O que leva uma mãe a pensar no aborto?

Segundo pesquisas, cerca de 70% dos brasileiros são contrários ao aborto. Mesmo diante destes números, pressões de organizações internacionais e pessoas ligadas a eles, querem de todas as formas descriminalizar este ato.

Enquanto no âmbito jurídico e social, debates acalorados se levantam, queremos apresentar um caso real que mostra de maneira crua o que pode levar uma mãe abortar.

Este depoimento que vem a seguir, foi retirado do site da Casa Pró Vida Mãe Imaculada, que tem como missão acolher e assistir mulheres que desistiram do aborto.

Vale a pena entrar no site e ver as dezenas de testemunhos que mostram o lado de quem tem nas mãos a vida ou a morte de um novo ser.

“Essa situação não encaixava na minha vida”

“Eu não esperava engravidar. Estava com 41 anos, não fazia mais parte da minha vida. Pra mim, era uma coisa impossível, mas acabou acontecendo. Me envolvi com uma pessoa. Foi uma coisa rápida.

Tinha acabado de conhecer e acabei tendo uma relação e dessa única relação engravidei. Naquele momento, a minha resposta: não havia possibilidade de ter a criança. Meu primeiro pensamento foi abortar.

Morava com meu filho mais velho (com 20 anos), com meu pai, minha mãe, com meu outro irmão. Não tinha nenhum espaço para abrigar uma criança e essa situação não encaixava na minha vida.

Como eu ia trabalhar? Quem ia cuidar do bebê? Planejava fazer uma pós-graduação. Não tinha nem condições financeiras, nem espaço para cuidar da criança. Como ia dizer para minha família, como ia dizer para o meu filho de 20 anos? ‘Olha, eu tô grávida. Vou ter um bebê de uma relação passageira’.

Tinha vergonha também da situação em que me envolvi. Quando descobri, não contei para ninguém; só eu sabia. Descobri porque trabalho numa clínica de imagens e eu mesma fui até o aparelho.

Minha menstruação estava atrasada, mas imaginava que ia entrar na menopausa. Coloquei o aparelho na minha barriga e percebi que tinha algo diferente. Tinha lá o saquinho gestacional. Fiquei desesperada.

Medo e vergonha

Comecei tomando chá, vários tipos. Tudo que achava, tomava. Tomei coisas fortes mesmo. Só que não tive nenhum resultado. Eu ia ao aparelho, verificava e estava ali o bebezinho. Mandei um e-mail para um site sobre clínica de aborto e alguém me respondeu falando que em Curitiba não tinha nenhuma casa especializada.

Devido a algumas denúncias, as instituições clandestinas tinham sido fechadas. Havia uma em Santa Catarina. Se eu quisesse, poderia ir para lá fazer o aborto. Falei que não podia ir porque estava trabalhando e não iria me deslocar. Não sabia quem eram, não ia me expor. Estava louca, mas não tanto.

Entrei em sites e alguém me falou da Casa Pró-Vida, que poderia me ajudar. Liguei, marquei um dia. Eu já estava depressiva, emagrecendo, num estresse, não dormia mais. Estava me intoxicando de tanto tomar chá. Estava no limite e sem conversar com ninguém, sem ninguém saber.

Nos acompanhamentos, o pensamento de aborto foi sumindo. Comecei a me imaginar com a criança, assumindo tudo aquilo. Havia um medo de, ao assumir, destruir tudo que eu construí. De repente, chegar em casa, falar que estava grávida. ‘Mas grávida de quem?’.

Meu medo era de que tudo que eu construí caísse por terra. Tinha decidido ficar com o bebê, conversar com minha família e a Casa Pró-Vida estava disposta a ajudar em tudo que precisasse de ajuda. Decidi e não relutei mais.

Momento da verdade

Cheguei em casa, fui até o quarto e falei ‘filho…’. Comecei a chorar, chorar. Quando falei pra ele foi uma coisa totalmente diferente daquilo que imaginava. A gente sempre imagina o pior, que vão te virar as costas, te abandonar, te julgar.

Talvez muitas pessoas te julguem, mas muitas pessoas nos dão apoio. Ele falou: ‘Não, mãe. A gente tá junto’. Ele me abraçou e foi nesse momento que nossos laços se cruzaram com o nosso pequeno. Foi totalmente ao contrário daquilo que eu imaginava.

Minha mãe é a que ficou mais chocada, porque mãe tem aquela imagem, ‘minha filha mãe solteira’, aquele pensamento, né, no que os outros vão falar. Fui trabalhar, contei na empresa também. Avisei o RH que eu ia ter um bebê, que estava grávida.

Não foi fácil, mesmo com todos aceitando. Demorei para me imaginar ser mãe de novo, engravidar, ficar sozinha. Tentei falar com o pai da criança, mas ele não quis saber; mudou os telefones, fugiu, evaporou…Mesmo depois que meu filho nasceu, fui atrás, mas, o pai sumiu.

Vou cuidar do meu filho e seguir minha vida. Minha mãe não me expulsou de casa. Mas, nesse período, tomei uma decisão: sair de casa, alugar um apartamento e mobilhar. O enxoval de bebê foi a Casa Pró-Vida que me ajudou a fazer.

O novo que vem da vida

Hoje estou aí com meu apartamento alugado, comprei minhas coisinhas e está mobiliado. Meu filho está super bem, tá lindo, é minha vida. Não consigo imaginar minha vida sem ele. Tento apagar da minha cabeça o que eu poderia ter feito…

Se tivesse feito isso, não ia conhecer este rostinho maravilhoso. O aborto naquele momento era a única saída. Sentia medo, desespero, como se o mundo tivesse desabado.

Nunca pensei em me suicidar, em pôr um fim na minha vida. Mas naquele momento, pensei muitas vezes. Não em colocar fim só na vida dele, mas na minha também. E depois de tudo isso, hoje sinto paz. Vejo como sou forte!

O caminho não é fácil, mas a gente consegue vencer. Deitar com a cabeça tranquila e dizer assim, ‘ainda bem que não fiz’ traz muita paz, muita tranquilidade.

Hoje, vejo como minha vida melhorou 100%. A relação com meu filho mais velho mudou. Conheci quem realmente é meu filho. É meu amigo, companheiro, mais que um filho.

Me acompanhou durante a gestação. Eu precisava, ele estava do meu lado. Em nenhum momento me abandonou. Tenho muito orgulho do meu filho mais velho. Tenho certeza que o bebê vai ser tão maravilhoso quanto ele”.

Com informações de Casa Pró Vida Mãe Imaculada 

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