Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, membro da Companhia de Jesus (SJ) e arcebispo de Mariana (MG) por quase duas décadas, é lembrado por sua profunda espiritualidade, amor aos pobres e incansável dedicação à Igreja no Brasil. Seu legado de fé, justiça e caridade inspira muitos fiéis, e seu processo de beatificação e canonização já está em andamento, reconhecendo a sua fama de santidade.

Infância, vocação e formação

Dom Luciano nasceu no dia 5 de outubro de 1930, no Rio de Janeiro, filho de Cândido Mendes de Almeida e Emília de Mello Vieira Mendes de Almeida. Desde cedo demonstrou uma vocação profunda ao serviço de Deus. Ingressou na Companhia de Jesus, onde recebeu sólida formação intelectual e espiritual. Tornou-se doutor em Filosofia e dedicou-se à reflexão teológica e ao serviço pastoral.

Serviço à Igreja no Brasil e na América Latina

Sua trajetória na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi marcante. Atuou como secretário-geral entre 1979 e 1986 e, posteriormente, como presidente da CNBB de 1987 a 1994, por dois mandatos consecutivos. Foi também membro do Conselho Permanente da CNBB até sua morte, além de atuar na Pontifícia Comissão Justiça e Paz, no Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) e em comissões voltadas à superação da miséria e da fome.

Nessas missões, Dom Luciano destacou-se pelo seu compromisso com os mais pobres, sua inteligência privilegiada e seu testemunho cristão profundo. Era um homem de diálogo, com sensibilidade social e espírito missionário.

Arcebispo de Mariana: um pastor com cheiro de povo

Nomeado arcebispo de Mariana em 1988, Dom Luciano exerceu esse ministério até sua morte, em 27 de agosto de 2006, aos 75 anos. Durante esse tempo, promoveu uma verdadeira renovação pastoral na Arquidiocese. Organizou a Igreja local em cinco Regiões Pastorais, incentivou a formação permanente do clero, dinamizou os conselhos e investiu fortemente na participação dos leigos e nas obras sociais.

Com sensibilidade artística e zelo patrimonial, também se dedicou à preservação das igrejas históricas da região, tornando-se referência na conjugação entre tradição e renovação.

Caminho à canonização

A fama de santidade de Dom Luciano cresceu após sua morte. Seus restos mortais repousam na cripta da Catedral Metropolitana de Mariana, onde muitos fiéis vão em oração. Reconhecendo os sinais de sua vida santa, a Congregação para a Causa dos Santos autorizou, em 13 de maio de 2014, o início do processo de beatificação e canonização.

A fase arquidiocesana foi oficialmente aberta em 27 de agosto de 2014, com missa solene presidida por Dom Geraldo Lyrio Rocha, que também nomeou o Cônego Lauro Sérgio Versiani Barbosa como postulador da Causa.

Um exemplo para os nossos tempos

A vida de Dom Luciano é um testemunho cristão autêntico. Ele soube unir fé profunda com ação concreta, sempre ao lado dos mais pobres e marginalizados, vivendo o Evangelho com coragem e compaixão. Seu exemplo ressoa fortemente com a missão da Aliança de Misericórdia, que busca evangelizar e restaurar vidas, especialmente entre os mais excluídos.

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