Romaria Filhos da Imaculada – 20 anos Aliança de Misericórdia
Caminhando mais de 80 km rumo a Aparecida/SP, a comunidade de aliança, em São José dos Campos, organizou uma romaria em celebração aos 20 anos do Movimento.
Mudança de planos e pé na estrada
Inicialmente, iria acontecer em abril, mas com a pandemia precisou ser adiada. Com a flexibilização do Plano SP, ela pôde então acontecer no último final de semana de novembro (27 a 29/11).
A romaria começou com a Missa de envio, celebrada pelo Pe. Lincon, na matriz de São José, em São José dos Campos. Durante a homilia, o padre motivou os peregrinos a confiarem nos cuidados maternos de Maria, seja no caminho até Aparecida ou no caminho da vida rumo ao céu.
Por volta das 22h iniciaram a caminhada, seguindo a rota do “Caminho da Luz”. Participaram, além dos membros da comunidade em São José, alguns ‘filhos da misericórdia’, que receberam o convite com muita alegria, e também demais pessoas não ligadas diretamente à Aliança, que se empenharam em viver essa devoção, por motivos particulares, entregues à intercessão da Mãe Aparecida.
E, aliás, foram esses motivos, imergidos na fé, que fizeram cada passo acontecer.
As dificuldades do caminho
Primeiro, sobre o asfalto, depois, estrada de terra e assim por um longo trecho. O clima era fresco e o céu se encarregou de iluminar o caminho, dispensando até mesmo o uso de lanternas para alguns.
Depois de alguns quilômetros vencidos, foi preciso um breve descanso, com pausa para se alimentar, se hidratar, usar banheiro… e quem se encarregou dessa acolhida foi a equipe de apoio – ou, os anjos do caminho, como foram chamados -, se repetindo assim por todo o trajeto.
Quando o sol despontou seus primeiros raios no Vale do Paraíba, os romeiros já estavam caminhando sobre o asfalto novamente. Depois de praticamente 8 horas andando, alguns já haviam sentido o peso nas pernas, a dor nos pés, as primeiras bolhas… E os anjos estavam ali, fazendo curativos, dando um apoio moral, incentivando a superação que cada um conseguia alcançar. Na primeira parte da rota, caminharam durante a madrugada, por cerca de 41Km.
As amizades no caminho
Naturalmente, os grupos iam se formando ao longo da travessia. Assim, nasceram amizades, momentos de partilhas, de cantoria, reza do terço mariano, da misericórdia… e, conforme o caminho parecia mais e mais interminável, ainda nessa primeira rota, rezaram a própria vida.
Viviane e Eduardo, um dos casais organizadores, sublinhou que preparavam essa romaria como um retiro espiritual, para que cada peregrino pudesse fazer um encontro com Deus, pois é para Ele que Maria sempre nos aponta.
Diante do cansaço enfrentado após um dia de trabalho, por uma madrugada acordados, pelo apertar dos sapatos que já pareciam menores que os próprios pés, pelo calor do sol que já incomodava, os limites ficaram cada vez mais expostos. E assim, era mais perceptível as próprias fraquezas, ao mesmo tempo que era também oportuno contemplar as graças e ações de Deus em cada passo, disposto ou sofrido, dado até aquele dia.
Uma pequena pausa
A chegada na Basílica Bom Jesus de Tremembé, onde seria o primeiro local de descanso, aconteceu no sábado, onde os primeiros romeiros chegaram por volta das 8 horas da manhã, e assim sequencialmente os demais foram se acomodando com seus colchonetes, que nas circunstâncias de cansaço pareciam camas macias e luxuosas.
Alguns, respeitando seus limites físicos, decidiram pedir ajuda no carro de apoio, encerrando a caminhada, mas conscientes que até ali já haviam ofertado a Deus, pelas mãos de Maria, um grande tesouro de suas vidas em sacrifício por tantas intenções.
Já para outros, o banho, um café, descanso, curativos, missa, almoço… pareceram suficientes para renovar os ânimos. Saindo para a segunda parte do roteiro, sentido Moreira César, desta vez, caminhando mais 23km.
Passando por rotas dentro das cidades, os moradores locais contemplavam a disposição de cada romeiro, incentivando também a caminhada. Passando, se ouvia de um ou de outro: “Que Deus os dê força”, “Ah, continua! Daqui até lá são mais 6 horas”, “Maria lhe dê a mão”.
Com quase 60 quilômetros andados, e o cansaço já batendo novamente, frases como estas eram recebidas como sinais divinos. E mais uma vez, orações, cantos, animação de uns, que pareciam incansáveis, motivaram o trajeto e “anestesiaram as dores”. Assim, por volta das 21h, chegaram pouco a pouco os peregrinos, que finalizaram a segunda parte da romaria.
Trecho final e encontro
Dali em diante faltava pouquíssimo para chegada. Cerca de 17 quilômetros distanciavam os romeiros da Basílica de Aparecida. A essa altura, as dores já eram mais intensas, pés inchados, as bolhas nos pés já eram maiores e mais numerosas. “Se eu desistir aqui, valeu a pena?”, ressoava no pensamento de alguns, que apesar do desejo imenso de continuar, se sentiam incapazes.
Às 4h30 da manhã, confiando na força que viria da fé, partiram rumo à Aparecida. Tamanha alegria foi avistar a Basílica. Os passos aceleraram como quem avista um grande amor e corre ao seu abraço. E foi justamente esse o encontro. O amor por Maria, que leva cada romeiro a amar mais e mais a Deus, fez brotar um sentimento de gratidão que levou alguns às lágrimas.
Já na Basílica, os romeiros participaram da Missa das 10h, celebrada por Dom Altieri, arcebispo emérito da Arquidiocese de Passo Fundo/RS e Pe. Lincon, da Aliança, que também esteve na peregrinação.
A Missa foi um presente especial, que não apenas fechou com chave de ouro a romaria, mas marcou uma comemoração aos 20 anos da Aliança na casa de Maria, fundadora do Carisma da Aliança, como sempre destaca Pe. João Henrique.
Depois de muitas horas de caminhada as dores no corpo se tornaram lembranças de uma superação. Os romeiros testemunharam a gratidão e a fé que os moveram durante todo o trajeto.
A próxima romaria está prevista para maio de 2021 e você é um convidado especial.
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