Quarentena – O movimento de um coração missionário

Neste tempo excepcional, que o mundo inteiro tem reorganizado sua vida em vista do coronavírus, fomos todos forçados a ficar em casa. Fomos forçados a deixar de realizar a maior partes de nossas atividades, ficando somente aquelas que são realmente necessárias.

Fomos direcionados, independente da nossa vontade, a fazer um movimento de desaceleração. Poderíamos dizer de relaxamento. Mas, não quero dizer um tempo de preguiça e sim, um tempo de descanso, revisão, reflexão. Praticamente, o mundo inteiro foi colocado em um grande retiro espiritual.

Mais cedo ou mais tarde, esse tempo vai passar e seremos chamados a fazer o movimento contrário, de saída. Pensando sobre isso, me lembrei dos dois movimentos cardíacos: a sístole e diástole.

O coração missionário

Na diástole, o coração relaxa e recebe o sangue que está voltando da sua missão, com as impurezas e pouco oxigênio. Na sístole, o coração se contrai. Faz força para bombear e expandir um sangue novo para o resto do corpo.

O mesmo movimento, o coração missionário é chamado a ter. Estamos em um “movimento de diástole“, um tempo que não somos chamados a sair tanto. Que não é possível encontrar-se com muitas pessoas, realizar diversos encontros e missões de evangelização, como faríamos normalmente. Mas sim, um tempo de renovação, purificação do coração. Tempo de fazer uma revisão de vida, das nossas escolhas e relacionamentos.

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O que fazer no tempo da diástole?

Precisamos realmente pedir a Deus um sangue novo. Novas inspirações, intuições de como podemos ser verdadeiras expressões do amor misericordioso de Jesus.

Aproveitando ao máximo para rezar mais, estar mais com Deus, com os irmãos de nossas fraternidades e/ou de nossas famílias. Estudar, aprender coisas novas, se aprofundar em assuntos que serão importantes para a missão e vida.

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Quando isso passar e chegar o tempo da “sístole”, tempo de dar ao mundo um sangue novo, um novo oxigênio, precisaremos estar prontos, renovados e cheios de Deus.

Reflita

Com certeza, esta pandemia pode causar mudanças profundas no mundo, nas pessoas e nos relacionamentos. Não sabemos quando poderemos voltar a nossa velha rotina, e isto pode ser a nossa grande tentação: sermos os mesmos. E assim, não ter novas ideias, novas posturas, não ser mais ousados, não ser mais criativos… Enfim, não ter um sangue novo para dar.

Nestes dias, que sejamos abertos às novidades que Deus tem preparado para nós.

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Rafael Costa

Missionário da Aliança de Misericórdia, na Polônia

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