Virtudes Teologais
Ao se falar de “santidade”, existe uma outra palavra que está profundamente vinculada a ela, e que todos os santos possuíram: são as virtudes.
Significado
A definição da palavra virtude significa: “qualidade do que se conforma com o considerado correto e desejável. Conformidade com o Bem, com a excelência moral ou de conduta”.
A virtude é a qualidade que nos conforma com o BEM.
Quem é o BEM por excelência? Aquele que é BOM, BELO E VERDADEIRO! Jesus Cristo. Por isso, adquirir virtudes é se configurar a Cristo e dar passos rumo a santidade.
Virtude x Vícios
A virtude é o oposto do vício. Enquanto o vício nos afasta daquilo que é bom, e do SUMO BEM, a virtude nos aproxima e nos assemelha a Ele.
As virtudes se dividem em 2 grupos: as humanas (ou Cardeais) e as Virtudes Teologais.
Virtudes Teologais
Falaremos das Virtudes Cardeiais em outro texto. Hoje, vamos nos aprofundar nas Virtudes Teologais que impulsionam nossa vida ascética e nosso relacionamento com Deus.
As Virtudes Teologais são chamadas de “Virtudes Infusas”, pois são dadas a nós por Deus, através do Espírito Santo no Batismo.
De acordo com o Catecismo da igreja Católica:
“As Virtudes Teologais fundamentam, animam e caracterizam o agir moral do cristão. Informam e vivificam todas as virtudes morais. São infundidas por Deus na alma dos fiéis para os tornar capazes de proceder como filhos Seus e assim merecerem a vida eterna.
São o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano. São três as Virtudes Teologais: fé, esperança e caridade”.
A Fé: a primeira Virtude Teologal
A Fé é a Virtude Teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou, e que a Santa Igreja nos propõe para acreditarmos, porque Ele é a própria verdade.
Pela fé, “o homem entrega-se total e livremente a Deus» (67). E por isso, o crente procura conhecer e fazer a vontade de Deus. ‘O justo viverá pela fé’ (Rm 1, 17). A fé viva ‘atua pela caridade’ (Gl 5, 6).” (CIC 1814.)
A fé é a primeira das 3 Virtudes Teologais. É graças a ela que cremos em Deus.
Ela atua em nós dando a capacidade de crer nos mistérios da salvação que nos rodeiam, é graças a ela que podemos crer e proclamar as verdades da Doutrina Católica.
A fé nos move às outras virtudes, pois a fé sem obras é morta diz, São Tiago no capítulo 2, 26.
A virtude no dia a dia
No dia a dia, nós usamos muito a fé. Temos fé nas pessoas, às vezes até em pessoas em quem não sabemos se podemos confiar. Por exemplo: quando entramos em um ônibus ou em um avião, acreditamos que o motorista ou o piloto são habilitados para nos transportar e nós nem os conhecemos, mas acreditamos neles.
A fé que devemos cultivar em relação a Deus é muito mais segura do que a fé que naturalmente temos nas pessoas. Assim, pela fé, cremos em Deus e em tudo o que Ele nos revelou.
Ele se revela sempre a nós. Através do testemunho dos Patriarcas, Profetas e Apóstolos. E, também através dos acontecimentos da história da humanidade e da história de cada um de nós.
A Esperança: a segunda Virtude Teologal
A Esperança é a Virtude Teologal pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida eterna, como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo.
“Conservemos firmemente a esperança que professamos, pois Aquele que fez a promessa é fiel” (Heb 10, 23). “O Espírito Santo, que Ele derramou abundantemente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador, para que, justificados pela sua graça, nos tornássemos, em esperança, herdeiros da vida eterna” (Tt 3, 6-7). (CIC 1817)
A virtude da esperança é aquele desejo inato do ser humano de felicidade, uma esperança da Glória Celeste. Todo homem deseja o céu no seu coração e a esperança é a confiança filial de que Deus nos prepara uma morada eterna onde não haverá mais choro.
“A esperança cristã retorna e realiza a esperança do povo eleito, que tem a sua origem e modelo na esperança de Abraão, o qual, em Isaac, foi cumulado das promessas de Deus e purificado pela provação do sacrifício (70). ‘Contra toda a esperança humana, Abraão teve esperança e acreditou. Por isso, tornou-se pai de muitas nações’ (Rm 4, 18)” (CIC 1819).
A esperança nos ajuda a ordenar nossa vida para Deus, pois esperamos essa feliz consumação de nossos destinos no Reino dos Céus. A esperança purifica nossos desejos, protege contra o desanimo e nos impulsiona para a caridade.
A Caridade: a terceira Virtude Teologal
“A Caridade é a Virtude Teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas por Ele mesmo, e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus”. (CIC 1822)
A caridade é a plena manifestação da vida Cristã, da vida que imita o Cristo, pois Deus é pura CARIDADE, PURO AMOR.
“Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor” (Jo 15, 9).
“É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei” (Jo 15, 12).
A caridade nos impulsiona à santidade, pois é quando amamos a Deus, a tal ponto de transformarmos toda a nossa vida em um hino de amor a Ele, que nos santificamos.
A graça opera em nós e nos leva à santidade. É amando os irmãos, os pobres e até aqueles que nos caluniam e nos ofendem, que nos configuramos a Cristo, pois fazemos o que Ele fez.
A caridade é superior a todas as outras virtudes, pois é o cumprimento perfeito da vontade de Deus.
“Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade” (1 Cor 13, 13).
Hino da Caridade
Ainda sobre a caridade, São Paulo nos define de modo maravilhoso essa virtude teologal quando diz:
“A caridade é paciente, a caridade é benigna; não é invejosa, não é altiva nem orgulhosa; não é inconveniente, não procura o próprio interesse, não se imita, não guarda ressentimento, não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. (1Cor 13, 4-7).
A caridade gera frutos para o Reino, mas também para a vida terrena, são eles: a alegria, a paz e a misericórdia.
Caridade: resposta de um comportamento filial
“A prática da vida moral, animada pela caridade, dá ao cristão a liberdade espiritual dos filhos de Deus. O cristão já não está diante de Deus como um escravo, com temor servil, nem como o mercenário à espera do salário, mas como um filho que corresponde ao amor” (CIC 1828).
“A consumação de todas as nossas obras é o amor. É nele que está o fim: é para a conquista dele que corremos; corremos para lá chegar e, uma vez chegados, é nele que descansamos” ( Santo Agostinho, In epistulam Iohannis ad Parthos tractus 10, 4: PL 35, 2056-2057.)
Ato de Fé, Esperança e Caridade
Ato de Fé
Senhor Deus, creio firmemente e confesso todas e cada uma das coisas que a Santa Igreja Católica propõe, porque Vós, ó Deus, revelastes todas essas coisas, Vós, que sois a Eterna Verdade e Sabedoria que não pode enganar nem ser enganada. Nesta fé é minha determinação viver e morrer. Amém.
Ato de Esperança
Espero, Senhor Deus, que, pela vossa graça, hei de conseguir a remissão de todos os pecados e, depois desta vida, a felicidade eterna, porque Vós prometestes, Vós que sois infinitamente poderoso, fiel e misericordioso. Nesta esperança é minha determinação viver e morrer. Amém.
Ato de Caridade
Senhor Deus, amo-Vos sobre todas as coisas e ao meu próximo por causa de Ti, porque Vós sois o Sumo Bem, infinito e perfeitíssimo, digno de todo amor. Nesta caridade é minha determinação viver e morrer. Amém.
Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos
Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos.
Peço-Vos perdão pelo os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.
Fonte: Catecismo da Igreja Católica
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