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Coronavírus: Medo de Morrer ou Vontade de Viver?

Estas duas perguntas nos mostram formas bem diferentes de olhar para a vida e para a morte.

A vida é um sopro

Estas duas perguntas nos mostram formas bem diferentes de olhar para a vida e para a morte. Mostra como podemos convergir nosso olhar para um ponto obscuro, sem muita saída, repleto de sofrimentos e capaz de antecipar qualquer perspectiva ruim ou, por outro lado, de ampliar nosso olhar, a forma de agir, entendendo os obstáculos como trampolim para o que há de melhor e repleto de sentido.

Eventos traumáticos ensinam uma lição inesquecível a quem os enfrenta: a vida é finita. E neste período, todos nos estamos enfrentando algo somente visto em livros de história, num tempo, que julgávamos distante do nosso.

E desta forma, sem que déssemos permissão para adentrar no assunto, nos damos conta da nossa vulnerabilidade. E isto, apesar de num primeiro momento nos assustar, nos trás consciência do nosso tempo, de nossa fragilidade e de nosso propósito de vida.

Uma chance

É neste extremo que nosso instinto de sobrevivência sobressalta. E a partir daí que passamos a valorizar cada minuto, cada ocasião, cada oportunidade de ser feliz, de fazer algo que, de fato, seja relevante. E a vida vence.

Nesta hora começamos a ver a pequenez das coisas, o mau uso do tempo, o gasto com material para preencher nosso vazio interior e a pobreza dos nossos relacionamentos, seja conosco, com o outro ou com Deus.

O medo de morrer pode nos cegar e nos colocar mais próximos daquilo que mais tememos. E falo, não pelo morrer, mas pelo medo. Pois, comandado pela angústia, nos tornamos mais ansiosos e potencializamos este medo que se expande para o medo de sofrer, o medo da doença, o medo das pessoas que posam vir a estar contaminadas, o medo do futuro.

Mantendo assim uma porta de entrada para nosso sistema imunológico orgânico e psíquico rebaixado, sem condições de acionar as defesas para enfrentar os inimigos, tão indesejáveis.

Aproveitar cada momento

Já, a vontade de viver, também lida com obstáculos e enfrentamentos, porém, coloca sentido no existir. E cada passo passa a ter sabor, cheiro, vontade, alegria, sentido. E, apesar de também abordar a limitação da nossa existência, nos faz ver que vale a pena pelo simples fato de podermos enxergar sua importância. E isto, estica nossa existência.

“Se o presente continuasse a ser presente, ele não seria tempo. Ele seria a eternidade” (André Comte-Sponville)

O interessante é que na vontade de viver, apesar de termos a ânsia por fazer, desaceleramos o tempo e podemos, como em uma cena em slow-motion, apreciar, degustar, experimentar.

Neste tempo, podemos estabelecer outra forma de nos relacionarmos com a vida. Podemos dar esta parada e fazermos escolhas. Sim, pois no medo de morrer chegamos a esquecer de que temos o poder da escolha.

Chegamos a achar que somos somente levados pelas circunstâncias, quando na verdade, o nosso não, o nosso sim, o nosso fazer, o nosso não fazer, o nosso acreditar, nosso descrer tem peso e nos direciona para qual dos caminhos vamos seguir.

Mais perto do somos

Ao contrário do medo de morrer, a vontade de viver é capaz de aumentar as nossas forças de ordem orgânica e emocional. É ela que nos aproxima de quem amamos, que faz nosso trabalho ter sentido, nossos projetos criarem asas e valorizarmos a vida.

Tudo pode ser tirado de uma pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de escolher sua atitude em qualquer circunstância da vida” (Viktor Frankl).

Talvez agora seja a hora de você preencher este vazio existencial que te empurra para um penhasco. Olhe para o que você faz com outros olhos.

Experimente estabelecer outra forma de se relacionar, seja com a vida, com você mesmo, com o outro ou com Deus. O sofrimento não é um fim.

O homem, por força de sua dimensão espiritual, pode encontrar sentido em cada situação da vida e dar-lhe uma resposta adequada” (Viktor Frankl).

Vamos, sua Vontade de Viver te aguarda!

A paz!

Lídia Correa, Psicóloga Clínica

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