Jesus estendeu a mão e tocou-lhe

“Jesus estendeu a mão e tocou-lhe”

Ó Vida Divina, Tu não tocas para matar, mas para dar a vida; Tu não feres, senão para curar. Quando castigas, tocas ligeiramente e isso basta para consumir o mundo.

Quando afagas, pousas deliberadamente a tua mão forte, a doçura da tua carícia não tem medida. Ó Mão Divina, feriste-me para me curar; fazes morrer em mim o que me priva da vida de Deus, em quem agora me vejo vivo.

E fazes isso pela tua graça generosa, através do toque daquele que é “o esplendor da tua glória, a figura da tua substância” (Heb 1,3), o teu Filho único, a tua Sabedoria que “se estende com vigor de uma extremidade do mundo até à outra” (Sab 8,1).

Ele, o teu Filho único, mão misericordiosa do Pai, é o toque delicado com que me tocaste, feriste e queimaste interiormente.  

Ó toque delicado, Verbo Filho de Deus, Tu penetras subtilmente na nossa alma pela delicadeza do teu ser divino; tocá-la tão delicadamente que a absorves totalmente em Ti, de uma forma tão divina e tão suave “que nunca de tal se ouviu falar em Canaã, nunca tal se viu no país de Teman” (Bar 3,22).

Ó toque delicado do Verbo, tão mais delicado para comigo quanto, derrubando as montanhas e quebrando os rochedos do monte Horeb pela sombra do poder que Te precedia, Te fizeste sentir pelo profeta Elias de forma tão suave e forte “no delicado murmúrio do ar” (1Rs 19,11).

Como és Tu brisa ligeira e subtil? Diz-me como tocas de forma tão leve e delicada, ó Verbo, Filho de Deus, Tu que és tão poderoso e terrível.

Feliz, mil vezes feliz, a alma que tocas de forma tão delicada! (…) “Tu a guardas no segredo da tua face, isto é, do teu Verbo, do teu Filho, ao abrigo das intrigas dos homens” (Sl 30,21).     

São João da Cruz (1542-1591), carmelita descalço, doutor da Igreja
A Viva Chama de Amor, estrofe 2

Segundo Fonte de Evangelho Quotidiano

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