O leigo sempre foi um ponto fundamental dentro da Igreja, e o concílio Vaticano II confirmou essa importância, dando grande destaque a vida e missão leiga para a Cristandade.

No mês das vocações, o quarto e último domingo é dedicado ao fiel leigo, peça fundamental para a manutenção da Igreja, que serve dentro de sua realidade nos mais diferentes ministérios e pastorais, como a música, a catequese (destaque especial neste dia), a leitura entre outras funções.

Mas o que é o Leigo? A Constituição Lumen Gentium no ponto 31 nos responde:

“Sob o nome de leigos entendem-se aqui todos os cristãos, exceto os membros das Sagradas Ordens ou estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados a Cristo pelo Batismo, constituídos no Povo de Deus e a seu modo feitos participantes da função sacerdotal, profética e régia de Cristo, exercem, no seu âmbito, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo”.

E o Catecismo da Igreja Católica completa:

 “Sendo a característica do estado leigo viver em meio ao mundo e aos negócios seculares, são eles chamados por Deus a exercer seu apostolado no mundo à guisa de fermento, graças ao vigor de seu espírito cristão

Os leigos participam do sacerdócio de Cristo: cada vez mais unidos a Ele, desenvolvem a graça do Batismo e da Confirmação em todas as dimensões da vida pessoal, familiar, social e eclesial, e realizam, assim, o chamado à santidade, dirigido a todos os batizados.” (CIC 940 -941)

O chamado do Leigo na Igreja

O chamado principal do leigo da Igreja é a Santidade, a ser sal da Terra e Luz do mundo em meio a sua realidade e de acordo com a sua circunstância particular:   “são também chamados a serem testemunhas de Cristo, em tudo, no meio da comunidade humana” (GS 43,4)

O leigo tem um poder incrível em suas mãos, ser testemunha de Cristo no Mundo! Imagine só, você meu caro irmão leigo que lê este texto tem a chance de no meio da sua realidade, seja ela qual for ser o portador, a testemunha de que Cristo vive e Reina no mundo.

898. “É específico dos leigos, pela sua própria vocação, procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus…” (CIC 898)

Hoje, sabemos que os ambientes seculares se tornaram ambientes ateístas, e muitas vezes depravados, que revelam não a face de Cristo, mas o reinado do próprio Anticristo na sociedade, com desvios de todos os tipos.

Ser Cristão neste ambiente, é um ato de coragem e heroísmo, é preciso a virtude dos Santos, a coragem dos cruzados para enfrentar essas batalhas e carregar assim como a pequena Joana D’arc carregou o estandarte de Cristo e de sua mãe Maria Santíssima.

Proclamando que é sim possível ser Santo em meio ao mundo, e que a Santidade é o chamado para toda a humanidade, pois a criação aguarda ansiosa a manifestação dos filhos de Deus.

“A eles, portanto, cabe de maneira especial iluminar e ordenar de tal modo todas as coisas temporais, às quais estão intimamente unidos, que elas continuamente se façam e cresçam segundo Cristo e contribuam para louvor do Criador e Redentor” (LG 31).

O Papa Pio XII, quando fala dos leigos no discurso de 20 de Fevereiro de 1946 afirma:

 “Os fiéis leigos estão na linha mais avançada da vida da Igreja: por eles a Igreja é o princípio vital da sociedade humana. Por isso, especialmente eles devem ter uma consciência sempre mais clara, não somente de pertencerem à Igreja, mas de serem Igreja, isto é, a comunidade dos fiéis na terra sob a direção do chefe comum, o Papa, e dos Bispos em comunhão com eles. Eles são a Igreja” (Pio XII, discurso em 20/02/1946; CL 9).

O leigo tem o chamado e a obrigação como batizado de trabalhar para difundir a mensagem da Salvação, pelo batismo nos tornamos Profetas e por isso somos compelidos a fazer a verdade de Cristo ser conhecida em todo o mundo.

“Esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito” (LG 33).

O Papel do Leigo

O papel do leigo na Igreja e no mundo é o serviço, servir ao reinado de Cristo, fazer de sua vida um louvor agradável a Deus. Santificar-se e Santificar aos seus, viver os sacramentos, obedecer e crer na Igreja e fazer tudo o que puder para honrar a graça do seu batismo.

Deve servir em seu trabalho, em seu dia a dia, mas também dentro da Igreja, nas pastoreis, movimentos e ministérios.

De maneira especial através da Catequese, onde seguindo os dons infusos de Deus, ensina aos pequenos a verdades da fé católica e cumpre assim com a obra da Misericórdia Divina.

 “Assim, todo o leigo, em virtude dos dons que lhe foram conferidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da própria missão da Igreja ‘pela medida do dom de Cristo’” (EF 4,7; LG 33).

São Josemaria Escrivá foi um grande propagador desse chamado de Santidade aos leigos e dizia:

“Quem foi que disse que, para falar de Cristo, para difundir a sua doutrina, é preciso

fazer coisas esquisitas, estranhas?

Faze a tua vida normal, trabalha onde estás, procurando cumprir os deveres do teu estado [solteiro, casado, deveres de pai ou de mãe …; deveres profissionais, deveres de cidadão…], acabar bem as tarefas da tua profissão ou do teu ofício, superando-te, melhorando dia a dia.

Sê leal, compreensivo com os outros e exigente contigo mesmo. Sê mortificado e alegre.

Esse será o teu apostolado. E, sem saberes por quê, dada a tua pobre miséria, os que te rodeiam virão ter contigo e, numa conversa natural, simples – à saída do trabalho, numa reunião familiar, no ônibus, ao dar um passeio em qualquer parte –, falareis de inquietações que existem na alma de todos, embora às vezes alguns não as queiram reconhecer: irão entendendo-as melhor quando começarem a procurar Deus a sério”

(J. Escrivá, Amigos de Deus, Quadrante 1979, n. 273)

Veja também: Santidade – Um chamado para VOCÊ!