Novo padre na Aliança
Segundo o coração de Deus: diácono João Fernando é ordenado sacerdote em cerimônia emocionante
“Que ele cresça e eu diminua”. Esse é o lema que deve guiar a vida do, agora, padre João Fernando, da Comunidade Aliança de Misericórdia. Há um ano em estágio pastoral na diocese de Crato, ele foi ordenado sacerdote pelas mãos de dom Gilberto Pastana, na Catedral Nossa Senhora da Penha, neste sábado, dia 07.
A solene cerimônia foi concelebrada pelos padres fundadores da Aliança de Misericórdia, sacerdotes da mesma instituição e também presbíteros da diocese de Crato, sendo acompanhada por numerosos peregrinos. Esta foi a primeira vez que o pastor diocesano presidiu uma ordenação, enquanto bispo de Crato.
Sobre como se sente ao chegar, enfim, o dia de sua ordenação, João Fernando não deixou dúvidas de sua alegria e certeza de sua entrega. “Estou muito feliz! Com o coração em paz. Esperei esse dia por muito tempo. Sei que estou na vontade de Deus e estar aqui hoje, rodeado de pessoas tão queridas, de padres e amigos, de familiares e de todo povo de Deus, só me confirmam essa certeza. O coração está em festa”, contou ele.
Um clima de expectativa marcou o tempo de preparação para a ordenação sacerdotal. Ao longo dos dias que sucederam ao diaconato até a Solene Celebração Eucarística de Ordenação, amigos, familiares e toda a comunidade Aliança de Misericórdia iniciaram uma contagem regressiva. Corações que comungavam da mesma alegria.
“Foi uma alegria muito grande ver todo o processo de maturidade, do caminho de formação que o padre João Fernando foi fazendo ao longo desse tempo. Para nós é uma alegria receber esse presente aqui na Diocese de Crato, pelo Dom Gilberto, ordená-lo aqui para que ele possa exercer sua missão presbiteral”, disse o padre Rodrigo Custódio, responsável geral do Movimento. Ele ainda definiu o padre João Fernando como uma pessoa organizada, trabalhadora e acima de tudo um homem de oração. “Ele tem grande intimidade com Jesus no momento de adoração eucarística. É um homem de oração e será um grande padre”, acrescentou.
Familiares também estiveram presentes. O senhor Aparecido Lourival Gonçalves, pai do neo-sacerdote, que veio de São Paulo com filhos e irmãos, disse que esse foi um momento em que puderam sentir as bênçãos de Deus sobre toda a família. “Sinto-me muito feliz. A gente se realiza quando os nossos filhos estão bem. Eu estou muito feliz por ele. É uma honra muito grande pra gente”, afirmou.
A cerimônia foi marcada por forte emoção, alegria e felicidade que tomou conta de todo o povo presente na Catedral. Para Natália Martins, consagrada à Comunidade Shalom, a experiência de participar de uma ordenação é sentir-se ser igreja. “Eu já participei de algumas ordenações na comunidade em que participo. São carismas diferentes, mas que fazem parte de um mesmo corpo. A ordenação sacerdotal traz para nós a pessoa de Cristo, porque o sacerdote ele persona Cristo, então é um sentimento de saber que mais um Cristo será dado a humanidade, como sacramento de misericórdia. O sacerdote também é isso, o que ministra a misericórdia, na confissão, e nos dá Jesus na eucaristia. É um sentimento de ser igreja! ”, falou a jovem.
Homilia
Saudando a todos os presentes, dom Gilberto iniciou o momento agradecendo. Agradecendo a mãe do diácono, já falecida, mas que se alegra no céu por essa celebração, e ao seu pai, pela vocação que ofertam a Deus e pela formação cristã que deram ao seu filho.
Envolto do lema de vida escolhido pelo padre, dom Gilberto ressaltou o significado de “que Ele cresça e eu diminua”. “Ele [Deus] vai crescendo à medida que ele vai te despojando de tudo aquilo que tu pensas ser para que apareça nas tuas ações, na tua vida e assim o povo possa conhecer Jesus pelo teu testemunho. O sacerdócio é a entrega definitiva, e a vocação é marcada através do encontro com Deus, através do povo, dos marginalizados, de homens e mulheres, pessoas que são sacramento de Cristo”, disse ele.
O bispo refletiu também o documento de Aparecida destinado aos presbíteros e sacerdotes de todo o Brasil. “Querido diácono Fernando, o presbítero e sacerdote, é em primeiro lugar um discípulo do Senhor, é um homem de profunda experiência com Deus e para que tenha essa experiência é preciso conhecer os seus, precisa passar horas com os seus, para que ele possa confirmar a sua vida e também pelo alimento da eucaristia e da oração”, disse.
Guardar a fé que recebida dos apóstolos
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, é graças ao sacramento da Ordem que a missão confiada por Cristo aos Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos: é, portanto, o sacramento do ministério apostólico. E compreende três graus: diaconato, presbiterado e episcopado (CIC 1536).
Após a homilia, seguiu-se o rito da ordenação sacerdotal, momento no qual o diácono João Fernando recebeu, pela imposição das mãos do bispo, o sacramento da ordem. Os fiéis acompanharam tudo em oração silenciosa. A imposição das mãos e a Oração de Ordenação foram os elementos essenciais, conforme explicou o padre José Vicente Pinto, vigário geral da diocese de Crato. “Na eucaristia se dá a ordenação. O rito inicia com a consulta para saber se aquele candidato é digno desse ministério. Essa consulta, evidentemente, já foi feita antecipadamente, mas se confirma aqui. Depois é feita a oração consacratória e a imposição das mãos, com a unção das mãos com o óleo do crisma. Esse é o rito da ordenação”, detalhou o padre.
Tu és sacerdote
Aos trinta anos, dos quais treze foram dedicados à Comunidade Aliança de Misericórdia, o rosto do padre João Fernando estava iluminado. E era visível seu entusiasmo, sua emoção e sua gratidão por tão grande e único momento. Em vários momentos da celebração ele não conseguiu conter a emoção e chorou de felicidade.
Formado em filosofia na UNIFAI (SP) e parte da teologia na PUC (SP), o novo sacerdote foi transferido para a Missão no Ceará, em 2015, concluindo os estudos em teologia, no final do primeiro semestre de 2017, no Instituto Diocesano de Filosofia e Teologia (IDFT) – do Seminário São José. Ao mesmo tempo, concluiu a convalidação do curso na Universidade Católica do Salvador (BA).
Ministro do povo
Após 13 anos de vivência na Comunidade Aliança de Misericórdia, tendo feito dois anos de formação inicial na Casa de Formação Imaculada do Espírito Santo, no Pq. de Taipas, em São Paulo, padre João Fernando auxiliou nos trabalhos de evangelização, através dos meios de comunicação (2007) e na organização dos eventos do Movimento (2009). Em 2008, viveu um ano de missão em uma favela chamada “São Lucas”, na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Posteriormente, permaneceu cinco anos (2010 a 2014) acompanhando um projeto de experiência missionária para adolescentes chamado “Fraternidade Dom Bosco” e colaborando no processo de formação inicial dos membros que ingressam na Casa de Formação da Aliança. De forma particular, este foi um período extremamente rico, permeado de alegrias e aprendizado. Também nesta época realizou atividades pastorais junto aos pobres da periferia de São Paulo, na favela do Moinho. Em 2015, foi enviado para fazer parte da Casa de Missão no Ceará, onde se encontra até hoje.
“Em primeiro lugar, espero poder perseverar, ser fiel a minha vocação, com zelo e santidade. Em segundo lugar, São João Paulo II dizia que ‘o sacerdote é um homem para os demais’. Assim, uma vez ordenado, quero continuar consumindo minha vida por amor a Deus e ao seu povo. Desejo poder ajudar ainda mais meus irmãos, minha Fraternidade, minha Comunidade, a Diocese onde estou incardinado, sendo ‘in persona Christi’ mediador entre Deus e os homens (Cf. Hb 5,1), um sinal que aponta o Céu para todos os que eu encontrar em minha vida sacerdotal”, desejou o novo padre.
Segundo fonte do site Diocese de Crato, por Patrícia Silva, Patrícia Mirelly e Mychelle Santos
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