Como fazer um bom caminho vocacional?
“Qual é a minha vocação? Como fazer um bom caminho vocacional?”. Quem alguma vez na vida não fez estas perguntas?
Confusão dos termos
Neste artigo, não vamos fazer um teste vocacional e sim, propor um caminho de compreensão correta da palavra, que com certeza vai ajudar, e muito, quem procura por uma resposta.
Muitos buscam ajuda em um Retiro Vocacional quando se sentem angustiados quanto ao caminho a seguir. Alguns (não poucos) saem de lá com mais dúvidas ainda e isso tem uma explicação: a compreensão do que é vocação no seu todo.
A vocação não se configura num só aspecto, ela abarca a vida inteira de uma pessoa. O mais comum é pensarmos em vocação como estado de vida, contudo, ela não é só isso.
Entendendo a vocação como chamado
Primeiro de tudo é preciso entender o significado da palavra. Vocação significa chamado e o primeiro, de cada um de nós, é à vida. Viver é uma vocação fascinante! Dentre milhões de possibilidades, eu e você nascemos, por isso, somos privilegiados.
Essa vocação vai desabrochando e, conforme vamos amadurecendo, somos chamados ao amor; doar-se ao próximo, ser presente na vida de alguém, sendo uma pessoa de bem, com habilidades e dons particulares.
Neste sentido, enquanto nos doamos, nos é apresentado um outro chamado: à santidade. Assim, no momento da conversão sou impelido na direção de Deus, que me chama.
Santidade é a graça de participar de uma amizade estreita com Deus, de profunda vida interior e ao mesmo tempo, de uma transformação da realidade ao nosso redor.
A vida humana alcança sua plenitude quando alguém responde ao chamado à santidade; esta é a perfeita resposta a Deus.
“Assim, a verdade profunda da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura, e particularmente, cada pessoa humana, é fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jer 31, 3)” (Papa Bento XVI).
Cada um de nós tem a capacidade de manifestar a bondade e a grandeza de Deus de uma maneira diferente. É por isso que Santo Irineu diz que “a glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem é a visão de Deus”.
Estado de vida
Quando alguém te diz “eu te amo”, ficas constrangido a dar uma resposta, certo? E quando esta pessoa é Deus, a melhor resposta a Este amor, deve ser dada com a vida e aí aparece um outro aspecto da vocação, que é o estado de vida.
Tomamos mais uma vez as palavras de Bento XVI:
“Amados irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5, 48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar “como” Deus” (Papa Bento XVI).
A vocação como estado de vida é aquele desejo incontido de dar um passo a mais na direção da plenitude do amor. Ou seja, eu quero ser perfeito como o Pai, por isso, sigo por tal ou tal caminho.
“Decidi, quero ser padre!”. “Eu quero ser freira!”. “Quero casar-me e ter uma família!”. Seja qual for seu caminho, a meta é a santidade, a plenitude do amor.
Para discernir o estado de vida é preciso ter muito claro que para se aventurar neste passo é preciso estar disposto a amadurecer. Responder à sua vocação natural, à vida e ao amor, nos leva a renunciar ao egoísmo, fonte de pecado.
Entender qual é o estado de vida que melhor responde aos seus anseios mais íntimos, é dar um passo definitivo para a doação total da vida.
Atenção: não é da noite para o dia que você vai saber qual é o seu estado de vida, este caminho pode levar um bom tempo, pois, como já falamos, o processo está ligado ao caminho de maturidade humana.
Primeiros passos para descobrir o estado de vida:
1 – Vida de oração e piedade: falar com Aquele que te criou e pedir luzes para entender o caminho é o primeiro passo. Por vezes, a oração deve ser acompanhada de jejum para se ter um bom discernimento. “Assim como viver sem a vida é impossível, sem a participação de Deus não há vida”. (Santo Irineu de Lion)
2 – Vida sacramental: nossa natureza precisa da graça que só age em nós quando estamos dispostos. Deixe a comunhão eucarística e a confissão se tornarem um hábito, assim você vai se libertando do egoísmo e sarando dores interiores.
3 – Leitura espiritual e da vida dos santos: nossos irmãos mais velhos têm muito a nos ensinar.
Temos um mal costume de desprezar as coisas dos séculos anteriores, porém, as ações de grandes homens e mulheres foram as bases para o que somos hoje. Vale a pena escolher um santo para estudar, você vai se surpreender.
Ajuda externa
4 – Direção espiritual: escolha um padre, um religioso(a) ou alguém com virtudes comprovadas por todos para te ajudar neste caminho.
No diálogo é bom você colocar elementos importantes para o discernimento; nada de ficar espiritualizando, fale da sua vida concreta, dos desafios, do que você pensou, da sua convivência com as pessoas, das quedas e das vitórias.
Um bom orientador deve te ajudar a enxergar os sinais do seu estado de vida e pode ser decisivo na sua resposta, mas atenção: não é ele quem vai definir, é unicamente você.
Importante: neste caminho, pode ser que você se identifique com alguma espiritualidade, carisma ou família religiosa. Pode ser nos franciscanos, carmelitas, ou alguma nova comunidade.
A diversidade mostra que a Igreja como Mãe, tem lugar para todos imitarem o Cristo, em cada aspecto de sua vida.
5 – Alguma vez na vida, faça um retiro: Por que? Porque num ambiente diferente da sua casa, com pessoas diferentes, e tempo dedicado para a escuta de Deus e oração, você vai conseguir ligar os pontos que talvez estejam desconexos.
Muitas vezes, o seu estado de vida está estampado na sua frente, mas a confusão do dia a dia tira o seu foco, deixando somente bagunça na sua cabeça.
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Boa jornada!
Com informações de Vatican.va
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