Halloween e Nefarious – O que acontece quando deixamos o mal entrar
A festa do Halloween infelizmente perdeu muito do seu significado inicial que era profundamente católico: caridade, rezar pelos fiéis defuntos, meditar sobre a morte e a pena eterna do pecado e a vida de todos os Santos.
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Hoje, infelizmente a festa tornou-se uma celebração tipicamente pagã, que pouco ou nada lembram de sua origem, todos os anos vemos centenas de crianças e adultos fantasiados de bruxas, monstros e até demônios, mas a pergunta que fica é, quando banalizamos tanto o mal?
Quando passamos a achar legal crianças fantasiadas da representação da própria maldade? Quando invertemos tanto nossos valores morais a ponto de considerarmos bom aquilo que é o MAL, o rei da mentira?
Séries como “Lúcifer” e tantas outras produções banalizam o mal, trazem a figura demoníaca como algo bom, apenas uma vítima, mas em meio a essa loucura moderna que vivemos, vez ou outra aparecem produções sensatas e muito boas, que nos fazem refletir e nos mostram o que o mal realmente é.
“O filme “Nefarious”, produção trazida ao Brasil pela A2 Filmes em parceria com Kolbe Arte, e que tem sua estreia marcada para o dia 2 de novembro, é uma é uma dessas boas produções que de vez em quando encontramos em Holywood. A premissa do filme é simples, um psiquiatra é chamado a analisar um criminoso condenado a morte para avaliar se de fato o criminoso teve consciência de seus atos ou se ele é apenas um doente mental e, portanto, não pode ser condenado a morte.
Não se engane, não é um filme simples, pelo contrário, um filme que apesar de ser praticamente composto por diálogos é um filme que te prende do começo ao fim e te mostra a verdadeira face do mal.
Conversando com Padre Danilo, padre da Aliança de Misericórdia, que neste ano tem estudado e acompanhado alguns exorcismos, ele nos disse que é consenso entre os exorcistas que o filme é um dos mais fiéis ao retratar a possessão demoníaca em uma de suas formas mais perversas.
Vamos analisar alguns pontos do filme para entendermos por que ele é tão importante e urgente nos dias de hoje, já pedimos desculpas pois esse texto contém spoiler.
Logo no começo do filme descobrimos que o psiquiatra não acredita em Deus e portanto não acredita no demônio, um retrato fiel de nossa sociedade descrente de tudo até mesmo do mal.
Quantas pessoas conhecemos que não acreditam na existência do demônio? Bom, o filme nos dá a entender que ele quer mesmo isso, pois através da descrença ele tem mais liberdade de ação.
Outro ponto que chama muita atenção no filme é quando o padre aparece, a posição de defesa de Nefarious, pois reconhece a autoridade do sacerdote, Persona Christi. É de notar também a alegria quando percebe que o sacerdote não acredita na sua existência, mas que dá explicações psicológicas para o mal.
O filme traz elementos profundamente católicos, nos fala da importância do batismo, comenta como os demônios se alegram quando uma criança não é batizada ainda pequena, pois assim “conseguem uma influência maior desde cedo”.
O filme também aborda as questões ideológicas como discurso de ódio, relativismo da verdade, entre outros pontos, dizendo que a humanidade está tão imersa no mal que já está criando suas próprias “ideologias diabólicas sozinhas”.
Também aborda temas como a eutanásia e aborto reafirmando o nível de relativismo moral que leva as pessoas a matarem seus próprios filhos no ventre e seus próprios pais numa cama de hospital.
Mas, o ponto chave do filme é a “mentalidade demoníaca”. Vemos como o demônio (pai da mentira) manipula o psiquiatra para conseguir o que quer, como vai mascarando a verdade e a história, mas também vemos de forma muito clara o processo de abertura que uma alma dá ao mal.
O demônio não chega arrombando a porta, pois Deus nos fez livres e nos deu a graça, portanto, o mal vai trabalhando em pequenas concessões, um processo longo, que começa pelos pensamentos, vai para as ações concretas e o pecado, até que se torne “comum para a pessoa”, até que pela sua liberdade ela esteja dizendo “sim” ao mal várias vezes e “não” a Deus outras tantas.
Assim como no filme, o pai da mentira tenta nos manipular e nos fazer acreditar que não somos livres, que de qualquer forma estamos condenados, a espiral do pecado começa com uma escolha “agradável”, mas tende ao desespero ao ponto de muitas pessoas cogitarem acabar com a própria vida, “pois já não é possível o perdão”.
Essa é uma das maiores mentiras que o demônio conta no filme e também para cada um de nós, Deus nos deu a liberdade, Deus nos deu seu próprio filho para nos salvar, portanto, até o último suspiro de nossas vidas a redenção, o perdão e a salvação são sempre possíveis.
A qualquer momento podemos nos decidir por Deus e contar com a graça da milícia celeste e dos santos para nos auxiliar, claro que a luta não é fácil, mas Cristo já venceu o mal na cruz, ao morrer e ressuscitar Jesus abriu para nós as portas do paraíso e venceu a morte de uma vez por todas.
Em resumo o filme Nefarious é um dos melhores filmes do gênero já produzidos, não pelo orçamento ou efeitos especiais, mas pelas camadas de profundidade que aborda a verdade e temas tão importantes.
Em uma época de relativização do mal e da verdade, o filme traz uma luz e nos leva a refletir se o Halloween foi uma festa que por centenas de anos incentivou os católicos a rezar pelos falecidos, praticar caridade e meditar sobre a morte e o pecado. Uma obra que pode nos ajudar a trazer à tona o verdadeiro espírito do Halloween, um espírito de oração e conversão.
Assista o trailer do filme agora:
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