Pé na estrada – Missionários contam o que viveram na missão itinerante
Jovens missionários voltaram para casa depois de passarem 20 dias de missão itinerante e percorrendo diversas cidades, chegando até à Assunção no Paraguai.
O Senhor que envia
Anualmente, alguns membros da Aliança, seguindo o mandato evangélico, tomam a estrada e partem para onde o Espírito Santo os guia.
“Portanto, ide! Eis que Eu vos envio como cordeiros para o meio dos lobos. Não leveis bolsa, nem mochila de viagem, nem sandálias; e a ninguém saudeis longamente pelo caminho. Assim que entrardes numa casa, dizei em primeiro lugar: ‘Paz seja para esta casa!’ (Lc 10, 3-5)
E assim eles saem pedindo carona, até encontrarem um lugar onde possam anunciar a Palavra de Deus. Vivem daquilo que é doado; pedem, assim como os pobres, o pão de cada dia.
Os três jovens saíram de São Paulo e passaram por Curitiba, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Ciudad del Este (Paraguai), Assunção (Paraguai), e Cascavel novamente, até chegar em Florianópolis, permanecendo por lá nos últimos três dias de missão.
Lá foram acolhidos pelo Pe. Hélio da Paróquia São José, que logo comunicou ao bispo a respeito da presença deles. Participaram de um grupo de oração, juntamente com a Fraternidade O Caminho, onde intercederam pela restauração da juventude.
Acolhida do Bispo
No dia seguinte ao grupo, os missionários foram muito bem acolhidos pelo Arcebispo de Florianópolis Dom Wilson Tadeu Jönck, que os encaminhou para a casa da Comunidade Shalom para que pudessem ter um abrigo.
Também com os missionários do Shalom eles fizeram evangelização nas praças abordando os jovens e os moradores de rua.
“Tudo é Deus que conduz. Evangelizamos qualquer pessoa que aparece no nosso caminho. Se pegamos carona, nós entendemos que aquela pessoa foi uma providência de Deus e que ela precisava ser evangelizada.
Se aparece alguém nos convidando para almoçar com ele, a gente entende que aquele é o momento e ali precisamos evangelizar“, explica a missionária Rafaela.
Chegando em Assunção
Assunção é a capital do Paraguai com pouco mais 500 mil habitantes e pode-se dizer que ela é reflexo da situação geral do país; altos índices de desemprego, pobreza extrema e um grande número de pessoas subnutridas e mortalidade infantil.
Foi o que os nossos missionários encontraram. Junto com a Fraternidade O Caminho, visitaram um local chamado Cateura, um lixão onde centenas de famílias vivem daquilo que encontram; lá o sofrimento estava estampado nos rostos.
De volta ao Brasil Rafaela, Hiakson e Carol quiseram partilhar com todos as experiências de encontro com Jesus Sofredor, no rosto de cada pobre que cruzou com eles nesta missão. Leia e compartilhe:
“Tenho muita fome”
“Fomos enviados na força do nosso Carisma e voltamos certos de que todas as graças que vivemos também é da nossa família.
Passamos por muitas cidades, e Deus nos levou até o Paraguai, onde ficamos 8 dias em Assunção. Lá nos deparamos com uma pobreza extrema, onde o povo grita por misericórdia e com uma Igreja que não tem saída.
Ficamos muito “chocados”, vimos uma pobreza que nunca havíamos visto. Lá evangelizamos com mais intensidade em um lixão muito grande, onde as crianças e suas famílias moram no meio dos lixos e dos porcos.
Não consigo por um segundo me esquecer de um jovem de 17 anos que perdeu seus pais há 2 meses e a única coisa que dizia quando conversávamos era: “Me dá algo pra comer, estou com muita fome…e repetiu isso várias vezes…” e no mesmo dia uma menininha de 2 aninhos que me dizia “Tengo muy, muy hambre” (tenho muita fome) era tudo que eu conseguia entender ela falando…
Partilhar o pouco
Dei um pãozinho e ela comia como se nunca tivesse visto aquilo… Foram dias onde pudemos experimentar de fato o que é ser expressão viva da Misericórdia de Deus!
Trouxemos o Paraguai, ou melhor, o grito do povo em nossos corações…Aquele país grita por MISERICÓRDIA!
Depois evangelizamos também em Cascavel e Florianópolis; Deus nos surpreendeu com a sua providência a todo instante. De fato quando somos livres das coisas, de tudo que pode nos prender, a vontade de Deus se torna clara e viva.
Hoje podemos dizer que tocamos Deus através dessa experiência de Abandono!”.
Um grande abraço, Rafa, Carol e Hiakson
Com informações de Arquidiocese de Florianópolis
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