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O processo de canonização e as virtudes de um santo

Imagem: canva-pro.

A vida segundo o Espírito, cujo fruto é a santificação (Rom 6, 22; cf. Gal 5, 22), suscita e exige de todos e de cada um dos batizados o seguimento e imitação de Jesus Cristo no acolhimento das Suas Bem-aventuranças; na escuta e meditação da Palavra de Deus;

Primeira coisa: a Igreja adora os santos?

Como ressaltamos em publicações anteriores, o caminho de santidade é possível para todos os batizados. Todavia, muitos têm dúvidas de como a Igreja reconhece na vida de uma pessoa que ela é digna das honras dos altares.

Mas, antes de continuar, queremos esclarecer uma coisa: católico não adora os santos e nem Maria. A Igreja distingue a devoção aos santos e o culto de adoração a Deus.

A devoção católica divide-se em: 

Latria – Adoração a Deus;

Hiperdulia – Devoção à Maria;

Dulia – Devoção devida aos santos.

Prosseguindo… A encíclica conciliar Christifideles Laici deixa bem claro qual o caminho para alcançar a perfeição cristã:

A vida segundo o Espírito, cujo fruto é a santificação (Rom 6, 22; cf. Gal 5, 22), suscita e exige de todos e de cada um dos batizados o seguimento e imitação de Jesus Cristo no acolhimento das Suas Bem-aventuranças; na escuta e meditação da Palavra de Deus; na consciente e ativa participação na vida litúrgica e sacramental da Igreja; na oração individual, familiar e comunitária; na fome e sede de justiça; na prática do mandamento do amor em todas as circunstâncias da vida e no serviço aos irmãos, sobretudo os pequeninos, os pobres e os doentes”. (Christifideles Laici 16)

Por qual motivo os santos se destacam?

Ou seja, somos chamados à vida de Cristo como vida nova, cultivando-a dia a dia até o momento em que viveremos para sempre com Ele.

Como saber se uma pessoa viveu plenamente a santidade nesta terra? Obviamente, pelos seus frutos. E como saber se essa pessoa poderia ser considerada santa e merecedora das honras dos altares? Observando se na sua vida há o que a Igreja classifica como “virtudes heroicas”.

O padre José Eduardo, pároco em Osasco/SP, explica que essas “são as virtudes infusas, teologais e cardeais, vividas num nível impossível de serem alcançadas apenas pelas forças humanas.

Além disso, tais virtudes são adornadas por “dons místicos”, que são intervenções diretas da Graça na vida daquele indivíduo, se tornando Deus o protagonista daquela ação.

São sete as virtudes heroicas:

  1. Fé Heroica;
  2. Esperança Heroica;
  3. Caridade Heroica;
  4. Prudência Heroica;
  5. Justiça Heroica;
  6. Fortaleza Heroica;
  7. Temperança Heroica;

Abaixo explicaremos cada uma:

Fé Heroica

Os santos são incapazes de errar ou cair em heresia justamente por possuírem uma visão muito sensível de quem é Deus. Eles mantêm a união íntima com Deus mesmo em meio as maiores tribulações.

Esperança Heroica

Um santo facilmente abandona um bem terreno para abraçar as coisas do Céu. Não possuem apego a nenhuma criatura e não alimentam os sonhos de um paraíso na terra; eles entenderam que apenas Deus é o único bem necessário.

Caridade Heroica

Nunca o amor a Deus ficará em segundo lugar para um santo. Ele ama com muita intensidade tudo, mas a partir de Deus. É um amor sobrenatural que mais do que desejar o bem estar de alguém é querer para a pessoa amada o melhor dos presentes: a vida eterna.

Seu amor não é seletivo. Conseguem enxergar a essência da pessoa, seja ela rica ou pobre, sábia ou ignorante. Os santos se concentram em servir as almas numa entrega total e sem reservas.

Prudência Heroica

O centro da vida de um santo é que Cristo seja conhecido e amado por todos. Por isso, são pessoas que não se omitem quando o assunto é alertar as almas dos perigos do mal, do pecado e do destino eterno.

Justiça Heroica

Os santos são extremamente respeitosos com as autoridades, sejam elas civis ou da Igreja. Respeitam as leis vigentes e se mantêm distantes das disputas políticas, mesmo que isso lhes causem grandes sofrimentos temporais.

Fortaleza Heroica

O que move o santo é o desejo de amar a Deus de maneira cada vez mais perfeita, por isso, são tolerantes diante dos sofrimentos da vida. Eles realmente se alegram com as cruzes e perseveram superando expectativas humanas.

Eles não interrompem seu apostolado nesses períodos, por isso, por onde passam, geram novos batizados e vocações.

Temperança Heroica

Como sabem que a verdadeira felicidade está no Céu, os santos se privam dos prazeres temporais com serenidade. Sabem viver a caridade e moderam os ímpetos de seus temperamentos. Não ostentam qualquer tipo de vício ou aprovam coisas que desagradam a Deus.

Pe. José Eduardo, explica que “além disso, íntimos de Deus, os santos são favorecidos com especiais luzes místicas, dons proféticos, muitas vezes com dons miraculosos, levando à conversão aqueles que estão no erro da heresia ou do paganismo”.

Em suma, a pessoa que passa pelo processo de canonização não só foi uma boa pessoa nesta terra, mas ela recebeu e viveu a mesma vida que Deus Pai comunica a seu Filho: “farão obras maiores” (Jo 14,12-14).

O processo de canonização

Quandoalguém morre com fama de santidade, é o um bispo postulador que abre a causa de canonização e se encarrega de investigar e compilar depoimentos e provas que atestem tal fama.

Neste primeiro passo, o candidato é chamado de Servo de Deus, e são analisadas as virtudes citadas acima e todos os frutos da vida íntima com Deus. É o período mais demorado, pois se trata de uma investigação minuciosa da vida do Servo. Terminado esse processo, a pessoa é considerada Venerável.

Depois, o candidato passa para o processo de beatificação, onde só será considerado Beato se houver um milagre comprovado através de sua intercessão.

Obs.: No caso de um mártir, é dispensado o milagre, ficando a investigação das circunstâncias de sua morte.

Para a canonização, é necessário outro milagre ocorrido após a beatificação. Comprovado o milagre, o Beato é declarado Santo e digno de culto.

Com informações:

Canção Nova

Página para a Causa dos Santos

Pt.Aleteia

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