DIA MUNDIAL DOS POBRES
“Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14, 7)
O Dia Mundial dos Pobres foi instituído pelo Papa Francisco em sua Carta Apostólica Misericordia et Misera, emitida em 20 de novembro, de 2016. A carta tem a intenção de nos relembrar a importância de olharmos para o pobre e lembramos daquilo que a Igreja sempre pregou: que eles são os favoritos de Deus.
Este ano, a data será celebrada no dia 13 de novembro. Em sua mensagem para a ocasião, o Papa Francisco se utilizou da passagem de São Marcos 14,7, para nos lembrar que sempre teremos pobres entre nós e que Cristo é o Pobre por excelência:
“Jesus recorda-lhes que Ele é o primeiro pobre, o mais pobre entre os pobres, porque os representa a todos. E é também em nome dos pobres, das pessoas abandonadas, marginalizadas e discriminadas que o Filho de Deus aceita o gesto daquela mulher…”
O Papa recordou que Jesus assim se fez por amor a nós e que em nome deles aceita o amor e caridade daquela mulher do Evangelho. Além disso, ressaltou:
“…Não encontramos (Jesus) quando e onde queremos, mas reconhecemo-Lo na vida dos pobres, na sua tribulação e indigência, nas condições por vezes desumanas em que são obrigados a viver. Não me canso de repetir que os pobres são verdadeiros evangelizadores, porque foram os primeiros a ser evangelizados e chamados a partilhar a bem-aventurança do Senhor e o seu Reino”.
Um compromisso como Igreja
Em sua mensagem, o Papa ainda relembrou que nós, como católicos, temos um compromisso, não somente de ações assistenciais, mas de uma atenção verdadeira prestada ao outro. Afirmou ele:
“O nosso compromisso não consiste exclusivamente em ações ou em programas de promoção e assistência; aquilo que o Espírito põe em movimento não é um excesso de ativismo, mas primariamente uma atenção prestada ao outro, considerando-o como um só consigo mesmo. Esta atenção amiga é o início duma verdadeira preocupação pela sua pessoa e, a partir dela, desejo de procurar efetivamente o seu bem” (Papa Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 198-199).
Para finalizar, o Papa Francisco faz um apelo à Igreja, para que as paróquias locais abram-se ao movimento de evangelização que busca ir ao encontro do pobre: “Não podemos ficar à espera que batam à nossa porta; é urgente ir ter com eles às suas casas, aos hospitais e casas de assistência, à estrada e aos cantos escuros onde, por vezes, se escondem, aos centros de refúgio e de acolhimento…
É importante compreender como se sentem, o que estão a passar e quais os desejos que têm no coração…Os pobres estão no meio de nós. Como seria evangélico, se pudéssemos dizer com toda a verdade: também nós somos pobres, porque só assim conseguiríamos realmente reconhecê-los e fazê-los tornar-se parte da nossa vida e instrumento de salvação”
(Mensagem Do Santo Padre Francisco Para O V Dia Mundial Dos Pobres)
Os pobres são os nossos mestres
Como Aliança de Misericórdia, nosso Estatuto nos ensina que os favoritos do Senhor nos convertem e nos impulsionam a sermos cada vez mais livres: “Do pobre aprendemos a nos alegrar com o pouco, a apreciar tudo, a partilhar cada coisa, a agradecer e a pedir perdão, a recomeçar sempre com humildade, com o coração livre, com o coração de criança”. (Constituições da Aliança – 48)
Como evangelizadores, somos chamados a nos fazer um com o pobre, entendendo que nele encontramos o Cristo abandonado e esquecido.
A Aliança nasceu em meio a essa realidade e nosso trabalho é para eles, seja através das diversas evangelizações ou dos projetos sociais, que têm por intuito o resgate da dignidade desses irmãos, ajudando-os a buscar uma vida melhor.
Neste dia 14, seguindo nossa vocação e em comunhão com o desejo da Igreja expresso através da mensagem do Papa Francisco, possamos dizer: “também nós somos pobres e nos pobres encontramos o ‘sacramento’ vivo do Cristo”.
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