Beata Assunta Marchetti: Santidade brasileira

A Beata Assunta Marchetti, é uma das grandes figuras que passaram pela Terra de Santa Cruz e fizeram a diferença. Sendo elevada pela Igreja ao título de beata. Nasceu em 15 de agosto de 1871, em Lombrici, província de Lucca, Itália. Filha de Angelo Marchetti e Carolina Ghilarducci, cresceu em uma família de moleiros, dedicada à moagem de cereais.

Desde jovem, Assunta demonstrou um forte desejo de seguir uma vida religiosa, aspirando ser irmã Clarissa. No entanto, as responsabilidades familiares e a necessidade de ajudar sua mãe doente e seus numerosos irmãos adiaram seus planos.

A Chamada para o Brasil

Nos anos finais do século XIX, a imigração italiana para as Américas estava em pleno curso, e o irmão de Assunta, Pe. José Marchetti, foi inspirado pelo Beato Dom João Batista Scalabrini a embarcar para o Brasil em 1894.

Em São Paulo, Pe. José fundou o Orfanato Cristóvão Colombo e, ao retornar à Itália, convidou Assunta a se juntar a ele na missão de ajudar os órfãos e imigrantes. Inicialmente relutante, pois queria uma vida de clausura, Assunta foi convencida pelas palavras de seu irmão e pelo chamado divino, aceitando o desafio aos 24 anos de idade.

A Fundação das Irmãs Carlistas

Em outubro de 1895, Assunta, sua mãe e outras duas vocacionadas partiram para o Brasil, formando o núcleo inicial das ‘Servas dos Órfãos e Abandonados no Exterior’, a congregação fundada por Dom Scalabrini e Pe. José. A chegada a São Paulo marcou o início de uma vida de intenso trabalho e dedicação. Assunta assumiu a liderança do grupo, enfrentando desafios como epidemias de cólera e difteria, e cuidando de centenas de órfãos, gestantes e imigrantes.

A morte prematura de seu irmão José em 1896 colocou Assunta à frente da congregação. Sob sua liderança, a congregação passou a se chamar Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, conhecidas como Scalabrinianas ou Irmãs Carlistas.

A Beata Assunta defendeu fervorosamente o carisma original da congregação, resistindo à tentativa de fusão com outra congregação proposta por Dom Scalabrini. Sua firmeza e devoção garantiram a autonomia das Irmãs Carlistas.

Vida de Serviço e Dedicação

Durante sua vida missionária, Assunta demonstrou um heroísmo inabalável. Atuava incansavelmente nos hospitais, orfanatos e comunidades, sempre disposta a servir aos mais necessitados. Seu lema era simples e profundo: “Tudo o que acontece é bom, porque vem de Deus.” Sua devoção à Eucaristia e aos pobres era exemplar, vivendo uma vida de simplicidade e serviço contínuo.

Últimos Anos e Legado

Nos seus últimos meses, Assunta enfrentou limitações físicas, vivendo em uma cadeira de rodas. Ainda assim, manteve-se ativa e preocupada com o bem-estar de sua congregação e dos órfãos. Em 1º de julho de 1948, após 53 anos de vida missionária, Madre Assunta faleceu tranquilamente, cercada pelos órfãos que tanto amava.

Beatificação e Reconhecimento

Hoje, o legado de Beata Assunta Marchetti vive nas mais de 800 Irmãs Carlistas espalhadas por 20 nações em quatro continentes. Sua beatificação em 25 de outubro de 2014, na Catedral da Sé, São Paulo, foi um reconhecimento de sua vida de santidade e dedicação ao serviço dos mais vulneráveis. Madre Assunta Marchetti é um exemplo de amor e devoção, inspirando gerações futuras a seguir seu caminho de fé e serviço ao próximo.

Veja também: Quem são os santos brasileiros?

 

 

 

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