Uma mão extendida aos mais pobres

Distribuição de alimentos na Casa Restaura-me em Manaus-arquivo-aliança.

Mais de mil homens e mulheres já foram retirados das ruas nos últimos meses por essas diferentes comunidades.

Preciso falar com Deus

Quando eu servi o café da manhã para os irmãos de rua, um deles olhou para mim e disse: “Irmão, vocês terão Missa hoje?” Eu respondi: “Por causa da pandemia, não teremos, porque não podemos ter aglomeração de pessoas. Ele disse: “Meu Deus, eu vim de longe, caminhando, apenas para ouvir a Palavra de Deus. Preciso falar com Deus“. E então ele foi tomar café.

[…] Quando fechei, chamei-o para conversar e disse: “Você veio procurar Deus hoje e eu não posso deixá-lo sair daqui vazio. Perguntei-lhe: “Posso rezar por você?” Ele disse: “Claro!”

E me deu um grande sorriso. Disse que estava com muito medo de morrer por causa do covid-19 e começou a chorar. Então rezei por ele e disse-lhe o quanto ele era amado por Deus. No final da oração, ele olhou para mim e disse: “Obrigado! Era disso que eu precisava. Sinto uma grande paz no meu coração”, sorriu e se foi.

Os frutos da caridade

José (nome na foto) é uma das pessoas que vivem nas ruas atendidas diariamente pela Aliança de Misericórdia no Brasil. Além da cidade de São Paulo, a Comunidade está presente em 40 cidades, em sete países, trabalhando com os mais necessitados.

O testemunho de cada um desses sem-teto tem sido uma recompensa gratificante para aqueles que estiveram na linha de frente ajudando os mais vulneráveis neste tempo de pandemia.

À medida que o número de pessoas infectadas pelo covid-19 entre os desabrigados aumentou, a Aliança de Misericórdia intensificou seus serviços de assistência humanitária aos mais pobres. Os membros da Comunidade vão às ruas para levar comida, além dos serviços prestados pelos diversos projetos sociais, onde são servidas 6.000 refeições por semana.

Comunhão entre Carismas

Muitos sem-teto vieram até nós em desespero e medo de serem contaminados. Diante dessa realidade, foi criada uma parceria entre as Comunidades carismáticas e instituições católicas para acolher esses moradores de rua em abrigos e casas de recuperação. Mais de mil homens e mulheres já foram retirados das ruas nos últimos meses por essas diferentes comunidades.

Outras belas parcerias estão tomando forma com as dioceses: em Manaus, por exemplo, a Cáritas Arquidiocesana financia 300 refeições distribuídas diariamente por membros da Aliança de Misericórdia para os sem-teto.

Junto com os alimentos, eles recebem instruções sobre como evitar a propagação do vírus, com orientações sobre higiene e distribuição de máscaras e gel à base de álcool.

São tempos difíceis! Mas não devemos esquecer daqueles que não têm para onde ir e que contam com nossa acolhida. A vida preservada e a gratidão desses irmãos trazem de volta força a todo espírito que foi desencorajado. Com eles, somos uma família.

Texto de Padre Custódio, presidente da obra, extraído da Revista Charis Magazine, Portugal

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