cotidianamente nos afligem no dia a dia.

Por vezes, eles não têm uma razão positiva ou lhes falta virtudes para agir de maneira boa.

Vejamos outro vilão:

Loki ele é irmão adotivo do deus nórdico Thor. Cheio de inveja de seu irmão e movido pela vaidade de ser adorado, empreende a conquista da Terra. Para isso ele se alia a Thanos que por sua vez usa de Loki para conseguir uma Pedra do Infinito como pagamento pela sua ajuda.

Loki e Thor
Os personagens. Loki (esq.) e Thor.

Por que Loki age desta forma? Porque lhe falta o amor e a aprovação do pai, Odin com quem mantém um relacionamente frio.

Na mitologia nórdiga Loki é o deus da trapassa, do engano. Sua visão distorcida o fez acreditar que o pai (Odin) amava mais a Thor do que a ele.

A situação piora quando descobre que sua verdadeira origem é de um povo inimigo do reino de seu pai. O complexo da ovelha negra esta instaurado.

Toda essa revolta o faz ficar obscurecido de rancor até o ponto de juntar-se a Thanos.

Um espelho do que somos

Loki é um dos vilões mais populares da Marvel porque sua história diz muito de nós, de como por vezes o bem se transforma em mal seja por uma perda, dor ou situações inevitáveis da vida.

Ao modificar o conceito do que é o bem mudamos por completo nossas atitudes: se empreendemos em buscar um amor mais puro e intenso, facilmente ele se tornará luxúria desenfreada; a sede de justiça a qualquer custo, se tornará uma raiva implacável; ao apreciar os dons de Deus no próximo se não for motivado pelo amor este movimento se tornará inveja.

O pecado vai corrompendo o que a princípio nos serviria para admirar a obra divina.

No caso de Thanos, seu desejo era de ajudar um universo ferido e marcado por guerras de poder. Seu impulso aos poucos se transforma em um desejo fixo de destruir metade dele.

Afinal, não somos tão diferentes e nem os super-heróis da Marvel. Todos nós caímos, do Capitão América (o exemplo de moralidade) passando por todos os personagens, cada herói teve sua queda e seus fracassos.

Todavia, aí está o melhor do filme: eles se levantam mais uma vez para lutar. Sem ignorar suas falhas – as reconhecem, se arrependem e voltam melhores.

Quem sabe os super-heróis sejam populares justamente porque nos lembram disso; a superação (com a ajuda da graça) mesmo eelo pecado tentados, porém estamos a procura de melhorar a cada dia. Em vez de sucumbir à corrupção e ao vazio do pecado, tentemos nos encher des virtudes e, com a graça de Deus, seguiremos em frente.

Segundo Fonte de Aleteia/Itália

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