“Por causa do meu nome”
Temos ainda nos braços o filho da Virgem (…), os anjos cantam ainda a glória de Deus e os pastores rejubilam. Quem poderia afastar os olhos de tal nascimento? Ora, enquanto nos maravilhamos, eis que Estêvão, cheio de graça e de poder, realiza sinais e prodígios no meio do povo (At 6,8).
Deveremos afastar-nos do rei para lançar os olhos para o soldado? Mas é o próprio rei que a isso nos convida: o Filho do rei assiste, na dor do seu coração, ao combate do seu soldado vitorioso.
(…)
Estêvão, cheio de graça e de poder, revestido de graça e protegido pelo escudo do poder divino, realizava grandes sinais e prodígios no meio do povo.
Então, alguns levantaram-se contra esta testemunha (At 6,8). Mas a voz do homem livre ergue-se e, com base nos livros deles, apresenta-lhes a palavra da verdade.
O Espírito de Deus toma conta do mártir (…); ele olha para o céu mas já não é o céu que vê: vê, diz, os céus abertos e Jesus à direita do poder de Deus (At 7,58).
O Senhor está de pé com aquele que está de pé, combate com aquele que luta, é lapidado naquele que lapidam (…)
Sim, com razão merece o primeiro lugar entre os mártires aquele que exprime de forma tão admirável a sua semelhança com o Senhor suspenso da cruz.
Estêvão grita com voz forte: “Senhor, não lhes imputes este pecado!” (At 7,60; cf Lc 23,34).
Grande é o seu grito, porque grande é o seu amor. Adormece no Senhor (…) e repousa nos braços de Deus.
Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense
Sermão para a festa de Santo Estêvão (Leccionário)
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