O último domingo do ano litúrgico é marcado por uma solenidade muito importante e significativa: a Solenidade de Cristo, Rei do Universo.

Esse dia é um fechamento perfeito para o Ano Litúrgico e para a caminhada que fazemos ao longo dele.

Ao entrarmos no tempo do Advento (domingo que vem) nos prepararemos para o nascimento de Cristo, a descida do Verbo, celebraremos o Natal, caminharemos com Jesus em sua infância, vida pública até sua Paixão Morte e Ressureição.

Um caminho pedagógico

Ao longo do ano, somos convidados a meditar os mistérios da vida de Cristo e, em novembro, sempre somos chamados às meditações dos mistérios futuros, os Novíssimos.

Veja também: Os Novíssimos

Meditamos sobre os Santos que só Deus conhece o nome, sobre a brevidade da vida e a vida futura que nos espera, vida que pode ser de gozo ou tristeza dependendo de nós.

Mas hoje, somos chamados a meditar sobre aquele que é o Rei dessa vida futura, o Cristo Rei de toda a história, de toda a Criação.

A Realeza de Cristo

Cristo é o Rei por excelência. Perante Ele todos os monarcas e líderes da Terra devem se ajoelhar. Ele está acima de todos os homens, anjos e criaturas.

Ele é o princípio e fim de tudo. Ele que, ao entrar em Jerusalém, foi aclamado como o Filho de Davi, e mesmo sendo muito maior que Davi, foi um Rei humilde, um Rei pobre, que entrou montado em um jumento.

Um Rei que, em sua Paixão foi coroado, não com uma coroa de ouro de diamantes, mas com uma coroa de espinhos, representando Sua realeza que dá a vida por Seus súditos.

Um Rei despido na Cruz, que demonstra Sua soberania se abaixando e lavando nossos pés. Um Rei que ama de tal forma que até nos constrange.

Jesus recebeu ouro dos Reis Magos por causa de Sua realeza. Ele é o Rei da Criação que nos governa e julga; o Profeta que anuncia a Boa Nova, e o Sacerdote que se entrega em sacrifício por nós.

A Solenidade de Cristo Rei

A solenidade de Cristo Rei foi instituída por Pio XI, em 1925. Através da Encíclica “Quas Primas”, o Santo Padre reafirmava a soberania de Cristo perante todos os homens, todos os reis e governantes, sobre toda a criação, seus animais e plantas e sobre tudo que existe no Céu e na Terra.

O Papa Pio XI, em sua encíclica, afirmava a necessidade de reconhecer Cristo como Rei, para assim almejar a paz entre os povos.

A bonita história dos Cristeros

Para aprofundar ainda mais sobre o Cristo Rei do Universo, podemos assistir um bonito filme chamado Cristiada.

O filme conta a história do Movimento dos Cristeros no México, uma perseguição religiosa que terminou em guerra armada e martírio de católicos. Uma história real, mas pouco divulgada.

Em 1926, o então presidente mexicano Plutarco Elías Calles, tentou acabar com a Igreja no México, fechando e queimando Igrejas e proibindo o culto católico.

Diante disso, os católicos do México, em especial os leigos, precisaram se mobilizar e tornou-se necessária uma resistência armada contra o governo. Foi então fundada a Liga Católica, que uniu os movimentos em torno do Exército Cristero.

Com o lema: “Viva Cristo Rei”, o filme nos conta essa sofrida história, a partir da perspectiva do pequeno São José Luis Sánchez del Río, um menino de 14 anos que foi martirizado pelo governo, por não renegar sua fé.

O pequeno José morreu em 10 de fevereiro de 1928, proclamando corajosamente: Viva Cristo Rei!

O filme é muito bonito, mas também muito forte. Não recomendamos para crianças, pois mostra o horror da perseguição e tortura que os católicos sofreram. Mas, também mostra a conversão de centenas de pessoas e a importância de sermos fiéis à nossa fé.

Nessa Solenidade de Cristo Rei, o filme nos lembra que acima dos nossos governantes Cristo é o Rei de nossas vidas, e é a Ele que devemos obediência acima de todos.

Como o pequeno São José Sánches fez, possamos nós hoje bradar: Viva Cristo Rei, mesmo que o mundo pregue o contrário, mesmo que o mundo pregue o ateísmo, as falsas ideologias, a negação da fé. Cristo é, sempre foi e sempre será o Rei do Universo.

Viva Cristo Rei!