Junte-se a nós para rezar a Novena à Imaculada do Espírito Santo

Reze conosco a novena da Imaculada do Espírito Santo em nosso canal do Youtube ou na plataforma HOSANA e se prepare para viver bem esse tempo dedicado a Imaculada.

Dicas para Viver Bem Estes Dias:

  • Reserve 15 minutos diários: Dedique um tempo do seu dia para se conectar com a novena. Mesmo que seja apenas por alguns minutos, este momento de oração pode fazer toda a diferença em sua vida espiritual.
  • Escolha um horário tranquilo: Encontre um momento do dia em que você possa estar em paz e silêncio, para se concentrar plenamente na oração.
  • Prepare seu coração: Antes de começar a novena, esvazie seu coração de preocupações e distrações, permitindo-se estar completamente presente diante de Deus.
  • Escolha um lugar adequado: Encontre um ambiente tranquilo e sereno, onde você se sinta à vontade para se conectar com a presença divina.
  • Tenha uma vela: Se possível, tenha sempre uma vela à mão durante a oração, simbolizando a presença de Deus em seu momento de comunhão.

1º Dia da Novena

  1. Invocação do Espírito Santo (Veni Creator Spiritus).
  2. A Palavra do dia.: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra” (Lc 1,35).
  3. Propósito do dia: Permanecer à sombra do Espírito Santo e deixar-se conduzir por Ele.
  1. Meditação diária:

 

“Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de Davi. O nome da virgem era Maria. Entrando onde ela estava, disse o Anjo: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo’. Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: ‘Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai Davi; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim’.

Maria disse ao Anjo: ‘Como será isto, se eu não conheço homem?’. O Anjo respondeu-lhe: ‘O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril. Porque a Deus nada é impossível’. Maria disse então: “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra’.” (Lc 1, 26-38).

 

Para a reflexão: “O Espírito do Senhor virá sobre ti”.

A presença do Espírito Santo sobre Maria é expressão da sua união esponsal. Ela é esposa do Espírito Santo, que está sobre Ela e a torna fecunda, gerando n’Ela o próprio Cristo: “Por isso, o santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus!” (Lc 1,35).

O relacionamento de intimidade do Espírito de Deus com a Virgem Maria é único e, por isso, não há comparação entre Maria e os demais santos. Só Ela gerou, deu corpo à Palavra de Deus… É no seio d´Ela que a “Palavra se fez carne e veio habitar no meio de nós” (Jo 1,14).

A presença do Espírito Santo sobre Maria, nos leva à memória do Gêneses: “A terra era uniforme e vazia, a escuridão cobria até as profundezas e o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn 1,2). O mesmo Espírito que “pairava”, estava sobre Maria. Em Maria se realiza um novo começo, uma nova criação, ou melhor: a plenitude do projeto salvífico do Pai, a encarnação do Filho, a obra prima, o começo e o fim de toda a história da salvação.

De fato, a ação do Espírito Santo é aquela de “gerar o Cristo”, tornando-os novas criaturas n’Ele, Filhos no Filho! Como diz São Luís Grignion de Montfort: “Em Maria e por Maria é que o Filho de Deus se fez homem para a nossa salvação. Deus Espírito Santo formou Jesus Cristo em Maria… Deus Pai transmitiu a Maria sua fecundidade… e Jesus começou e continuou seus milagres por Maria e por Maria os continuará até o fim do mundo. O Espírito Santo tornou-se fecundo em Maria. É com Ela, n´Ela e d´Ela que produziu sua obra prima, em Deus feito homem e que produz até o fim do mundo, todos os dias, nos predestinou… Eis porque, quanto mais uma alma se encontra Maria, sua querida e irreparável esposa, mais operante e poderoso se torna para produzir Jesus Cristo nessa alma e essa alma em Jesus Cristo”.

O que significa, para nós, viver, na escola de Maria, à sombra do Espírito Santo? Significa ficar debaixo das suas “asas”, da sua sombra, para que possa gerar em nós o Cristo, transformando a nossa “terra uniforme e vazia” numa terra fecunda, harmoniosa, bela, na obra prima da criação. Assim como a galinha protege debaixo das suas asas os ovos e, com o calor do seu corpo, permite que, desses ovos, nasçam os pintinhos. De forma parecida, se nos é permitida a comparação, o Espírito Santo em nós dá e manifesta o poder de tornar-nos Filhos de Deus!

Mergulhemos, então, ao longo deste dia, neste mistério insondável da Encarnação, um mistério que continua em nós até que “Cristo seja formado em nós”.

Vivamos este dia com Maria, à sombra do Espírito Santo, deixando-nos formar e gerar por Ela, na força do Espírito Santo, como Ele gerou e educou em Nazaré o seu Filho que “era-lhes submisso” (cf. Lc 2,51). Permaneçamos hoje, com Maria, à sombra do Espírito Santo, invocando-o “desesperadamente”, insistentemente!

2º Dia da Novena

  1. Invocação do Espírito Santo (Veni Creator Spiritus).
  2. A Palavra do dia: “Quando Isabel escutou a saudação de Maria… ficou cheia do Espírito Santo…” (Lc 1,41).
  3. Propósito do dia: Viver cada encontro como “um Pentecostes”.
  4. Meditação diária:

“Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?

Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor’.” (Lc 1,39-45).

Hoje queremos começar a meditar sobre esse encontro entre Maria e Isabel, que expressa de forma extraordinária, a capacidade recebida por Deus, da Virgem Maria, de “alastrar”, a partir do seu Sim, um rio de fogo sobre a Terra. No evangelho de São João lemos que “Aquele sobre o qual virás o Espírito descer e permanecer, é Ele quem batiza com o Espírito Santo” (Jo 1,33).

Este batismo começou em Maria, quando o Espírito Santo desceu sobre Ela e n’Ela foi gerado Aquele que batiza no Espírito Santo e no fogo! A característica do fogo é alastrar-se! “Eu vim trazer fogo à terra e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lc 12,49), clama Jesus na sua missão terrena. Existe um batismo do Espírito Santo, que Papa Francisco nos pede que levemos a toda a Igreja…

Sim, porque tantos cristãos, hoje, são um pouco como o povo da Igreja que Pedro e João visitaram em Samaria (cf. At 9,11s). O povo daquela cidade tinha acolhido a Palavra de Deus e tinham sido batizados “apenas” em nome do Senhor Jesus, mas “o Espírito não tinha vindo ainda sobre nenhum deles… então impuseram as mãos sobre eles e receberam o Espírito Santo” (At 9,16-17).

Creio que estamos num tempo de gestação e, como Paulo diz em Romanos, no capítulo 8: “O Espírito geme nas dores de parto de uma nova criação!” Jesus anseia pelo desejo de levar esse fogo… o Espírito geme… clama… Deus diz, em Isaías, que está a gritar, ofegante, gemendo e suspirando “como mulher que dá a luz…” (Is 42,14).

“Toda a criação geme esperando a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8,22). Nós também gememos interiormente (Rm 8,23). Por isso Maria, que acaba de ser batizada no Espírito Santo, na Anunciação, vai às pressas para a casa de Isabel e, logo que Isabel recebe a saudação de Maria, é batizada e fica cheia do Espírito Santo. Isso não vale apenas para Maria.

Todos aqueles sobre os quais desce o Espírito Santo são chamados a batizar no Espírito Santo, como João, Pedro, Ananias, Paulo… porque neles Jesus continua batizando no Espírito Santo. Precisamos alastrar no mundo, às pressas, como Maria, num rio de fogo! “Apenas Isabel escutou a saudação de Maria…” Basta uma Palavra, uma saudação, um olhar, um sorriso, uma bênção, um abraço, um gesto de amor para “contagiar” com o poder do Espírito, para aqueles que vivem em Cristo e deixam o Cristo viver neles!

Neste dia buscamos transformar cada encontro, cada gesto de amor, cada saudação em um Pentecostes! Acredite, permanecendo debaixo do poder do Espírito Santo, através de você, Jesus continua “contagiando”, “irradiando”, “alastrando” amor, vida, plenitude, poder, santidade… Seja você hoje esse canal de graça e consolação cura e libertação para quem o encontra.

 

3º Dia da Novena

  1. Invocação do Espírito Santo (Veni Creator Spiritus).
  2. A Palavra do dia: “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre…” (Lc 1,41).
  3. Propósito do dia: Contagiar, com a alegria do Senhor, os irmãos que encontrarmos.
  4. Meditação diária:

“Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?

Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu’. Maria disse: ‘A minha alma engrandece o Senhor, e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador, pois, ele viu a pequenez de sua serva, eis que agora as gerações hão de chamar-me de bendita.

O Poderoso fez por mim maravilhas e Santo é o seu nome! Seu amor, de geração em geração, chega a todos que o respeitam. Demonstrou o poder de seu braço, dispersou os orgulhosos. Derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou. De bens saciou os famintos despediu, sem nada, os ricos. Acolheu Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido aos nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre’. Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa” (Lc 1, 39-56).

Neste terceiro dia da novena da Imaculada do Espírito Santo, continuaremos a meditar sobre o trecho da visitação da Virgem Maria. Como toda a Palavra de Deus, sua riqueza é inesgotável!

O evangelista Lucas é o “Evangelista do Espírito Santo”. Pensem que o livro dos Atos (do qual ele também é autor) é chamado de “Evangelho do Espírito Santo”.

Uma vez me diverti, estudando os “Pentecostes” nos Atos e cheguei a contar mais de 13 “Pentecostes”. De fato, o Pentecostes do Cenáculo de Jerusalém (cf. At 2) não foi apenas um, mas se alastrou até o dia de hoje e deseja chegar até os confins da terra! Percebi, então, que também no seu evangelho, de forma parecida, o “sim” de Maria, e o seu primeiro Pentecostes, na Anunciação, do capítulo 1 de Lucas, acaba alastrando-se em, pelo menos, onze episódios de efusão do Espírito como “contágio” da alegria, da força, plenitude do Espírito Santo.

Hoje queremos perceber como a saudação de Maria e o seu encontro com Isabel, não apenas enchem Isabel do Espírito Santo como, também fez pular de alegria o pequeno João Batista no seio da mãe. Como é profundo tudo isso!

Primeiramente, entendemos o valor da vida humana na vida intrauterina. Isabel estava no sexto mês da sua gravidez e aquele menino já tem a sua identidade, sua capacidade de perceber o seu Senhor a deixar-se tocar, santificar pelo pequenino Jesus, que acabava de ser concebido e que já batizava o seu priminho no Espírito Santo.

Em segundo lugar, entendemos que Deus se interessa e se comunica pessoal e plenamente com esse pequeno que está sendo formado no seio materno. Para Deus não existem “fetos” ou “pessoas sem valor”, existem “pessoas”, existem “filhos e filhas amados”.

Em terceiro lugar, descobrimos que o Espírito do Senhor é a nossa alegria… uma alegria transbordante, que nos faz pular (literalmente dançar) desde o seio materno. Agora, sabemos que o Espírito Santo é “o Amor de Deus derramado em nossos corações” (Rm 5,5).

Incrivelmente, um estudo recente, sobre a qualidade e o sentido da vida humana, chamado “Grant Study”, acabou por revelar, de forma científica, que o que torna plena e mais sadia a vida humana não é o nem o sexo, o dinheiro nem o sucesso ou o poder, mas a sua capacidade de amar.

A maior pobreza do homem é sentir-se só no mundo. Não é por acaso que neste mundo materialista os suicídios estão tornando-se progressivamente a primeira grande causa de morte. Temos uma necessidade “desesperada” de Deus! Deus é amor e, por isso, a fonte da mais pura e plena, transbordante alegria. Essa alegria nos faz pular, dançar, transbordar de vida, no deserto deste mundo, nos torna poços de “água viva”.

Transformemos neste dia, então, cada encontro em um “contágio de alegria”! Descubramos, como diz Paulo, que o nosso ministério consiste em sermos “colaboradores da alegria” “dos nossos irmãos” (2 Cor 1,24). Permaneçamos assim no louvor do “Magnificat” de Maria!

 

4º Dia da Novena

  1. Invocação do Espírito Santo (Veni Creator Spiritus).
  2. A Palavra do dia: “Zacarias, seu pai, repleto do Espírito Santo, assim profetizou: ‘Bendito o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e libertou o seu povo…’.” (Lc 1,67-68).
  3. Propósito do dia: Rezar para “contagiar” a sua família com a plenitude do Espírito Santo.
  4. Meditação diária:

“Zacarias, seu pai, ficou cheio do Espírito Santo e profetizou, nestes termos: ‘Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e resgatou o seu povo, e suscitou-nos um poderoso Salvador, na casa de Davi, seu servo, (como havia anunciado, desde os primeiros tempos, mediante os seus santos profetas), para nos livrar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam. Assim exerce a sua misericórdia com nossos pais, e se recorda de sua santa aliança, segundo o juramento que fez a nosso pai Abraão: de nos conceder que, sem temor, libertados de mãos inimigas, possamos servi-lo em santidade e justiça, em sua presença, todos os dias da nossa vida.

E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor e lhe prepararás o caminho, para dar ao seu povo conhecer a salvação, pelo perdão dos pecados. Graças à ternura e misericórdia de nosso Deus, que nos vai trazer do alto a visita do Sol nascente, que há de iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz” (Lc 1, 67-79).

Há um “rio de fogo” que continua alastrandose a partir do Sim de Maria e, desta vez, “arrasta” Zacarias, sacerdote, homem fiel a Deus, esposo de Isabel, pai de João Batista (cf. Lc 1,5ss).

Ele tinha recebido, por revelação do Anjo Gabriel, o anúncio do nascimento milagroso de João Batista, pois a esposa Isabel, era estéril. Ele, porém, diferentemente da Virgem Maria, não acreditou e não aderiu logo ao projeto do Senhor. Enquanto, na Anunciação, Maria disse “sim”, ele ficou mudo. (Lc 1,20). Com a chegada da Virgem Maria na sua casa, como vimos, Isabel ficou cheia do Espírito Santo, João Batista, pulou de alegria no seu seio e agora Zacarias, experimentou a Misericórdia do Senhor, no nascimento do seu filho (Lc 1,58).

Ao escrever o nome dele numa tabuinha, “a boca e a língua se soltaram e ele começou a falar, louvando a Deus, e repleto do Espírito Santo, profetizou!” Zacarias, que viu a Misericórdia do Senhor, ao escrever o nome do filho, João, que significa “Deus é Misericórdia”, profetizou que Deus tinha sido fiel à “Aliança de Misericórdia”, ao juramento feito ao pai Abraão e sua descendência (Lc 1, 72-73). Aliança de perdão dos pecados “graças ao Coração Misericordioso do nosso Deus!” (Lc 1, 77-78).

A alegria de Deus é perdoar, repete continuamente o Papa Francisco. A alegria de Deus é “contagiosa”. Como dizia o Papa Bento XVI: “O Cristianismo não se transmite por proselitismo, mas por atração”. É uma efusão do Amor Misericordioso, derramado nos nossos corações, que desperta todas as nossas faculdades naturais (a Profecia e todos os dons relatados por Paulo na Primeira Carta aos Coríntios).

Aqui existe um segredo espiritual. A Palavra de Deus diz: “Creia… e você será salvo e toda a sua família!” (At 16,31). Faça essa experiência: Creia! Creia no Senhor Jesus! Creia que Ele veio para batizar no Espírito Santo e no fogo!

Creia que Ele deseja manifestar o Amor Misericordioso do Seu Coração como proclama Zacarias. Ele o experimentou e Deus usou de grande misericórdia. Não esqueça de que o Espírito Santo nada mais é do que “o Amor de Deus derramado em nossos corações”, como diz São Paulo em Romanos, capítulo 5, versículo 5. O Espírito Santo se derrama sem medida coração a coração… de geração a geração, para iluminar os que estão nas trevas e na sombra da morte.

Eu também experimentei, na minha família, que o meu “sim” e o “sim” dos meus irmãos acabou “contagiando” todos os meus familiares. Meu pai que, inicialmente, era contrário à minha vocação, acabou apaixonando-se por Jesus; quis estudar teologia, tornou-se diácono permanente e morreu, muitos anos depois, santamente. Antes da morte, ficou gravemente enfermo, e me pediu para não voltar do Brasil para a Itália. Ele disse: “Dá-me a tua bênção sacerdotal, você que foi meu filho pela carne e meu pai pelo Espírito! Lembre-se: quando estiver cuidando das crianças de rua, e dos abandonados, presos, dependentes, pobres e doentes eu estarei contigo, intercedendo ao Senhor pela tua missão!”.

Em seguida, mais dois dos meus quatro irmãos se tornaram padres e outros dois, casados, coordenam pastorais familiares nas suas cidades e evangelizam. Minha mãe, que sempre foi uma mulher de fé, morreu cercada pelo amor dos filhos e junto com meu outro irmão padre, tive a graça de administrar o sacramento da unção dos enfermos e o viático para ela, que voltava à casa do Pai.

Posso testemunhar pessoalmente que Deus é fiel! Creia que Deus não ama você menos que a Zacarias, que a Isabel ou a minha família. Deus é fiel! “Creia… e você será salvo e toda a sua família!” A seu tempo, tudo se realizará.

Nas últimas páginas deste livro você encontrará um caminho breve e seguro para obter a conversão da sua família, com a “Consagração da família aos Corações de Jesus e Maria”, com a promessa de Jesus, feita a Santa Margarida Alacoque.

Creia e não perca esta graça! Contagie a sua família, levando sobre todos os seus irmãos e pais, uma renovada e poderosa efusão do Espírito Santo!

5º Dia da Novena

  1. Invocação do Espírito Santo (Veni Creator Spiritus).
  2. A Palavra do dia. “Os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto como tinha dito a eles” (Lc 2,30).
  3. Propósito do dia: Pedir o dom da escuta e da visão espiritual, que nos abrem ao louvor e à adoração.
  4. Meditação diária:

“Naquele tempo, apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento de toda a terra. Esse recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na Síria. Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade. Também José subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, para se alistar com a sua esposa, Maria, que estava grávida. Estando eles ali, completaram-se os dias dela. E deu à luz ao seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia nos arredores uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite. Um Anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor. O Anjo disse-lhes: ‘Não temais, eis que vos anuncio uma boa-nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura’.

E, subitamente, ao Anjo se juntou uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus e dizia: ‘Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência (divina)’. Depois que os Anjos os deixaram e voltaram para o céu, falaram os pastores uns com os outros: ‘Vamos até Belém e vejamos o que se realizou e o que o Senhor nos manifestou’. Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura. Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino.

Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores. Maria conservava todas essas palavras, meditando-as no seu coração. Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito” (Lc 2,1-20).

Louvor e adoração são manifestações do Espírito Santo, que sempre acompanham seu derramamento. Vimos, no encontro de Maria com Isabel, como ela, logo que ficou repleta do Espírito Santo, louvou com voz forte a obra do Senhor em Maria. A própria Virgem Maria, logo exalta e magnifica o Senhor (cf. Lc 1,40-55) e Zacarias, repleto do Espírito Santo, profetizou, proclamando o “Benedictus” (cf. Lc 1, 68-79), um cântico que a Igreja reza todos os dias na oração das “Laudes”, pela manhã.

Agora é a vez dos pastores… Eles voltam louvando e glorificando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto! Mas, o que viram? “Um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura!”. Algo tão comum, simples, pobre aparentemente, insignificante. O que tornou essa experiência tão extraordinária? A “visão espiritual” que conseguiram ter, graças ao anúncio dos Anjos:

“Eis que lhes anuncio uma boa Notícia: (literalmente, o Evangelho) uma grande alegria para todo o povo. Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias e Senhor…” (Lc 2,10-12).

Eis a manifestação de Deus, que revela por meio de sinais pobres, simples, mistérios imensos, divinos e insondáveis e logo jorram adoração, louvor e o anúncio. Eles que receberam o anúncio do Anjo e se tornam, por sua vez, anunciadores, na força e ousadia do Espírito Santo, a ponto que “todos os quer ouviam os pastores, ficavam maravilhados com o que eles contavam…” (Lc 2,18).

Hoje queremos meditar e viver esse mistério. A luz do Espírito Santo quer iluminar os nossos ouvidos e a nossa visão espiritual, para abrir os nossos lábios ao louvor, à adoração, ao anúncio.

A verdadeira missão começa em nós, na escuta espiritual, na “visão” da ciência e sabedoria do Espírito e na Verdade que nos impulsiona a comunicar para o mundo como Maria, Zacarias e Isabel, os pastores, a graça transbordante que recebemos e que não conseguimos guardar para nós mesmos!

É um “rio de água viva” que não se consegue conter e torna-se uma enchente de graça, um “dilúvio do amor misericordioso” que jorra do Coração transpassado do nosso Deus, sobre toda a humanidade.

Não posso deixar de transcrever aqui uma expressão de grande força contemplativa e apostólica do nosso amigo e grande evangelizador, Padre Daniel-Ange, que nos escreveu, quando encontrou pela primeira vez a nossa pequena família que estava acabando de nascer: “Henrique, Giampietro, Antonello, irmãos caríssimos!

Neste dia em que a Igreja celebra a maternidade virginal de Maria Santíssima, o meu coração transborda de gratidão pelas maravilhas que o Senhor realiza através de vocês, junto a todos aqueles que vos ajudam, vos sustentam, vos amam.

Esta noite, na passagem de um ano para outro, mais uma vez ressoou o Evangelho dos pastores de Belém.

Vocês são o Anjo enviado aos pastores no mais profundo da noite deles, para lhes anunciar — e para lhes provar — que não estão mais sozinhos na luta cotidiana contra a pobreza. Que nem pobres são mais, pois Deus mesmo está ali, ao lado deles, para se tornar o maior tesouro de suas vidas.

As vossas faces estão luminosas por haver contemplado Deus ali onde Ele é mais pobre, mais débil, mais indefeso, mais só, mais frágil – na Sua Santa Eucaristia – e podem deixar transparecer a Sua luz, o Seu amor e a Sua glória!

Afinal, não é Ele mesmo, na Sua pobreza, na sua fragilidade eucarística, que vos incitou a deixar tudo para ir aos mais pequeninos, aos mais frágeis, aos mais indefesos dos vossos irmãos, para vos unir a eles!

E como o reconheceram, O amaram e o Adoraram no Seu humilde rosto eucarístico, O reconhecem, O amam, O adoram e O servem nos menores dos vossos irmãos. Sim, é exatamente o mesmo Senhor, realmente presente em toda Igreja e em toda “favela”. Em todo tabernáculo e no coração de todo pobre. O mais Pobre de todos vos enviou aos mais pobres de todos. E, alegremente, generosamente, vocês responderam: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8).

E, assim, alcançaram os pequenos pastores, na noite deles e na pobreza deles, para nada mais que convidá-los – e o convite vem do próprio Deus – a vir a uma gruta que é o mais belo palácio do mundo. A gruta onde se celebram as Núpcias de Deus e da humanidade. Conduziram-lhes ao Rei-Menino: nascido na rua, sem teto, para alcançar todos aqueles que não têm casa e fazer deles a sua casa; nascido sozinho para preencher com a sua presença toda solidão, nascido à noite, para que toda noite seja por Ele iluminada; e depois caçado logo que nasceu, procurado pela polícia, obrigado a sair de sua terra, indo para o exílio, para alcançar todos os refugiados do mundo, e tornar-se, Ele mesmo, a Pátria deles, a Terra deles.

E na gruta de Belém para a qual os conduziu, ficam maravilhados pela humilde beleza do próprio Deus, iluminados pelos raios de ternura que saem daqueles pequenos olhos. O nosso Deus se doa a eles para ser por eles consolado, confortado, acariciado: eles se tornam a alegria, a consolação, a felicidade de seu Deus, admirado pelos próprios corações de crianças, tão simples e confiantes!

Uma aliança feita de confiança se estabelece entre eles e Deus.

De adoradores se tornam evangelizadores. Não podem guardar para si o precioso tesouro! Retornando aos seus vilarejos batem em todas as portas para atrair os seus irmãos a um Deus ainda mais pobre que eles. Tornam-se Apóstolos da Sua misericórdia, testemunhas da Sua luz, porque são amigos do Pequeno Cordeiro. Colocam-se generosa e alegremente ao serviço do Deus presente em cada um. E só Deus conhece os tesouros de generosidade, de doação de si mesmo: dados sem reservas, de dia e de noite, em segredo. Todo ato de amor é um raio da glória de Deus que atravessa as trevas mais espessas. E a noite não é mais noite, mas ilumina como um dia.

Raios de luz da Divina Misericórdia! Sim, o Coração Misericordioso de Jesus se refrata em muitos raios de luz, raios de amor. A fé é, verdadeiramente, contagiosa e está atraindo muitos outros jovens a Deus!

Como não exultar, dando graças por essa esplêndida resposta ao apelo vibrante lançado pelo Santo Padre em Cracóvia em agosto: ‘Ter uma caridade criativa, inventiva, ativa e contemplativa ao mesmo tempo, no rastro da consagração do mundo à misericórdia de Deus!’

Tudo isto não é possível se não pela potência do Espírito que se manifesta na sua fraqueza. Vocês são uma prova viva da imaginação criativa do Espírito do Senhor”.

Vosso irmão Daniel-Angel

 

6º dia da Novena

  1. Invocação do Espírito Santo (Veni Creator Spiritus).
  2. A Palavra do dia. “Simeão disse a Maria, a mãe do menino: ‘Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma’.” (Lc 2,34-35).
  3. Propósito do dia: Suplicamos, pela intercessão da Virgem Maria, o dom da conversão e quebrantamento do nosso coração.
  4. Meditação diária: “Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o Anjo, antes de ser concebido no seio materno. Concluídos os dias da sua purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor: ‘Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor’ (Ex 13,2); e para oferecerem o sacrifício prescrito pela Lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos.

Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Esse homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. Impelido pelo Espírito Santo, foi ao templo. E tendo os pais apresentado o menino Jesus, para cumprirem a respeito dele os preceitos da Lei, tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos: ‘Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra.

Porque os meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel’. Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: ‘Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma’.

Havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser; era de idade avançada. Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viú- va e agora, com oitenta e quatro anos, não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. Chegando ela à mesma hora, louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação. Após terem observado tudo segundo a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, à sua cidade de Nazaré. O menino ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele” (Lc 2,21-40).

É maravilhoso ler atentamente essa passagem da apresentação de Jesus ao templo. Sua riqueza, como toda Palavra, é inesgotável! No caminho do nosso sexto dia da novena da Imaculada do Espírito Santo, queremos aprofundar a meditação sobre algumas palavras, que são de fundamental importância para nós. Primeiramente é lindo de ver como o cumprimento da Palavra e da vontade do Pai marca, mais uma vez, os passos da Virgem Maria e da família de Nazaré, para mover-se sempre debaixo da “sombra”, da ação do Espírito Santo! Experimente meditar quantas vezes aparece no trecho essa “realização”, esse “cumprimento”, esta fidelidade à lei e à vontade de Deus.

E agora, mais uma vez, veja quantas vezes o Espírito Santo se apresenta como verdadeiro protagonista desse “Pentecostes de Misericórdia”, que continua fluindo do “sim” de Maria, do seu Coração Imaculado, um “Pentecostes” que, dessa vez, é “vivente”: o velho Simeão e a profetiza Ana. Novamente foi um “mover” de louvor, profecia, oração e anúncio missionário.

Hoje, porém, queremos fixar a nossa atenção naquela “espada” que iria atravessar a alma da Virgem Maria, da qual profetizou o velho Simeão. Ele disse também a causa e o efeito dessa dor íntima e profundíssima, que Ela sofreria no mais íntimo do seu ser, e que encontrou o seu cume aos pés da Cruz do seu Filho: “e assim serão revelados os pensamentos de muitos corações” (Lc 2,35).

Nessas Palavras está encerrado um grandíssimo mistério e segredo espiritual.

Sabemos que, quando o Coração do seu Filho Jesus foi transpassado pela lança, d’Aquele Coração jorraram sangue e água; aquele Coração transpassado se tornou, como nos ensina a Igreja, a fonte de todas as graças e de todos os sacramentos, fonte da nossa salvação. Vale a pena meditar o que Jesus disse para Santa Faustina:

“De todas as Minhas chagas, como de torrentes, corre a misericórdia para as almas, mas a Chaga do meu Coração é uma fonte de insondável misericórdia. Dessa fonte jorram grandes graças para as almas. QueimamMe as chamas da compaixão, desejo derramá-las nas almas humanas. Fala a todo o mundo da Minha misericórdia”.

No entanto, sabemos que essa foi a única chaga que não doeu no corpo de Jesus, pois já estava morto. Os padres da Igreja ensinam, porém, que no momento em que a lança atravessou o Coração de Jesus, também uma lança de dor agudíssima transpassou o Coração Imaculado de Maria. Era o cume da dor da Imaculada. Eis, então, a “Mater Dolorosa” (a mãe das dores), que une o seu sofrimento ao sofrimento do Filho, para a redenção dos filhos, que Jesus tinha acabado de entregar a Ela. (cf. Jo 19, 25-27).

O que significa, então, que pelo “Coração transpassado” da mãe serão “revelados os pensamentos escondidos de muitos corações?”. Creio poder dizer, à luz da Tradição da Igreja, que Maria recebeu, pelo Espírito Santo, a graça de tocar os corações mais endurecidos.

A redenção que jorra abundantemente da Cruz, pelo sacrifício do único mediador entre o céu e a terra, do Coração Misericordioso transpassado de Jesus, transpassou também a alma da Virgem “Mãe de Misericórdia”, para que pudesse tocar os corações mais endurecidos e para que esses se abrissem à ação do mesmo Espírito Santo, no arrependimento, no quebrantamento, na conversão.

A ferida do Coração aberto de Jesus, pela lança, abriu uma ferida profunda no Coração Imaculado de Maria, para que se abrissem os corações dos filhos e, pela ação do Espírito Santo, pudesse reconhecer seus pecados, confiar na Misericórdia do Senhor, acolher a Sua salvação e a vitória do Pai contra todo o mal em suas vidas. (cf. Jo 16,8-11).

Não é por acaso que, no mundo inteiro, todas as aparições da Virgem Maria geram conversão, arrependimento, consciência do pecado e onde Ela aparece, inúmeros filhos sentem seu coração “transpassado”, como aconteceu no Atos, após o Pentecostes (At 2,37).

Não é igualmente por acaso que, após as aparições da Virgem em Guadalupe, em 1531, no México em 7 anos, se converteram mais de 8 milhões de índios, o que corresponde a uma média de 3.000 índios por dia, o mesmo número da multidão que se converteu após a pregação de Pedro, depois do Pentecostes, como relata o mesmo capítulo 2 dos Atos dos Apóstolos.

Não é por acaso, enfim, que o Papa São João Paulo II definiu Medjugorje como “o maior confessionário do mundo” e, por várias vezes, deu todo o apoio para amigos e pessoas que lhe pediam aconselhamento a respeito daquelas aparições.

Onde a Virgem se faz presente e é acolhida por seus filhos, desabrocha espontânea uma força interior que, através do mover do Espírito Santo gera um quebrantamento do Coração e arrependimento, acendendo uma profunda saudade e desejo do paraíso.

Pedimos ao longo do dia de hoje esta graça. Que o Senhor suscite em nós uma nova consciência do pecado, um profundo arrependimento das nossas culpas, uma extraordinária experiência da Sua Misericórdia e da sua vitória em nossa vida, pela intercessão da Virgem Maria

 

7º dia da Novena

  1. Invocação do Espírito Santo (Veni Creator Spiritus).
  2. A Palavra do dia. “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).
  3. Propósito do dia: Viver com Maria, de forma extraordinária, o ordinário da vida, para deixar-se surpreender por Deus.
  4. Meditação diária:

“Três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galileia, e achava-se ali a mãe de Jesus. Também foram convidados Jesus e os seus discípulos. Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: ‘Eles já não têm vinho’. Respondeu-lhe Jesus: ‘Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou’. Disse, então, sua mãe aos serventes: ‘Fazei o que ele vos disser’. Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas. Jesus ordena-lhes: ‘Enchei as talhas de água’. Eles encheramnas até em cima. ‘Tirai agora’ – disse-lhes Jesus – ‘e levai ao chefe dos serventes’.

E levaram. Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água), chamou o noivo e disse-lhe: ‘É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora’. Esse foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galileia. Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele. Depois disso, desceu para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos; e ali só demoraram poucos dias” (Lc 2, 1-12).

Maria “a Mulher”, se revela aqui no seu carisma de intercessão, como aquela que consegue “o começo dos sinais” que revelam Jesus como Messias e suscitam a fé dos discípulos: “Este foi o princípio dos sinais, e Jesus o fez em Caná da Galileia e os discípulos acreditaram Nele” (Jo 2,11). O trecho é riquíssimo de mistério e de conteúdo teológico. O termo “mulher” é usado aqui não por acaso. João está construindo a “moldura” do seu evangelho. Não esqueçamos de que é João, o discípulo predileto que levou Maria para a sua casa. Não à toa, o Evangelho se abre com a “mulher” das núpcias de Caná e termina com a “mulher aos pés da Cruz.

O termo “mulher” se torna a moldura de todo a revelação, pois, a luta travada entre a “mulher” e a serpente em Gênesis, termina com a vitória da “mulher”, vestida de sol de Apocalipse 12 de que é autor ainda o próprio João e o triunfo da Igreja de Cristo na batalha apocalíptica contra o dragão infernal.

A “mulher” carismática, revestida de luz, cheia de graça, Esposa do Espírito Santo, aparece já como a vitoriosa contra o maligno, revestida de força, fé, esperança e caridade.

Queremos hoje, neste sétimo dia da nossa novena da Imaculada do Espírito Santo, reter a nossa atenção sobre “o segredo da vitória” de Maria e a fonte da fé carismática: “Fazei tudo o que Ele vos disser!”.

Maria nos ensina esse segredo da vida espiritual. A sua grandeza está não apenas em ter gerado Jesus no seu ventre, antes, em ter gerado a Palavra no seu Coração, como diz Santo Agostinho. Por isso, Jesus diz no Evangelho que a bem-aventurança de Maria e de cada discípulo consiste em “Escutar a Palavra de Deus e colocá-la em prática” (cf. Lc 8, 21).

Jesus, no Evangelho, nos ensina que o primeiro mandamento é “ouvir” (cf. Mc 12,29). Essa escuta era, para os judeus, a fonte do Amor, pois não é possível amar a Deus e ao próximo se não aprender, da Palavra, em que consista amar a Deus e ao próximo. Esta escuta era a oração de cada manhã para os judeus, o “Shemah, Israel!”, isto é, “escuta, Israel!” (Dt 6,4).

Escutar significa, para o povo de Israel, obedecer, colocar-se debaixo (literalmente) em posição de submissão, porém, não de escravidão. A escuta, a obediência representam, literalmente, a posição amorosa da esposa, da “mulher” que, acolhendo o esposo no ato conjugal, torna-se fecunda, para experimentar a alegria da vida que nasce. Escutar, para Israel é fazer, colocar em prática a Palavra.

Maria gera o Cristo acolhendo a Palavra do mensageiro do Senhor: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua Palavra”. Ela nos ensina logo no começo do Evangelho o segredo dos milagres, do poder do Espírito Santo que deseja “pousar” sobre nós, tornando-nos fecundos, divinizando a nossa vida.

“Fazei tudo o que Ele vos disser” significa, concretamente, que, a cada manhã, precisamos invocar o Espírito Santo para poder “escutar” com o ouvido de Deus a Palavra de Deus, acolhê-la no nosso coração e meditá-la, vivê-la ao longo do dia, para tornar-nos vitoriosos na luta contra o maligno. E tudo isto nas coisas mais ordinárias da vida cotidiana, no trabalho, no serviço de casa, na atenção para os outros.

Se Maria viu que faltava o vinho é porque ela era atenta e “a atenção é o começo da santidade”, como dizia Santa Teresa de Calcutá. Se Maria percebeu o desconforto dos esposos das núpcias de Caná é porque Ela, provavelmente, como diziam os exegetas, era parente do casal e estava ajudando no serviço da festa, pois, quem ama, serve e, como diz o ditado popular: “Quem não vive para servir, não serve para viver!”.

A coisa mais linda é que o milagre não acontece “nas mãos de Jesus”, mas nas mãos dos servos, pela obediência à Palavra de Jesus. Enquanto eles serviam, a água foi transformada em vinho, o que era sinal de festa, da intervenção divina na nossa vida ordinária.

Você também pode, ao longo deste dia, ser não apenas ouvinte, mas praticante da Palavra. Você também pode experimentar a escola de Maria como ordinária; pode tornar-se experiência extraordinária de milagre na sua própria vida; Pode experimentar a alegria da água transformada em vinho, deixar-se surpreender por Deus transformando a sua vida numa festa!

O segredo? Aprender de Maria Imaculada do Espírito Santo a “fazer tudo o que Ele disser!”.

 

8º dia da Novena

  1. Invocação do Espírito Santo (Veni Creator Spiritus).
  2. A Palavra do dia. “Mulher, eis aí teu filho… Eis tua mãe” (Jo 19, 26-27).
  3. Propósito do dia: Permanecer aos pés da Cruz, acolhendo e gerando com Maria, a vida dos irmãos.
  4. Meditação diária:

“Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis aí teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua mãe’. E dessa hora em diante o discípulo a recebeu como sua mãe. Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse: ‘Tenho sede’. Havia ali um vaso cheio de vinagre.

Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca. Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: ‘Tudo está consumado’. Inclinou a cabeça e entregou o espírito’.” (Jo 19,25-30).

Hoje queremos entrar nesse imenso mistério da fecundidade de dor, e isso só é possível pela força do Espírito Santo, pois, como diz Jesus: “Ele mesmo guiará vocês em toda a verdade… e anunciará a vocês todas as coisas…” (cf. Jo 16,12-15). Por isso Jesus, nesse mesmo capítulo 16 de João, no seu discurso durante a última ceia, antes da sua Paixão fala da sua morte como parto e, novamente aparecerá a figura da “mulher”:

“Em verdade, em verdade vos digo: haveis de lamentar e chorar, mas o mundo se há de alegrar. E haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza se há de transformar em alegria. Quando a mulher está para dar à luz, sofre porque veio a sua hora.

Mas, depois que deu à luz a criança, já não se lembra da aflição, por causa da alegria que sente de haver nascido um homem no mundo. Assim também vós: sem dúvida, agora estais tristes, mas hei de ver-vos outra vez, e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria” (Jo 16,20-22).

Para João, o Pentecostes acontece já na Cruz de Jesus, no próprio “entregar o Espírito” de Jesus, na hora da sua morte: “E inclinando a cabeça, entregou o Espírito” (Jo 19, 30).

Morte e glorificação do Cristo são, para o discípulo predileto, na sua visão espiritual “de águia”, um único mistério. O último suspiro de Jesus é o primeiro suspiro da Igreja que nasce. Como?

Pelas dores do parto da mulher! Neste nascimento, vemos uma nova fecundidade materna de Maria. Ela, acolhendo João como filho, gera a primeira “célula” da Igreja que nasce, pela força do Espírito, da morte do Filho.

É o mistério do grão de trigo que, morrendo, gera a espiga. Cristo Jesus, perdendo a vida, a encontra multiplicada e Maria, a mulher aos pés da Cruz, entregando o Filho Unigênito, recebe d’Ele, em João, como filhos, os seus irmãos gerados nesse novo parto de dor. É o mistério da encarnação que continua… Maria, na força do Espírito Santo, que acolheu como seu Esposo, não podia gerar apenas a “cabeça” do corpo místico (como São Luís Grignion de Montfort, citando Santo Agostinho), mas o corpo inteiro, com todos os seus membros: os filhos no Filho!

Na escola de Maria, compreendemos a sacra fecundidade de cada dor… a necessidade de ficar de pé aos pés da Cruz, para gerar os “filhos, que o Senhor nos confia. Nela compreendemos como gerar vidas comporta assumir as dores de parto e que o sofrimento é o preço para salvar almas. Se Jesus carregou sobre si todas as nossas enfermidades, iniqüidades e sofrimentos, nós também não podemos perder dor alguma.

Em cada cruz reconhecemos o Senhor que nos visita! Poderemos chamá-lo pelo nome no seu abandono, permanecendo com “Maria Desolada”, de pé, não com postura vitimista, mas como vítimas, que se oferecem com Jesus, junto d’Ela, por amor para a salvação das almas.

Sempre levo na minha carteira, as palavras que a fundadora do Movimento dos Focolares, Chiara Lubich, certa vez rezou diante do sacrário e que, desde a minha juventude, procuro fazê-las como minhas, experimentando, continuamente, sua fecundidade:

“Jesus abandonado, quero amar-vos como ninguém vos amou, pois o sofrimento é o preço para salvar as almas. Espero, no fim da vida, não me arrepender de ter sofrido pouco, de ter sofrido mal!”.

Procuremos, ao longo deste dia, acolher cada sofrimento como o tesouro mais precioso, com gratidão e imenso amor de pé, aos pés da Cruz, com Maria, Sua e nossa Mãe.

9º dia da Novena

  1. Invocação do Espírito Santo (Veni Creator Spiritus).
  2. A Palavra do dia. “Todos tinham os mesmos sentimentos e perseveravam em oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, Mãe de Jesus, com os irmãos dele” (At 1, 12-14).
  3. Propósito do dia: Perseverar em oração, com Maria, a Mãe de Jesus, para ser batizado no Espírito Santo.
  4. Meditação diária:

“E a eles se manifestou vivo depois de sua Paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas do Reino de Deus. E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem aí o cumprimento da promessa de seu Pai, ‘que ouvistes’ – disse ele – ‘da minha boca; porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias’.” (At 1, 3-4). “Voltaram eles então para Jerusalém do monte chamado das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, distante uma jornada de sábado.

Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago. Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, Mãe de Jesus, e os irmãos dele” (At 1, 12-14).

Estamos caminhando com Maria, Imaculada do Espírito Santo, nestes nove dias, de efusão em efusão, de anúncio em anúncio, de “Pentecostes em Pentecostes” e já vimos como realmente o Novo Testamento nos manifesta a obra do Espírito Santo, doado “sem medidas” (cf. Jo 3,34) pelo Senhor Jesus, para chegar agora ao momento do “Pentecostes do Cenáculo da Igreja”, batizada no Espírito Santo e enviada em missão.

Não é por acaso, que o autor dos Atos dos Apóstolos é o mesmo evangelista, Lucas, que relata o correr deste “rio de água e fogo”, que percorre o evangelho todo, a partir da Anunciação de Jesus, graças ao “sim” de Maria, Esposa do Espírito”.

Esse rio agora deságua no “mar” dos Atos dos Apóstolos, por isso, esse livro é chamado “o Evangelho do Espírito Santo”. Desde aquele momento, até o dia de hoje, o Espírito gera, consagra e envia a Igreja em missão, para “renovar a face da terra”, “até os confins da terra!”.

O anseio missionário tem que inflamar o coração de cada discípulo: “Ai de mim se eu não evangelizar”. Essa é a missão da Igreja, que Papa Bento XVI define de forma maravilhosa: “Uma comunidade de discípulos em missão”.43 De fato: “A Igreja existe para evangelizar” e a evangelização é a identidade mais profunda da Igreja.

Essa missão só é possível pela força do Espírito “que Deus concede àqueles que lhe obedecem” (At 5,32). Por isso, como Jesus disse, era necessário “permanecer em Jerusalém, até serem revestidos da força do alto” (Lc 24,49; At 1,4).

Eis, então, os Apóstolos reunidos no Cenáculo, com Maria a Mãe de Jesus. Gostaria que prestássemos atenção na Palavra “perseverar”. Perseveravam em oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a Mãe de Jesus e com os irmãos dele. (At 2,14).

Perseverar em oração no cenáculo: é o permanecer aos pés da Cruz, o guardar todas as coisas, meditando-as em seu coração do natal; o permanecer de Maria na casa de Isabel por três meses ao serviço da prima, e tantas outras posturas de Maria que meditamos nesses dias, nos ensinam que a experiência do Espírito Santo não se limita a um momento de “poder”.

O Espírito Santo é Senhor e dá Vida, Vida plena! Ele nos convida a uma “vida” n’Ele mesmo, de graça em 0graça, de Glória em Glória, nos transforma, nos configura a Cristo mais e mais. Eis, aí o segredo da Imaculada do Espírito Santo para nós: O fim desta novena precisa tornar-se o começo de um caminho que se renova a cada dia. Para que a água não apodreça, para que o óleo da unção não se torne ranzinzo, para que o fogo não se apague, precisamos que, em nós, o Espírito de Deus possa correr, derramar-se e inflamar-se mais e mais!

Precisamos, a cada dia, a cada momento, passar “de plenitude em plenitude!”. A Palavra diz que “não sabemos o que pedir, mas que o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza” (Rm 8,26). Jesus, porém, nos diz que sabemos sim o que pedir, conforme o desejo do Pai: “E eu vos digo: pedi, e vos será dado; buscai, e achareis; batei, e vos será aberta. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá. Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente? Ou se lhe pedir um ovo, lhe dará porventura um escorpião? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem” (Lc 11,9-13).

Eis-nos aqui, então na escola de Maria, para pedir mais e mais: “Pai, dai-nos o teu Espírito em nome de Jesus!”.

Deixemos a cada dia nos surpreender pelo Espírito Santo, como os Apóstolos no Cenáculo! Deixemos enchermo-nos do Espírito Santo, até experimentarmos a “santa embriaguez” do Espírito de Deus!

“Vinde, Espírito Santo, e renovai a face da Terra!”.

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