Julgar o outro, a situação, mas olhar para si!

Neste dia de Santa Maria Madalena, onde somos convidados a olhar para sua história, o que Cristo fez com ela e, por fim, buscarmos cada vez mais a configuração ao amor de Cristo por nós, podemos fazer uma breve reflexão com o texto escrito pelo Diácono Júlio Neto.

“Quem é você para julgar?”

“Quem é você para julgar?”. Ouvimos muito isso ultimamente, não é verdade!? Principalmente, quando assuntos polêmicos aparecem nas redes sociais e todo mundo quer (ou é provocado a opinar).

Há dois pontos que precisam ficar claros:

1 – Não somos ninguém para julgar as pessoas. Esta é a atribuição de Deus, que há de vir julgar os vivos e os mortos, como professamos no Credo Apostólico.

Este julgamento é pautado na Misericórdia e temperado com a misericórdia exercida (Cf. Mt 7,1ª). Há de se registrar que Santo Inácio de Loyola diz que:

“A JUSTIÇA DE DEUS TEM A MESMA DIMENSÃO DE SUA MISERICÓRDIA”.

Só quem tem um mínimo de autoconhecimento sabe de suas fraquezas e que, dependendo da situação, seria capaz de agir de forma pior a qualquer um que possa julgar se não fosse a Graça e a Misericórdia de Deus a sustentá-lo. Fato!

2 – Continuamos não sendo ninguém ao julgar situações, pois nossa condição de pecador não muda. Porém, mesmo a Igreja não trazendo julgamentos, tem um critério moral claro que nos habilita sim em reprovar comportamentos e atitudes que sejam intrinsecamente maus, praticados com consciência e liberdade.

Tais comportamentos são matéria de pecado grave, mortal, nos separam da união com Deus, nos “excomungam” até que possamos ser religados pelo Sacramento da Penitência.

Deus quer Misericórdia e não sacrifício. A Igreja é o lugar de TODOS sim. O lugar onde TODOS OS PECADORES são acolhidos e convidados, seriamente, a mudarem de vida.

Mudança de vida

Só um ponto para reflexão: tente me ajudar a lembrar algum pecador que Jesus não tenha acolhido. Mas, me lembre também qual deles acolhidos continuaram a viver a mesma vida.

Por isso, a nós cabe agir com TODOS com Misericórdia. Acolhendo, convidando à conversão e nunca desistindo de ninguém. Pois TODOS são alvos da Misericórdia de Deus.

Julgar o outro, a situação, mas olhar para si!

Por fim, ainda que por causa justa for necessário julgar uma situação, não faça isso antes de olhar para si mesmo e reconhecer que no lugar do outro você seria mil vezes pior. Isso lhe dará verdadeira caridade para acolher com misericórdia, acompanhar com caridade, convidar à conversão e nunca desistir do próximo.

“Onde está o teu irmão…” Gn 4,9

 

Diácono Júlio Neto

Missionário da Aliança de Misericórdia

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