Se eu curtisse o momento?
Passando estes dias por Isolamento Social, fica fácil de entendermos o que estamos fazendo de nossas vidas e no rumo que estamos dando a ela.
Seria mais
Sendo assim, pensei:
Se eu curtisse o momento, eu seria mais feliz, pois, me sentiria mais calma e tranquila, mais paciente e mais serena. Levantaria menos preocupada com as tarefas a ser desempenhadas.
Conseguiria ao abrir os olhos, prestar atenção primeiro em minha respiração e ao me dar conta de que estou viva, agradeceria por mais um dia, por mais uma oportunidade, entendendo a vida como um dom divino.
Rezaria pedindo a Deus que me desse sabedoria para lidar com as dificuldades mas, principalmente, eu pediria que eu pudesse aproveitar melhor os momentos daquele dia, dando pouco importância para o que não fosse útil, não fosse necessário, não fosse relevante ou não fosse significativo.
Se eu curtisse o momento, eu daria mais risadas e me sentiria mais leve, pois entenderia que tudo passa e não ficaria remoendo aflições e tentando resolver coisas que não me competem. Separaria o que é meu e o que é do outro.
O tempo presente
O que é do agora e o que é do passado. O que é do agora e o que é do futuro. Eu também separaria o que eu consigo, daquilo que por falta de conhecimento, habilidade ou percepção simplesmente não dou conta. E eu não ficaria chateada por isso, pois olharia para as minhas limitações com menos cobrança e mais compreensão.
E diante dos erros, depois de passar raiva, ficar frustrada ou de cair em gargalhadas, rindo de mim mesma, tomaria pra mim cada lição que aquele momento me proporcionou, cada aprendizado que nenhum livro, aula ou palestra poderia me trazer.
Se eu curtisse o momento, eu conheceria melhor meus talentos, pois diante de uma tarefa ou algum desafio, eu não daria ouvidos às minhas inseguranças e inquietações, que como cães raivosos que latem e rosnam ficam tentando intimidar qualquer ação.
Força interior
Eu entenderia que sou capaz e me lançaria diante do que precisaria ser feito e faria, com medo ou cheia de coragem. E ao final, ainda celebraria cada gesto, cada atitude, cada passo dado para a realização, ainda que tivesse tido muitos tropeços e quedas pelo caminho.
Reconheceria a grandeza de cada esforço feito para chegar. E eu chegaria ao melhor lugar possível, pois curtindo o momento, eu saberia aonde gostaria de chegar e cada passo dado para isto. Eu não estaria alheia de mim.
Faria um brinde entendendo que bons e maus momentos passam. E cada lágrima que caísse, sendo de alegria ou de tristeza teria um lugar de respeito na prateleira de minhas lembranças.
Mais leve
Se eu curtisse o momento, eu passaria mais momentos ao lado da família e dos queridos amigos. Ouviria mais músicas, leria mais livros, olharia mais para o céu e para as noites estreladas, prestaria mais atenção no cair da tarde rosada de outono ou na beleza de um dia ensolarado de inverno.
Dedicaria mais atenção ao canto dos pássaros e me envolveria olhando para uma flor. Tomaria mais banho de chuva e iria a mais as cachoeiras. Riria mais. E riria mais de novo. Pois rir é muito bom. Teria mais brilho no olhar, mais doçura em minhas palavras, uma escuta mais atenta e gestos mais nobres.
Teria uma relação diferente com o tempo. Deixaria de achar que preciso de mais tempo, pois saberia que tenho tempo suficiente, uma vez que cada hora, cada minuto ou até mesmo cada segundo, seriam eleitos sábios da minha vida me advertindo que aquele momento é único e não voltará mais.
Se eu curtisse mais o momento, isto não seria um sonho. Eu poderia viver assim, pois curtindo o momento eu seria mais feliz.”
Que possamos curtir mais o momento, ainda que o momento disponível seja este.
A paz!
Lídia Correa, Psicóloga Clínica
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