O que significa ser consagrado?
“Ser consagrado significa não ir ao Paraíso sozinho”. No dia em que a Igreja celebra o dia da Vida Consagrada, queremos meditar com essa bonita frase do nosso irmão Nivaldo da Cruz, primeiro missionário da Aliança de Misericórdia.
O que significa ser consagrado? Ser consagrado significa não ir ao paraíso sozinho… essa frase define de forma simples e muito profunda a verdadeira vocação do consagrado: levar as almas para o céu.
Veja também: Ir. Nivaldo da Cruz, ícone do carisma da misericórdia
A vida consagrada “imita mais de perto, e perpetuamente representa na Igreja a forma de vida que Jesus, supremo consagrado e missionário do Pai para o seu Reino, abraçou e propôs aos discípulos que O seguiam” (Mensagem para a celebração do I Dia da Vida Consagrada)
Quando olhamos superficialmente, temos a impressão de que a vida de um consagrado é uma vida solitária: não se vê a família ao redor como no caso dos casais. Porém, quando olhamos mais de perto, vemos que a vida do consagrado não é uma vida solitária, pelo contrário.
O consagrado, quando celibatário, abre mão de uma família biológica para gerar centenas de famílias espirituais, abre mão de uma esposa ou de um marido para ter a Igreja como esposa.
Porém, todo membro vinculado da Aliança de Misericórdia é chamado a vida consagrada, nos consagramos ao Senhor através do carisma, seja qual for nosso estado de vida e circunstância particular.
Os leigos consagrados vivem sua consagração na família e trabalho, os celibatários através da missão, etc.
A vida consagrada revela a íntima vocação da Igreja de pertencer somente ao seu Senhor. A diversidade de carismas e formas de vida consagrada revelam a beleza do pertencimento a Deus, cada uma com sua identidade.
O consagrado é alguém que dá testemunho de que o mundo pode ser diferente, como uma antecipação do eterno. A vida consagrada é uma vida doada ao Divino Esposa em qualquer circunstância ou estado de vida, uma vida doada e à humanidade. O consagrado gera em si, com seu SIM e com sua vocação, filhos espirituais.
Não são necessariamente filhos que ele cria para trabalhar e sim filhos que ele educa para o céu; o consagrado não alimenta para dar saúde corporal, mas com sua vocação, oração e ensinamento, dá o alimento da alma, o próprio Cristo.
Ser consagrado é isso: não é ser sozinho, mas levar consigo as pessoas para o céu. O consagrado ama o silêncio, porque nele encontra o Mestre; ele é totalmente de Deus e totalmente dos homens.
Sua vida, seus afetos, seus sentidos estão todos entregues a Deus, mas suas energias e seu trabalho estão voltados para os homens, para levar os homens ao conhecimento de Deus, para levar a misericórdia a todos os filhos e assim caminhar rumo ao prêmio eterno.
Por fim, ser consagrado é ser profundamente feliz, pois o consagrado sabe que escolheu, como Maria, a melhor parte, escolheu o Senhor e sabe que vive de certa forma a realidade celeste já na terra.
O Papa Francisco, em sua carta aos Consagrados e Consagradas, deu o nome de “Alegrai-vos” para a carta, sinal dessa felicidade que deve acompanhar o consagrado em sua vida. Vejamos um trecho que o Santo Padre disse:
“Esta é a beleza da consagração: é a alegria, a alegria… A alegria de levar a todos a consolação de Deus. Não há santidade na tristeza, continua o Santo Padre, « não andeis tristes como os que não têm esperança », escrevia São Paulo (1Ts 4, 13).
A alegria não é um adorno inútil, mas exigência e fundamento da vida humana. Nas preocupações de cada dia, todo o homem e mulher procura alcançar a alegria e permanecer nela com todo o seu ser.
No mundo há, muitas vezes, um déficit de alegria. Não somos chamados a realizar gestos épicos nem a proclamar palavras altissonantes, mas a testemunhar a alegria que brota da certeza de sentir-se amado, da confiança de ser salvo…
Queria dizer-vos uma palavra, e a palavra é alegria. Onde estão os consagrados, os seminaristas, as religiosas e os religiosos, os jovens, há sempre alegria, há sempre júbilo! É a alegria do vigor, é a alegria de seguir Jesus; a alegria que nos dá o Espírito Santo, não a alegria do mundo. Há alegria!”.
Fonte: Alegrai-vos Carta circular aos consagrados e consagradas
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