Virtudes Cardeais
“Serão felizes se o puserem em prática” (Jo 13,17).
Já falamos sobre as Virtudes Teologais e agora falaremos sobre as Virtudes Cardeais, ou seja: as virtudes humanas.
O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 1803, define virtude como sendo “uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite à pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si, com todas as forças sensíveis e espirituais. A pessoa virtuosa tende ao bem, procura-o e escolhe-o na prática”
As Virtudes Cardeais são aquelas virtudes naturais do ser humano, que podem ser adquiridas por qualquer pessoa que as busque, e são aprimoradas por meio da repetição, diferente das virtudes teologais que são infundidas por Deus no batismo.
O nome: “Virtudes Cardeais”, vem da palavra cardeal, inicial, dobradiça, que significa que elas são as principais virtudes humanas, das quais derivam todas as outras.
As Virtudes Cardeais são 4:
- Justiça,
- Prudência
- Fortaleza
- Temperança
Vamos meditar um pouco sobre cada uma delas.
A Justiça:
“É a virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido (CIC 1807).
Essa virtude coloca regra à nossa convivência, tornando possível o bem comum, defende a dignidade humana e está ligada aos direitos humanos. Platão defende a Justiça como a virtude de todos os cidadãos.
“O homem justo, muitas vezes mencionado nas Escrituras, distingue-se pela correção habitual de seus pensamentos e pela retidão da sua conduta para com o próximo” (CIC 1807).
A prudência:
“É a virtude que dispõe a razão prática a discernir as circunstâncias, escolhendo assim o meio adequado para realizar algum bem” (CIC 1806).
Santo Tomás de Aquino afirma que a prudência é a mãe de todas as virtudes, pois, de acordo com o Doutor Angélico, é ela que modera as outras virtudes para que não se tornem vícios e causem mal ao homem. (Suma Teológica, II-II, q. 47, a. 13).
A prudência muito difere da covardia, pois para ser prudente e escolher o bem é necessária muita coragem.
A Fortaleza:
“É a virtude moral que dá segurança nas dificuldades, firmeza e constância na procura do bem” (CIC 1808).
É a fortaleza a virtude que nos ajuda a suportar as provações, as perseguições e dificuldades, ela nos ajuda a vencer o medo e, de acordo com são Tomás de Aquino, é ela que nos ajuda a enfrentar o erro e o mal por causa do Justo Bem.
A Temperança:
“É a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados” (CIC 1809).
A temperança é a capacidade de dominarmos nossos instintos e a natureza decaída que há em nós. Com a virtude da temperança somos capazes de educar nossa vontade e dominar nossas paixões.
“A pessoa temperante orienta para o bem seus apetites sensíveis, guarda uma santa discrição e ‘não se deixa levar a seguir as paixões do coração’” (CIC 1809).
Essas são as 4 Virtudes Cardeais, e todo ser humano é capaz delas.
É preciso escolha e exercício
É necessário educar nossa vontade, nos empenharmos em crescer nessas 4 virtudes, exercitando sempre que possível através de atos concretos e uma repetição incessante.
Aristóteles relaciona a vida virtuosa à vida feliz. A felicidade é fruto da virtude.
Toda a Doutrina Católica visa a santidade do ser humano. Por isso, esse é o princípio da vida cristã, sem a virtude não há felicidade.
Contemos com a graça de Deus para nos ajudar a crescer em virtude e potencializar as que já possuímos.
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