Os Pecados Capitais – As raízes das doenças espirituais
O que são os Pecados Capitais?
Os Pecados Capitais possuem esse nome por se referirem às raízes do que nos separam do amor de Deus.
Quem definiu a lista dos 7 Pecados Capitais foi São Gregório Magno, baseando-se nas epístolas de São Paulo e São Tomás de Aquino, que em sua Suma Teológica aprofunda e explica os Pecados Capitais.
É importante conhecermos bem esses pecados, pois eles são o início das doenças espirituais. Isso quer dizer que eles nos levam a outros pecados cada vez mais graves e nos aprisionam nos vícios.
Para se combater os pecados capitais devemos sempre contar com a ajuda da graça, buscar os sacramentos e fazer jejuns e penitências, pois somente a penitência e a oração nos salvam da queda nos pecados capitais.
Vejamos cada um deles.
Os 7 pecados capitais:
1. Soberba ou orgulho:
A Soberba é quando nos consideramos superiores aos outros, nos sentimos muito “Importantes e especiais”.
Foi pelo orgulho que o homem caiu.
Na soberba, você se torna o seu próprio deus, e a glória de tudo o que você faz sempre vai para você mesmo; o seu “eu” torna-se o centro do Universo e, quando erra, tem sempre uma justificativa pronta.
2. Avareza:
Avareza é o amor ao dinheiro, o apego aos bens materiais, uma preocupação excessiva com os bens materiais é uma falta de confiança na providência Divina.
Quando caímos na avareza, o dinheiro torna-se tudo na vida, as pessoas passam a valer menos que seu dinheiro. O dinheiro como deus torna-se uma idolatria.
3. Luxúria:
O pecado da luxúria está ligado aos prazeres carnais. Nas faculdades baixas do homem, torna-se escravo dos prazeres sensíveis. Ao ver uma pessoa bonita, por exemplo, pensa-se logo na relação sexual, o que, por sua vez, pode descambar na masturbação, fornicação ou adultério: todos frutos da luxúria.
4. Ira:
A ira está ligada ao apetite irascível, trata-se de inflamar-se em raiva e ódio, mesmo sem motivo aparente. Guardar mágoa ou rancor, brigar ou ofender as pessoas agindo por impulso e sem motivo justo.
5. Gula:
A gula está ligada ao ato de comer muito, em excesso, mesmo sem estar com fome. Assim como a luxúria, está ligada ao apetite concupiscível, e as faculdades baixas do homem.
6. Inveja:
A inveja é o pecado que diz respeito ao desejar algo que é do outro, seja um bem material, uma habilidade, uma pessoa…
Não se trata de admirar, mas de preferir que a pessoa não tenha para que você tenha, é um movimento ligado ao orgulho e à ganância.
7. Preguiça:
A preguiça, também chamada de acídia na história da Igreja, é o pecado que nos faz ficar inertes. Sabemos que temos saúde e deveríamos empregar nossa vida para o Reino de Deus, mas escolhemos não fazer.
Não é o justo descanso, mas o prazer de não fazer nada, é um desperdício da vida que Deus nos deu.
É preciso estar atento
É possível notar, que na nossa sociedade atual os pecados capitais muitas vezes não são vistos como algo ruim ou perigoso, mas é importante tomarmos cuidado, pois as doenças da alma nascem desses pecados.
Cada um desses pecados é a porta de entrada para pecados mais graves e para situações irreversíveis.
Vejamos, por exemplo, o que alguns santos falaram sobre a gula, hoje tão aceita socialmente, e até dentro da Igreja:
Santo Agostinho dizia que temia não a impureza da comida, mas a do apetite. Ele escreve uma página sábia sobre isso: “Vós me ensinastes a ingerir os alimentos como se tratasse de remédios”.
Santa Catarina de Sena dizia que “o estômago cheio prejudica a mente”.
E, Santo Ambrósio afirmava: “Aquele que submete o seu próprio corpo e governa sua alma, sem se deixar submergir pelas paixões, é seu próprio senhor: pode ser chamado rei, porque é capaz de reger a sua própria pessoa”.
Como combater?
Devemos combater os pecados capitais, com a oração jejum e a busca das virtudes contrárias a eles, como a temperança, a humildade, a generosidade, a pureza, a paciência e a caridade.
Com a graça de Deus e com nosso esforço diário somos capazes de vencer esses pecados.
Para aprofundar mais no assunto um excelente livro é a “Escada do Paraíso”, de São João Clímaco, e “Um olhar que cura”, do Padre Paulo Ricardo.
Veja também: O que é pecado? O Catecismo nos explica.
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