“Jeitinho brasileiro” é o mesmo que dizer desonestidade

Em entrevista ao site da CNBB o arcebispo de Passo Fundo (RS), dom Rodolfo Luís Weber, comenta o livro “Crítica da Razão Tupiniquim’ do jornalista e escritor Roberto Gomes, apontando as mudanças e nuances na forma de pensar do povo brasileiro, em suma: o “jeitinho brasileiro”.

Entender o “jeitinho”

O bispo escreveu um artigo intitulado “A gente dá um jeito”, desmistificando a imagem de que o povo brasileiro é concorde com tudo.

Este jeitinho brasileiro é o mesmo que dizer desonestidade. No artigo o bispo diz que as pessoas até conhecem as regras, mas sempre dá um jeito de burlá-la.

Muitos tem várias multas de trânsito, por exemplo, mas não querem pagar a punição (multa), por vezes, não assumem o erro procurando pessoas para passar os pontos que levaram com aquela infração.

Do menor ao maior

Grandes corrupções começam de pequenas. “As normas são estas, mas para mim ou para aquele grupo são diferentes“, diz em um trecho.

As inúmeras fiscalizações existem para tentar barrar os “jeitinhos”. Alguém que já fez a experiência de abrir algum negócio, ou receber algum benefício do Governo sabe por quantas burocracias deve passar. Mesmo assim a corrupção aumenta.

Essa cultura de desonestidade e de tirar vantagem de tudo gera também um clima de desconfiança mutua. De repente olho para uma pessoa e na minha mente me pergunto “será que ela está sendo honesta comigo?”.

Por que não cumprimos a Lei?

Para que uma sociedade funcione ela precisa de regras, senão seria uma anarquia, onde haveria desrespeito a todos. Tais regras são baseadas em valores e no caso da nossa, somos um povo com valores cristãos. É aceitável que o Brasil seja palco do maior caso de corrupção da história?

O assunto é muito extenso, mas neste artigo podemos ter uma luz ao observar o comportamento da média do povo brasileiro encontramos uma mentalidade de injustiçado e vitimista.

Muitos, quando transgridem uma regra, logo justificam ‘eu tenho direito’, ‘não posso deixar que se aproveitem’, ‘outro faria igual, faço primeiro’.

O que fazer?

Ensinar o que é justo: ter consciência que nas pequenas ações se constrói uma grande; nascemos com a semente do bem para que, cultivando-a aos poucos aprendamos a dizer não às más inclinações.

Ensinar à uma criança que ela não deve tirar dinheiro da carteira da mamãe, mesmo que seja para comprar um doce, vai ajudá-la mais tarde a entender que tudo tem um limite e que ela não pode se apropriar dos bens alheios, mesmo que seja de sua mãe.

Encontramos uma paródia muito inteligente num canal do YouTube chamado Hipócritas, que faz uma crítica ao “jeitinho brasileiro”, que leva cada um à uma profunda reflexão.

Abandonar o vitimismo: é uma praga que corrói a razão e o bom senso fazendo com que a pessoa viva de ressentimentos e por consequência insensível às consequências de suas ações. Uma pessoa ressentida olha só para o seu sofrimento e na maneira de alivia-lo.

Se identificou com alguma atitude? Então, é hora de mudar. Pedir a luz do Espírito Santo para que mostre onde, no dia a dia, quais atitudes te fazem cair em falsidades e enganos. Vale a pena seguir a verdade.

Segundo fonte de CNBB

Resenha do livro Crítica da Razão Tupiniquim

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