Amizade além das diferenças!

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Mas e quando vem a divergência de pensamentos? A gente senta e chora? Continuamos dispostos a darmos a vida por aqueles que chamamos de AMIGOS?

O sentido da amizade

Pra mim, falar de amizade é sempre uma grande alegria. Meus textos preferidos nas Sagradas Escrituras falam dessa realidade tão presente em nossas vidas e por tantas vezes tão mal vivida.

Gosto de lembrar, por exemplo, da comoção de Jesus pela morte do amigo Lázaro de Betânia. “E Jesus chorou”, diz um dos menores versículos da Bíblia (cf. Jo 11, 35), lembrando a atitude de Jesus ao chegar e já encontrar seu bom amigo morto. E ainda a fala de Jesus próximo à Sua Paixão e Morte: “Ninguém tem maior amor que aquele que dá a vida por seus amigos” (cf. Jo 15, 13).

Mas e quando vem a divergência de pensamentos? A gente senta e chora? Continuamos dispostos a darmos a vida por aqueles que chamamos de AMIGOS?

Diferenças e equilíbrio

Padre Francisco Ugarte, sacerdote mexicano, nos ajuda a refletir sobre isso em seu livro “A Arte da Amizade” (Ed. Quadrante). Em determinando momento, nos fala o autor:

“Compreender o modo de pensar de uma pessoa não é o mesmo que estar de acordo com ele. Pôr-se no lugar de alguém para ver o mundo como ele vê não significa aderir à sua visão, que algumas vezes poderá estar errada, incompleta, enviesada etc” (pg. 38).

Bom, isso já nos ajuda a darmos passos, visto que muitas vezes acabamos com amizades por não pensarmos da mesma maneira que o amigo que talvez o próprio Deus tenha enxertado em nossas vidas.

Já pensou acabar com algo apenas por conta das diferenças? Eu já quase fiz isso. Nos relacionamentos de amizade, seja no trabalho ou na comunidade, sempre me vejo tendo que fazer escolhas: luto pela amizade mesmo com as diferenças todas (de credo, de convicções políticas, de estilos musicais…) ou desisto e vou à procura de quem se pareça comigo e concorde com tudo?

Ocasião de crescimento nós e quem chamamos de amigos

Cresço ao ter que “me podar” para estar com um amigo ou até mesmo colega de trabalho ou irmão de comunidade. Cresço porque entendo que nem tudo é do meu jeito e nem por isso o outro está errado ao pensar de maneira diferente.

Escolher permanecer numa amizade apesar das diferenças é um passo de maturidade, pois só quem tem certeza do grande presente que é amizade, saberá persistir.

Encerro com um ensinamento de São Josemaria Escrivá, santo do cotidiano: “a verdadeira amizade implica também um esforço cordial por compreender as convicções dos nossos amigos, mesmo que não cheguemos a compartilhá-las nem a aceita-las”.

Robson Landim
Colaborador da Aliança de Misericórdia,

 

Veja também: Amigos e laços – o segredo da verdadeira amizade 

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