Padre Leandro Antônio fala do Mistério Pascal
O mundo nunca mais será o mesmo
“Se Jesus não tivesse Ressuscitado, vazia seria a nossa fé” (1Cor 15,14)
Essa afirmação de São Paulo expressa o fato mais impactante que os primeiros cristãos experimentaram, e que transformou as suas vidas: depois de Jesus morrer crucificado, o Pai o ressuscita, e os discípulos, que em sua maioria haviam abandonado Jesus, fugindo de medo dos dirigentes do povo judeu e das autoridades romanas, o encontram vivo, plenamente vivo, e esse encontro enche a vida dos discípulos de uma nova alegria transbordante, uma coragem heroica (voltam sem medo para Jerusalém), e uma esperança inabalável na vitória de Jesus contra o mal.
A partir da experiência com Jesus ressuscitado, começa uma nova página na história da humanidade. O mundo nunca mais será o mesmo! O “Mistério Pascal” de Cristo traz uma luz nova a toda realidade.
Em outras palavras, se abre diante dos homens a possibilidade de já nesta vida experimentar uma existência profundamente transformada, restaurada, enfim, ressuscitada!
Toda a vida de Cristo é uma Páscoa
Contudo, algo fundamental para experimentar essa realidade nova é compreender que o Mistério Pascal diz respeito a toda vida de Jesus, e não apenas a sua paixão, morte e ressurreição. Isso significa uma coisa muito importante: vida, morte e ressurreição não devem ser compreendidas de forma separada.
Entre esses fatos existe uma conexão profunda. A vida que Jesus viveu O levou para a morte de cruz! A morte de cruz foi consequência das escolhas profundas que Jesus fez em sua vida!
Ao ressuscitar Jesus, o Pai não está ressuscitando apenas a Sua pessoa, mas está confirmando também a Sua vida, Seus ensinamentos, atitudes, como a única maneira de viver nesta terra que o agrada.
Mas em quê consistiu, em poucas palavras, essa vida que Jesus viveu, que agradou tanto o Pai? “Ele passou a vida fazendo o bem” (At 10,38). A vida de Jesus foi impregnada por uma atitude fundamental: a bondade!
A força da Ressurreição
Ele entendia que assim era a melhor forma de se parecer com o Pai do céu, que faz “nascer o sol sobre maus e bons” (Mt 5,45), isto é, é bom com todos, até com os maus. Jesus não leva a bondade ao extremo, mas o ultrapassa, propondo sermos bons até com quem é mau conosco.
Claro que ele não morreu na cruz apenas porque foi bom. Morreu porque enfrentou os maus! Não cabe discorrer sobre isso agora.
Quem tiver a coragem de assumir a bondade como regra maior de vida, sendo bom até com seus “inimigos”, sem ficar se desculpando ou justificando, será um “verdadeiro filho do Pai do céu” (Mt 5,45), e certamente irá experimentar já nesta vida a mesma força incrível do amor do Pai que ressuscitou Jesus.
Pe. Leandro Antônio
Padre da Aliança de Misericórdia
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