“Pra quê confessar se vou pecar novamente?”

Homem saindo de uma Igreja
É preciso decidir de entregar-se a Jesus ou não.

Muitas pessoas se recusam a procurar o sacramento da confissão pelo simples fato de terem certeza de que voltarão a pecar depois de sair do confessionário. Mas esse argumento é válido?

Adiando a reconciliação

Este modo de pensar tem suas armadilhas e neste tempo penitencial é hora de fugir dele para entregar-se de uma vez a Deus.

Não há outro caminho para voltar a Deus; como fez o filho pródigo “cair em si” é entender que o pecado nos causa sofrimentos físicos e psicológicos. Ao reconhecer o erro, fazemos o caminho de volta ensaiando uma confissão: Pai, pequei contra o céu e contra ti, já não digno de ser chamado teu filho…

A Igreja entende que este caminho de volta pode ser feito por todos os filhos de Deus que se reconhecem pecadores e encontram no sacramento da confissão, uma oportunidade de ouro.

Porém muitas pessoas justificam a não confissão com argumentos bem estruturados.

Um história real

Pra quê confessar se amanhã eu sei que vou continuar a pecar?” Ok, vamos entender isto como uma sinceridade da parte daquela pessoa, porém sua visão está deturpada. Posso ilustrar com uma experiência própria.

Meu pai por muitos anos se recusou a procurar os sacramentos ou frequentar a igreja; seu argumento era aquele: pra quê ir na Igreja e continuar a fazer tudo errado? Depois de vários acontecimentos muito intensos em nossa família ele concordou em receber os sacramentos.

Nosso pároco não querendo perder a oportunidade, já preparou tudo para que ele pudesse fazer a primeira comunhão e dar aos meus pais o sacramento do matrimônio. Um dia antes do grande evento ele foi confessar-se; e que momento simples e belo!

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Em todos aqueles anos nunca havia contemplado um semblante tão sereno. Meu pai estava como uma criança, feliz e leve, fazendo questão de reunir os filhos ao redor de si para agradecer um por um por ter insistido naquele “encontro com Deus”.

Meu pai na verdade, tinha uma visão deturpada da Igreja, de si mesmo e de Deus. Ele via a Igreja como um lugar para merecedores, de pessoas perfeitas e fortes, com conduta irrepreensível. Ao passo que se enxergava como não merecedor, alguém que não era digno e sem esperança de recuperação.

Sua visão de Deus era a de um ser distante que recompensava e castigava dependendo do seu comportamento (visão que ele passou a nós seus filhos). Tudo mudou depois de uma confissão.

Com base nesse acontecimento temos três conselhos muito básicos para quem ainda reluta em procurar a confissão:

Não espere ser santo para voltar para Deus

A santidade só será alcançada se deixarmos a graça divina atuar em nós. De que forma? Deixando frutificar os dons do batismo em nossa vida, seguindo o Cristo e imitando suas virtudes.

Há quem não se aproxime dos sacramentos e da vida paroquial por pensar “olha lá, quanta gente fazendo coisa errada. Se for para ser assim, faço tudo errado fora”. Mentira de Satanás!

Seu caminho de santidade (ou de pecado) em momento algum deve estar atrelado ao de nenhuma criatura.

Sobre isto o Catecismo da Igreja Católica é bem claro: “Ora, o apelo de Cristo à conversão continua a fazer-se ouvir na vida dos cristãos. Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que «contém pecadores no seu seio» e que é, «ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e de renovação”. (CIC 1428)

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Não coloque limites à graça de Deus

Quando alguém fala que não adianta nada confessar tanto, vai pecar depois, está colocando a graça de Deus numa gaiola e dizendo que ela é ineficaz em sua vida.

As práticas religiosas e virtuosas devem tornar-se hábitos que, movidos pela boa vontade, vão gradualmente transformando nossa mente e espírito. É o próprio Espírito atuando em nós que nos convence com relação ao pecado, nos faz sentir vergonha e repulsa do que fizemos; é o chamado dom da contrição.

“Este esforço de conversão não é somente obra humana. É o movimento do «coração contrito» atraído e movido pela graça para responder ao amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro”. (CIC 1428)

Escolha um caminho

Aqui é um ponto decisivo. Nosso coração quer voltar para Deus? Ou o pecado tornou-se tão comum que faz parte da vida? É preciso decidir. Nossa alma sente uma saudade cortante de Deus e só terá descanso quando encontrá-Lo.

Não tenha medo de dar este passo. Os efeitos da confissão são sentidos de imediato:

1 – Reconciliação com Deus;

2 – Reconciliação consigo mesmo;

3 – Reconciliação com toda a Igreja;

4 – Reconciliação com os irmãos;

5 – Terá paz e a tranquilidade da consciência;

6 – É restituída a graça de Deus e a amizade perfeita com Ele;

7 – Sentirá grande consolação espiritual;

8 – Restituição da dignidade de filho de Deus;

9 –  Ressurreição espiritual;

10 – Antecipação do julgamento final;

Neste último efeito o Catecismo fala que Só pelo caminho da conversão é que podemos entrar no Reino de onde o pecado grave nos excluí. Convertendo-se a Cristo pela penitência e pela fé, o pecador passa da morte à vida e não é sujeito a julgamento”.

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