Jesus estendeu a mão

Com toda a certeza, as partes do evangelho que mais expressam a Misericórdia Divina, são as curas. Quando Jesus toca o leproso, podemos ter uma dimensão aproximada do quão forte foi este momento, pois, por analogia, as lepras se assemelham aos nossos pecados.

Neste poema, escrito por um monge grego, aprofundemos esta reflexão e nunca cessemos de estender as mãos para o Cristo que nos cure de todo o mal.

Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego
Hino n.º 30

Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: ‘Eu quero, fica curado!

Antes de brilhar a luz divina,
Não me conhecia a mim mesmo.
Vendo-me nas trevas e na prisão,
Preso num lamaçal,
Coberto de sujidade, ferido, com a carne inchada (…),
Caí aos pés daquele que me iluminara.
E Aquele que me iluminara tocou com suas mãos
Nas minhas cadeias e nas minhas feridas;
No sítio onde a sua mão tocou e aonde o seu dedo se chegou,
No mesmo momento se soltaram as cadeias,
Daí desapareceram as feridas e toda a sujidade.
A mácula da minha carne desapareceu (…)
Pois Ele tornou-a semelhante à sua mão divina.
Estranha maravilha: a minha carne, a minha alma e o meu corpo
Participam da glória divina.

Assim que fui purificado e liberto das minhas cadeias,
Eis que Ele me estende uma mão divina,
Retira-me completamente do lamaçal,
Abraça-me, lança-Se-me ao pescoço,
Cobre-me de beijos (Lc 15,20).
E a mim, que estava completamente exausto,
E tinha perdido as forças,
Põe-me aos ombros (Lc 15,5),
E leva-me para fora do meu inferno. (…)

É a luz que me transporta e me sustenta;
Que me conduz para uma grande luz. (…)
Ele permite-me contemplá-la, por estranha renovação,
Ele próprio me tornou a formar (Gn 2,7) e me arrancou à corrupção.
Concedeu-me o dom da vida imortal,
Revestiu-me com uma túnica imaterial e luminosa,
E deu-me sandálias, um anel e uma coroa
Incorruptíveis e eternos (Lc 15,22).

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