“Felizes os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus» (Mt 5,3)
Uma pobreza generosa
[…] Depois do Senhor, os primeiros a dar-nos exemplo desta pobreza generosa foram os apóstolos. Deixando sem hesitar todos os seus bens ao ouvirem o chamamento do Divino Mestre, converteram-se alegremente e abandonaram a pesca de peixes para se tornarem pescadores de homens (Mt 4,18s).
Entre estes homens, foram muitos os que se lhes assemelharam, imitando a sua fé; os primeiros filhos da Igreja “tinham um só coração e uma só alma” (At 4,32).
Despojados de todas as suas posses, tinham sido enriquecidos com bens eternos graças à santa pobreza.
Acolhendo a pregação dos apóstolos, alegravam-se por nada terem neste mundo e tudo possuírem em Cristo (cf 2Cor 6,10).
A riqueza de Cristo
Certo dia em que o apóstolo Pedro subia ao Templo, houve um coxo que lhe pediu esmola. Não tenho ouro nem prata, respondeu-lhe Pedro, mas dou-te o que tenho: em nome de Jesus de Nazaré, levanta-te e anda (At 3,6).
[…] Pedro curou-o com a sua palavra. Não tendo moedas com a efígie de César, restaurou naquele homem a imagem de Cristo.
A riqueza deste tesouro não socorreu apenas aquele a quem foi devolvida a capacidade de andar, mas também os cinco mil homens que acreditaram na pregação do apóstolo por causa deste milagre (cf At 4,4).
E Pedro, o pobre que nada tinha para dar a quem lhe pedia esmola, deu a graça divina com tal largueza, que, não se contentando em voltar a pôr um homem de pé, curou o coração de milhares de homens, dando-lhes a fé.
São Leão Magno (?-c. 461)
papa, doutor da Igreja
Sermão 95, 2-3; PL 54, 461-462
Segundo Fonte de Evangelho Quotidiano
0 Comments