A gravidade do pecado: pecado Mortal e Venial

O Catecismo da Igreja Católica (CIC), no parágrafo 1854 nos ensina:

“Os pecados devem ser julgados segundo a sua gravidade. O pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave à Lei de Deus. Desvia o homem de Deus, que é o seu último fim, a sua bem-aventurança, preferindo-Lhe um bem inferior. Já o pecado venial deixa subsistir a caridade, embora ofendendo-a e ferindo-a”.

O Pecado Mortal

O pecado mortal, atacando em nós o princípio vital que é a caridade, torna necessária uma nova iniciativa da misericórdia de Deus e uma conversão do coração, que normalmente se realiza no quadro do sacramento da Reconciliação.

Para que um pecado seja mortal, requerem-se, em simultâneo, três condições: “É pecado mortal o que tem por objeto uma matéria grave, e é cometido com plena consciência e de propósito deliberado” (CIC 1857).

A matéria grave é uma falta contra os Dez Mandamentos.

A gravidade dos pecados é maior ou menor: um homicídio é mais grave que um roubo, por exemplo.

A qualidade das pessoas lesadas também entra em linha de conta: a violência cometida contra pessoas da própria família é, por sua natureza, mais grave que a exercida contra estranhos.

Para que o pecado seja mortal tem de ser cometido com plena consciência e total consentimento. É preciso saber que aquilo é pecado, conhecer que é errado e escolher praticar o ato.

É importante definir que a ignorância simulada e o endurecimento do coração não diminuem, antes aumentam, o carácter voluntário do pecado.

Ou seja, não adianta não buscar saber se é ou não pecado, pois assim você está simulando a ignorância.

“A ignorância involuntária pode diminuir, ou mesmo desculpar, a imputabilidade duma falta grave. Mas, parte-se do princípio de que ninguém ignora os princípios da lei moral, inscritos na consciência de todo o homem.

Os impulsos da sensibilidade e as paixões podem também diminuir o carácter voluntário e livre da falta. O mesmo se diga de pressões externas e de perturbações patológicas. O pecado cometido por malícia, por escolha deliberada do mal, é o mais grave” (CIC 1860).

O pecado mortal é uma possibilidade da liberdade humana, tal como o próprio amor. Tem como consequência a perda da caridade e a privação da graça santificante, ou seja, do estado de graça.

E se não for resgatado pelo arrependimento e pelo perdão de Deus, originará a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no Inferno, uma vez que a nossa liberdade tem capacidade para fazer escolhas definitivas, irreversíveis.

No entanto, embora nos seja possível julgar se um ato é, em si, uma falta grave, devemos confiar o juízo sobre às pessoas, à justiça e, principalmente, à misericórdia de Deus.

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O Pecado Venial

Comete-se um pecado venial quando, em matéria leve, não se observa a medida prescrita pela lei moral ou quando, em matéria grave, se desobedece à lei moral, mas sem pleno conhecimento ou sem total consentimento.

O pecado venial enfraquece a caridade, traduz um afeto desordenado aos bens criados, impede o progresso da pessoa no exercício das virtudes e na prática do bem moral; e merece penas temporais.

O pecado venial deliberado e não seguido de arrependimento, dispõe, a pouco e pouco, para cometer o pecado mortal.

No entanto, o pecado venial não quebra a aliança com Deus e é humanamente reparável com a graça de Deus. “Não priva da graça santificante, da amizade com Deus, da caridade, nem, portanto, da bem-aventurança eterna”.

O pecado venial pode ser perdoado no Ato Penitencial da Santa Missa, ou mesmo em um Pai Nosso bem rezado. Já o pecado mortal necessita da confissão sacramental para o perdão.

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Fonte: Catecismo da Igreja Católica

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