O que é Aporofobia? Conheça mais do termo que tanto afasta as pessoas do ensinamento Cristão.

Aporofobia

“Felizes os pobres de Espírito, pois deles é o Reino dos Céus”

 

A Igreja sempre defendeu que os pobres são os preferidos de Deus e que cada cristão tem um dever de ajudar o pobre ao seu lado. A caridade é o fundamento da vida Católica e a Aporofobia vai ao sentido contrário do ensinamento evangélico.

Aporofobia vem do grego, da junção de “áporos”, que significa “o pobre”, “o desamparado”, e “fobia”, que significa ter medo, rejeitar e odiar. Ou seja, Aporofobia é o medo, ódio ao pobre.

Veja, não é a rejeição ou medo da pobreza, é a rejeição ao pobre, a pessoa em situação de vulnerabilidade. A existência de algo assim é muito triste, pois fere no mais íntimo a dignidade humana e as leis naturais.

Pois todo homem merece respeito, dignidade e afeto. Quando o rejeitamos, odiamos um ser humano pelo simples fato de ele compor uma classe social, ou um grupo diferenciado. Nós reduzimos o ser humano à condição de coisa e desconsideramos a sua humanidade, sua semelhança conosco.

Assim como quando rejeitamos a dignidade de pessoa humana de alguém pela raça, orientação sexual, nacionalidade ou mesmo religião, caímos em um abismo profundo.

Esvaziamento do que é humano

Um abismo onde ocorre como que um esvaziamento da humanidade. Não somos capazes de enxergar a humanidade no outro e assim conseguimos cometer todo o tipo de atrocidade.

Foi isso que, de acordo com o Psicólogo e fundador da Logoterapia Viktor  Frankl, ele enfrentou nos campos de concentração nazistas. Em seu livro “Em Busca do Sentido” ele relata:

“Não  é  sem  orgulho  que  digo  não  ter  sido  mais  que  um  prisioneiro  comum,  mas  fui  senão  o  simples  nº  119.104.  […]  a  pessoa  somente importa na medida em que tem um número     de     prisioneiro,     representando     apenas  um  número.  Viva  ou  morta  –  não  vem ao caso. A vida do número é irrelevante. O  que  está  por  traz  desse  número,  o  que  representa  esta  vida,  é  menos  importante  ainda:  o  destino  –  a  história  –  o  nome  de  uma pessoa”.

Ainda de acordo com o relato de Frankl, quando chegavam ao campo de concentração, os prisioneiros recebiam um número. Eram então privados de terem nome, todos os seus bens eram confiscados e as aparências se tornavam uniformes. Acontecia a descaracterização do humano judeu, cujo aspecto   espelhava a aparência de uma pessoa louca, com feição de zumbi.

Essa é identidade que deveria ser interiorizada individualmente e coletivamente.  Assim, não haveria mais a pessoa do psicólogo, do médico, do engenheiro, do professor, do pai, do filho, da mãe, mas apenas um prisioneiro no campo de concentração.

Todo homem tem a dignidade de filho de Deus

A pessoa humana era totalmente esvaziada, mas como o próprio Viktor Frankl afirmou, era impossível esvaziar totalmente a humanidade, pois ninguém consegue mexer no interior, naquela dignidade dada por Deus.

Deus nos fez a sua imagem e viu que era bom, Deus se fez homem na pessoa de Cristo e assim nos honrou com o título de “filhos amados do Pai”, dando-nos uma dignidade transcendente que homem nenhum pode tirar.

É por isso que nenhuma tirania prevaleceu, é por isso que nenhuma fobia contra a pessoa humana pode ser aceita, e é por isso que a Aporofobia deve ser completamente rejeitada.

Nosso papel como Católicos é acolher esses irmãos, fazer o que estiver ao nosso alcance para ajudá-los e sempre exercitar a caridade através de obras e orações.

O pobre é nosso irmão, muitas vezes nosso mestre. No pobre encontramos Jesus crucificado, e por isso somos chamados a amar o pobre e amar o Cristo no pobre.

O nosso chamado

A Aliança de Misericórdia reconhece esse chamado que vem do próprio Cristo para a Igreja, e se dedica diariamente ao trabalho com os pobres, seja nas evangelizações na rua, nos trabalhos sociais como a Casa Restaura-me, as Casas de Acolhidas e as creches e fraternidades em bolsões de pobreza.

Conheça mais do trabalho da Aliança aqui!

Leia também: Aliança de Misericórdia levou panettones a mais de 1500 pessoas na Cracolândia e na praça da Sé.

 

Fontes:
https://periodicos.ufpb.br/index.php/le/article/view/19843/12144
https://www.academia.org.br/nossa-lingua/nova-palavra/aporofobia

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