Maria Madalena: testemunha de um amor que liberta
Maria Madalena: testemunha de um amor que liberta.
A Misericórdia que nos faz “novas criaturas”
“Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? […] Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais” (Jo 8,10-11).
Foi maravilhoso percorrer com vocês muitos textos bíblicos que mostram a história de personagens que nos ajudam a prosseguir sem desanimar no caminho de discípulos de Jesus. Eles revelam a nossa própria história. Assim, as histórias bíblicas nos ajudam e nos ensinam como caminhar sempre mais fervorosos na fé e no desejo de ofertar a nossa pobre vida.
Maria Madalena
Dentre estes personagens aparece, no Novo Testamento, uma mulher chamada Maria Madalena. É uma presença importantíssima que segue Jesus e os apóstolos. Maria de Magdala era aquela mulher que foi liberta de sete espíritos maus e que junto a outras mulheres segue em todos os lugares o seu Senhor, aquele que a sustenta com os seus bens (cf. Lc 8,2-3). Nesta simples meditação, sua história nos guiará neste artigo a entender como seguir o Senhor Jesus.
A figura de Maria Madalena está presente nos textos do Novo Testamento por doze vezes, marcando sua presença ativa no seguimento de Jesus. Além disso, sempre quando se fala das mulheres que seguem Jesus, o nome dela é sempre um dos primeiros nomes depois da Virgem Maria, a mãe de Jesus. Isto nos diz que, ainda mais nas primeiras comunidades cristãs, o seu testemunho tinha um lugar importante. De certa forma, Maria Madalena nos ensina como toda a nossa existência: dias, minutos, instantes, anos, momentos, fatos, tudo pode ser dado totalmente a Jesus, nosso mestre. É uma dedicação que não tem limites. Ela nos ensina que devemos escolher o Senhor além das nossa Famílias, pai, mãe, irmão, trabalho e ou outros.
“Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? […] Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais” (Jo 8,10-11)
Fidelidade ao Mestre
Um dos momentos importantes da vida de Jesus em que vive esta mulher, é na hora da crucificação do seu mestre, ela se encontra aos pés da Cruz, unida com a mãe dEle, e o discípulo que Jesus mais amava (Jo 19,25). Possivelmente, ela não tem medo dos que estão crucificando o seu Senhor, participa das dores, sofrimentos, e ansiedades dEle. Escuta as palavras que o mestre grita ao Pai do céu: “Eli, Eli, lamá sabactâni”, que quer dizer “meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes”. Ela vive o drama de Jesus e vive Nele este abandono. Mas permanece fiel.
É aquilo que tantos de nós vivemos em alguns momentos da vida: se sente abandonado pelo Pai do céu e por Jesus. Caminhamos com Jesus por tanto tempo, tentando ser fiéis, mas o sentimento de abandono tantas vezes nos pega e nos sentimos sozinhos, sem esperança, sem que ninguém possa nos ajudar.
Maria Madalena permaneceu…
Lembre-se que Maria Madalena, mesmo diante das suas fraquezas, nos ensina a permanecermos fiéis e, portanto, ela não abandona o seu Amado. Pode não entender tudo, porém não foge. Permanece, sobretudo, no momento ápice de dor, de morte, aos pés da cruz de Jesus.
Convido cada um de nós a fazer para sempre essa escolha. Permanecer na dor, agarrados a Cruz de Jesus, oferecendo-Lhe a nossa cruz, que em alguns momentos pode até parecer insuportável.
“Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? […] Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais” (Jo 8,10-11)
O Amor que tudo vence…
Maria Madalena poderia até ter se sentido abandonada pelo seu mestre, porquanto ao redor dela todos gritavam contra Jesus e, seguramente, zombavam daqueles que eram os seus fiéis discípulos. Ela parece estar disposta a ser criticada, caluniada, fazendo compreender que somente com “amor é possível vencer tudo”.
Lembrem-se queridos, que o amor vai além de tudo. Na aurora do domingo de Páscoa ela vai até o sepulcro. Quer estar perto do seu mestre, mesmo morto, porque deseja ardentemente a sua presença. Não importa se tem uma grande pedra que não lhe permitirá ver o corpo dEle. Ela deseja estar com o seu Amado. Espera que alguém possa tirar a pedra para ungir o corpo dEle. Porém, de forma surpreendente, a pedra foi posta de lado, e o sepulcro era vazio e, desse modo, ela procura o corpo do seu Amado, não suporta a ausência de seu mestre.
Além do fato real que ela vive, a ausência do corpo de Jesus, atrás deste fato, o evangelista quer nos dar uma visão mais profunda.
Maria, que foi liberta dos sete demônios, chora, sente toda a sua fraqueza, sente o vazio da vida passada antes de encontrar Jesus, se percebe pecadora. Está triste, tudo se torna inútil e o desespero toma conta dela. Totalmente concentrada em si mesma, nos seus desesperos, não consegue perceber nada. Se sente perdida, triste e quer somente chorar.
Queridos, também nós tantas vezes estamos na mesma situação. Queremos somente chorar porque nos sentimos pecadores, tristes. Sempre estamos tentados parar no passado da nossa vida. Deus permite estes momentos para nos purificar, para nos tornar mais filhos, mais simples e abandonados aos mistérios de Deus, como fez Maria a mãe de Jesus (cf. Lc 1,38).
Jesus, olhando para Maria Magdalena, a chama: “Maria!” Ela reconhece a voz do seu Amado, e ele não a deixa tocá-Lo, mas pede: “vai dizer pra eles que estou vivo, ressuscitei!” E ela corre, corre cheia de felicidade para anunciar que Jesus não é um ausente, mas presente e que nunca abandonou os Seus, o que era dor agora é festa.
“Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? […] Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais” (Jo 8,10-11)
Não podemos nos cansar, precisamos correr ao encontro do Amado. Querer somente Ele e tudo nEle abandonar, somente assim seremos verdadeiros evangelizadores, anunciando que Jesus está ressuscitado, vivo e é a plenitude da vida para todos os que nEle crer. Por isso, não olhemos mais somente a nós mesmos, Jesus nos envia, como enviou Maria Madalena: “vai eu te envio e a minha Palavra será fonte de vida para muitos”.
Coragem! Deus é sempre fiel!
Pe. Antonello Cadeddu
Fundador da Aliança de Misericórdia
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