Como nasceu o costume de rezar pelos mortos

Foto: Katarzyna Bialasiewicz-canva.

A prática de rezar pelos mortos foi incentivada por religiosos e papas ao longo dos séculos X e XI, onde pediam que se dedicasse ao menos um dia no ano para orarem aos mortos.

Hoje, no dia 02 de Novembro, celebramos em todas as Igrejas do mundo o dia de finados, ou a solenidade dos fiéis defuntos. Onde fazemos memória de todos os fiéis que já nos deixaram e rezamos em especial pelas almas do Purgatório.

A solenidade de todos os Santos e o dia de Finados:

No dia 1 celebramos todos os Santos que já estão no céu, e hoje somos chamados a rezar pelos irmãos que ainda não estão na presença de Deus, as duas festas estão juntas por um motivo, uma nos convida a olhar para a outra, não devemos olhar com tristeza para o dia de finados, mas com esperança, esperança de um dia nos unirmos a Deus e aos seus Santos, e lembrarmos que somos chamados a Santidade, a uma vida de acordo com o Evangelho.

Não é um dia de tristeza, mas um dia de oração, de lembrarmos com carinho de quem amamos e rezarmos por aqueles que nos deixaram, em especial de rezarmos pelos mortos que ninguém se lembra.

A Igreja nos ensina que após a morte, recebemos de Cristo um juízo particular, ou recebemos a salvação, ou a condenação. Porém, muitos dos que se salvam não se encontram e estado de perfeita santidade na hora da morte, e por isso não podem ainda entrar no Paraíso, por isso vão para o purgatório.

No Purgatório, os fiéis já salvos, mas ainda não Santos, podem purificar-se mediante ao sofrimento das culpas e imperfeições que ainda lhes restam e nós como irmãos e membros do Corpo do Senhor, podemos oferecer a essas almas um alívio, nossas orações podem tirá-las no purgatório e leva-las a presença de Deus.

Hoje de moda especial podemos rezar por essas almas, podemos oferecer nossas orações, nossa comunhão por elas e assim ajudá-las a se reencontrarem com o Pai.

“Uma vez que os fiéis defuntos, em vias de purificação, também são membros da mesma comunhão dos santos, nós podemos ajudá-los, entre outros modos, obtendo para eles indulgências, de modo que sejam libertos das penas temporais devidas pelos seus pecados” (CIC – 1479).

Piedade para com os esquecidos:

O costume de rezar pelos mortos vem desde os primeiros cristãos; os fiéis tinham o costume de frequentar os túmulos dos mártires. Já no século V, a Igreja passou a rezar por todos os falecidos e, principalmente, por aqueles esquecidos.

A prática foi incentivada por religiosos e papas ao longo dos séculos X e XI, onde pediam que se dedicasse ao menos um dia no ano para orarem aos mortos.

Somente em 1331, a data de 2 de novembro foi definida no calendário litúrgico para esta prática. Três séculos mais tarde (1915), o Papa Bento XV pediu para que os padres celebrassem três Missas pelas almas dos Fiéis (cristãos) mortos na I Guerra Mundial.

Esta crença na existência de um estado de purificação antes da bem-aventurança eterna é baseada em diversas passagens bíblicas:

Há um perdão, uma purificação póstuma (Mt 12, 32):

 “Todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era, nem na que há de vir”.

Penas de pecados que não foram pagas neste mundo (Lc 12, 58-59):

“Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo”.

As almas do purgatório estão salvas, mas passam por purificação final (I Cor, 3, 13-15):

“A obra de cada um aparecerá. O dia (do julgamento) irá demonstrá-lo. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um. Se a construção resistir, o cons­trutor receberá a recompensa. Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele será salvo, porém, passando de alguma maneira através do fogo”.

Veja também: Rastros do Eterno

A Igreja nos Ensina a Rezar pelos mortos:

Este aspecto é reforçado pelo Magistério da Igreja:

“Todo o pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa de ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório” (CIC – 1471).

De que forma devemos rezar pelos fiéis mortos?

A Igreja nos ensina que Deus concedeu aos fiéis uma comunhão profunda entre todos os membros; união essa, que permanece mesmo após a vida nesta terra:

“A vida de cada um dos filhos de Deus está ligada de modo admirável, em Cristo e por Cristo, à vida de todos os outros irmãos cristãos, na unidade sobrenatural do corpo Místico de Cristo, como que numa pessoa mística” (CIC – 1474).

Temos, portanto, três aspectos da mesma Igreja: a Igreja Triunfante (todos os santos e bem-aventurados), Igreja Padecente (os admitidos à purificação do Purgatório) e a Igreja Militante (fiéis peregrinos neste mundo).

Podemos oferecer as indulgências através:

– Confissão, comunhão e oração pelas intenções do Santo Padre;

– A oração do Santo Rosário;

– A Santa Missa;

– Os méritos das nossas obras de Misericórdia;

– Oração devocional todas as Segundas-feiras (dia de oração pelas almas).

Oração pelos Fiéis Defuntos:

Ó Deus, Criador e Redentor de todos os fiéis, concedei às almas dos vossos servos e servas a remissão de todos os seus pecados, a fim de que, por meio destas piedosas súplicas, alcancem de Vós a misericórdia que sempre desejaram. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém. Pai-Nosso e Ave Maria. — Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno, e que a luz perpétua os ilumine. Descansem em paz. Amém.

Com informações de:

Cruz Terra Santa

Catecismo da Igreja Católica

Padre Paulo Ricardo

O cuidado devido aos mortos- Santo Agostinho

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