Hoje nasceu para vós o Salvador!

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“Hoje nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!” (Lc 2,11)

Tempo do advento, tempo de espera. A Igreja neste período nos conduz à experiência do nascimento do Menino Deus, tempo este que nos faz adentrar no mistério da simplicidade e da entrega total de um Deus que se encarna. Deus fez-se carne e veio morar no meio de nós, para que pudéssemos ser salvos.

Deus poderia se manifestar de vários modos, e escolheu a forma mais genuína para se revelar ao homem: tornou-se criança. Quem de nós seria capaz de ter medo de uma?

Acredito que nenhum de nós, pelo contrário, diante de uma criança nos tornamos também como ela. Nosso modo de falar muda, parecemos até mesmo “bobos”, quando vemos uma criança.

Queremos abraçá-la, protegê-la; onde há um pequenino, toda a nossa atenção está voltada para ele, e ainda mais, neste ambiente não falta alegria, entrega, amor. Não somos capazes de fazer qualquer mal, pois é um ser frágil e dependente.

  1. Ambrósio vai dizer que Deus “Fez-se pequeno para nos tornar grandes; quis ser envolvido em paninhos para nos livrar das cadeias da morte; desceu à terra a fim de que pudéssemos subir ao céu. Eis pois o Ser imenso feito criança; Aquele que os céus não podem conter, ei-lo enfeixado em pobres paninhos, e deitado num presépio estreito e grosseiro, sobre um pouco de palhas que lhe servem de leito e de travesseiro!”

Ao olhar para a espiritualidade do Menino Jesus, meu coração se comove. Destaco esta curta frase de santo Ambrósio “desceu à terra a fim de que pudéssemos subir ao céu”. Nos encontramos perante o mistério do amor, que dá sentido à nossa vida e que nos faz perceber que nesta espiritualidade é necessário ser pequeno, é necessário ser humilde, é necessário romper com a vaidade do mundo, com a soberba de achar-se grande.

“Nasceu para nós um salvador”, um nascimento esperado por muitos, que surpreende a todos e que traz a realeza de uma maneira diferente. Deus, não usando do seu direito de ser Deus, enche o mundo com a beleza da simplicidade.

A espiritualidade do Menino Deus é uma espiritualidade cheia de sentido, revela a fragilidade e pequenez de uma criança que depende totalmente de seus pais. Deus escolheu um modo simples para se revelar, veio de modo a confundir os sábios de sua época.

Há cinco anos atrás, tive a oportunidade de ir à Terra Santa. Posso dizer que era a realização de um grande sonho conhecer a terra onde Jesus nasceu e exerceu seu ministério.

Fiquei uma semana e em cada lugar que passávamos tocava meu coração. Mas, não posso deixar de destacar que quando fomos à Belém, no lugar do nascimento do Menino Jesus, foi um dos lugares mais emocionantes. Não consegui conter as lágrimas; naquele momento passava em minha memória como que um filme. Estava ali e pensava: “Aqui nasceu o Senhor! Que mistério!”

Que mistério lindo que não cabe em nossas mãos e em nosso entendimento, mas que podemos chegar perto pela contemplação, somente contemplando é que poderemos nos aproximar desta grande realidade do nascimento.    

Infelizmente, vivemos em um mundo cada vez mais barulhento, onde o que supera é o ser grande, a vaidade do saber e, na necessidade de provar o que se diz, o homem é levado para fora do caminho da contemplação. Somos a cada dia movidos a mostrar a nossa grandeza e que ser pequeno, ser frágil é sinal de fraqueza.

Por fim, termino com o que diz são Bernardo: “Meu divino Redentor, na medida que vos abaixastes, fazendo-vos homem e criança, brilharam a misericórdia e o amor que nos mostrastes a fim de ganhar os nossos corações”.

Irmãos, que este mistério da misericórdia encarnada possa dar sentido àquilo que buscamos nesta terra. O amor veio morar entre nós e a Misericórdia veio abraçar a nossa humanidade.

Que possamos nos deixar penetrar neste amor. Que seja este amor a seduzir o nosso coração. Corramos a Belém para encontrar o Menino Jesus!

Obs.: Não poderia deixar de citar a nossa doutora da Igreja, Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, nossa Teresinha que nos auxilia com a sua espiritualidade a amar este Menino.

Menino, tu sabes o meu nome – Poesia 42. (Obras completas)

Menino, tu sabes o meu nome,

E o teu doce olhar chama-me

Diz-me: Simples abandono

Eu quero guiar a tua barca.

Com a tua mãozinha de criança

Ó que maravilha!

Com a tua vozinha de criança

Acalmas o mar que ruge e o vento!…

Se quiseres descansar

Quando a tempestade clama

Digna-Te pousar no meu coração

A tua cabecinha loira…

Como és lindo o teu sorriso

Quando estás a dormir!…

Sempre com o meu anto mais doce

Quero embalar-Te ternamente

Lindo Menino!

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