Entre os dias 7 e 17 de outubro, os missionários da Aliança de Misericórdia realizou uma missão em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, uma cidade atingida pela enchente de Maio. Com cerca de 45 mil habitantes, a população local enfrentava a dura tarefa de reconstruir suas casas e vidas em meio ao luto coletivo.

A missão, que contou com a presença por 21 missionários, entre padres, diácono, celibatárias e 3 missionários de aliança, teve como objetivo ajudar a reconstruir o local, além de evangelizar e levar o carisma ao povo gaúcho.

A missão começou com visitas de porta em portal às famílias que perderam tudo na enchente, nos hospitais e escolas, participaram de um podcast local, e de um programa de rádio. Além disso, organizaram um Cerco de Jericó na Paróquia Nossa Senhora Medianeira. Em parceria com o grupo Anjos da Madrugada, que distribui marmitas para pessoas em situação de rua, dormiram e evangelizaram.

No sábado, a missão realizou um momento especial de oração com o grupo de intercessão da paróquia, rezando mil Ave-Marias. Também fizeram a evangelização Maria Madalena, visitando boates e pontos de prostituição, onde conversaram com as mulheres e as convidaram para participar das atividades da igreja.

Conheça dois bonitos testemunhos da missão:

“O testemunho do Padre Ezequiel, pároco da Paróquia Nossa Senhora Medianeira, foi um dos pontos mais emocionantes da missão. Mesmo tendo perdido sua casa paroquial nas enchentes, o padre permaneceu firme ao lado de sua comunidade, sem abandonar seu povo. Ele compartilhou como, na primeira missão da Aliança, sentiu-se restaurado espiritualmente. Agora, na segunda missão, viu sua paróquia transformada. No início, a participação dos fiéis era pequena, mas na última missa do Cerco de Jericó, a igreja estava lotada, testemunhando o poder da evangelização e da presença dos missionários.”

“Uma das grandes graças dessa missão foi a vida do Léo, um jovem envolvido com o tráfico de drogas. Durante uma evangelização em um dos bairros mais perigosos da cidade, os missionários decidiram abordar os traficantes locais. Léo, com uma expressão séria e desconfiada, chamou a atenção de uma das missionárias, que, sem hesitar, o convidou para uma oração. Durante esse momento de oração, uma palavra de ciência revelou que Léo era órfão desde os 3 anos e que, devido à solidão e abandono, havia se envolvido no mundo do crime.

Tocado pela oração, Léo revelou estar em um momento decisivo: havia perdido drogas e sabia que estava em sua última chance com o tráfico. Os missionários, sensibilizados, o convidaram para um café, mas o levaram, na verdade, para o aniversário da avó da secretária da paróquia. Em poucas horas, ele passou de uma esquina de tráfico para uma mesa de família, onde foi acolhido com carinho e atenção. Esse gesto simples foi decisivo para Léo, que, impactado pelo acolhimento, decidiu abandonar as drogas. Jogou fora tudo o que tinha consigo – drogas, cachimbo e outros objetos – e pediu ajuda para mudar de vida.

No mesmo dia, Léo foi encaminhado para uma casa de acolhida ligada à paróquia, onde iniciou seu processo de recuperação. Em menos de 24 horas, sua vida havia mudado completamente. De traficante, ele se tornou um novo membro da comunidade, acolhido por uma família espiritual que o ajudou a dar os primeiros passos para uma vida nova e livre das drogas.”