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Desafios e caminho de maturidade na evangelização em Roma

A passos de “formiguinha” os frutos da evangelização vão confirmando o chamado de Deus para esse Carisma nessa terra.

 “Levanta, toma teu leito e anda!”

Assim disse Jesus ao homem doente que vivia deitado sob os pórticos diante da piscina de Betesda (Jo 5,8), em Jerusalém, há 38 anos e a espera de uma cura. O Evangelho narra que depois disso o homem imediatamente ficou curado, tomou o seu leito e começou a andar.

Essa ordem de Jesus para se levantar se repete tantas outras vezes no Novo Testamento, como em Marcos 5, 41, onde Jesus vai ao encontro da filha de Jairo, já tida como morta, e ao chegar diz a ela: “Thalita Kum“, o que significa menina, eu te digo, levanta-te.

Nessas duas situações em especial, a ordem para se levantar é acompanhada de uma orientação. No caso da menina, Jesus ordena que deem de comer a ela, pois se tratava de uma criança.

Já no caso do doente em Betesda Jesus fala para pegar seu leito e andar. Ou seja, Jesus realiza a cura, mas entrega ao doente curado a responsabilidade pelos passos seguintes. Sua maturidade humana faz com que Jesus confie a ele responsabilidades próprias.

 A pedagogia de Jesus que continua a nos ensinar

Foi justamente essa reflexão que impulsionou e confirmou os jovens da missão da Aliança em Roma a persistirem na realização do encontro querigmático que estavam organizando, depois de tantas provações.

A passagem da cura da filha de Jairo é que orienta os encontros “Thalita Kum”, realizados pela Aliança de Misericórdia em diversos lugares.

Toda a organização do retiro é feita com muito carinho e detalhes, e no desejo ardente do levar os jovens ao encontro pessoal com o amor de Deus. Sempre se espera a presença de muitos deles, mas nem sempre é o que acontece dependendo da realidade do local.

 Desafios da evangelização em Roma

Jovens do TK de Roma
Jovens do TK de Roma.

A evangelização em Roma encontra suas resistências. O missionário Rafael Brito, que junto a sua esposa Lilian são responsáveis pela missão no local, experimentam várias dificuldades nesse sentido, onde pacientemente buscam cumprir a missão de evangelizar, vendo que ela acontece aos poucos, como um “trabalho de formiguinha”.

Já faz três anos que um pequeno grupo na cidade se reúne para levar o carisma da Misericórdia, mas somente há pouco mais de um ano é que conseguiram um lugar fixo para se encontrarem e realizar atividades de evangelização.

São conquistas muito comemoradas, que aos poucos vão confirmando o chamado de Deus para esse Carisma naquela terra.

 Depois de um tempo de abastecimento, hora de transbordar

Nesses últimos 4 meses, após um ano sem a organização do Encontro TK, o grupo já realizou dois. Se deparando com dificuldades, mas confiando no conduzir de Deus.

No primeiro, que aconteceu em janeiro, nove jovens fizeram a experiência e cinco deles hoje permanecem perseverando junto ao grupo no local.

Já no segundo, que foi realizado nos dias 6 e 7 de abril, mais uma vez o grupo experimentou da ação pela fé, agindo pela confiança nos planos de Deus.

Entre algumas dificuldades que foram surgindo e com apenas 3 jovens confirmados para fazer o encontro, depois de toda preparação, o ânimo só foi renovado a partir de uma noite de louvor.

Um dia antes do encontro, na praça de São Pedro, os jovens rezaram e meditaram com a Palavra litúrgica do dia, que propriamente narrava a história do enfermo deitado sob os pórticos da piscina de Betesda.

Refletindo sobre esse acontecimento, como escamas caindo dos olhos, se perceberam como aquele enfermo. Estavam eles ali sob os pórticos do Vaticano, ouvindo de Jesus a ordem “Levanta, toma teu leito e anda!”.

Um sinal do desejo de Deus e sua confiança neles, que os conduz com passos de maturidade. Decidiram que, independentemente da quantidade de cursistas, o encontro aconteceria, porque para Deus uma vida vale muito!

Saiba mais: Jovem evangelizando jovem: Encontro Thalita Kum

 Entre lágrimas plantaram e com alegria já colhem

Quando um “SIM” é dito a Deus ali Suas maravilhas podem ser contempladas. E foi o que já aconteceu com a realização desses dois encontros.

Depois de um bom tempo de “vida oculta” e tantas lutas para essa evangelização, os testemunhos fortaleceram os corações exaustos após tanto trabalho.

Um jovem cursista, que havia programado seu suicídio após passar por momentos de perdas, tristezas e envolvimento com drogas, mesmo diante de tamanho sofrimento, escolheu se dar a última chance e fazer o encontro dias antes do marcado para pôr fim aquele sofrimento.

 “Todos os momentos foram fortes, mas o que mais me tocou foi o olhar de vocês pra mim. Foi a primeira vez que me senti acolhido dento da Igreja”, testemunhou ele ao missionário.

Depois de viver isso, se sentir visto e aceito pelo o que é, desistiu do suicídio e hoje está caminhando com o grupo, buscando a conversão diária.

Nunca é tarde para recomeçar

Nunca é tarde para o encontro pessoal com o amor de Deus, e todo tempo é oportuno para essa experiência.

Foi o que mostrou também ao grupo um padre polonês, que inicialmente esteve no encontro para atender confissões, mas surpreendeu a todos ficando o tempo todo na sala de palestras e participando profundamente de todos os momentos.

Padre Adam é sacerdote há 6 anos, doutor em Teologia Dogmática e está em Roma para os estudos do seu Pós-Doc.

Humildemente se colocou como um filho e ali ouviu do Pai o quanto é amado, desmanchando o sentimento de rejeição que inconscientemente carregava dentro de si por conta de sua história de vida.

Sentiu-se honradamente chamado por Ele ao serviço que hoje se dedica e com isso agradeceu aquele grupo, porque sentiu a sua vocação sendo salva.

 O olhar de Cristo é individual

Em uma época digital, onde todas as informações alcançam rapidamente muitas pessoas, corremos o risco de adaptar isso a mensagem do Reino, massificando a Boa-Nova e esquecendo de que o Evangelho é para todos, mas que Deus fala individualmente.

Não são as 99 ovelhas que atraem a atenção do Pastor, mas sim aquela uma que longe está.

Jesus trabalhava com as pessoas, pessoalmente e isso pra mim é meu modo de viver e de evangelizar. Então, se precisarmos estar com uma pessoa já cumprimos a nossa missão“, destacou Rafael Brito, que junto a sua esposa, missionária Lilian Furlan, e seus dois filhos, têm acompanhado de perto esses pequenos, porém firmes passos da missão em Roma.

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