A misericórdia de Deus é maior do que todos os nossos pecados, e um coração verdadeiramente arrependido pode sair do abismo do pecado e do crime para a santidade. Essa é a história de Jacques Fesch, um francês condenado à morte por homicídio, que teve sua vida transformada na prisão pela misericórdia divina. Agora, sua história de misericórdia levou-o ao processo de beatificação.

Jacques Fesch nasceu em 6 de abril de 1930, em Saint-Germain-en-Laye, França, filho de um banqueiro ateu. Embora tenha sido inicialmente educado na fé católica por sua mãe, ele abandonou sua fé aos 17 anos.

Após servir no exército francês na Alemanha, Jacques retornou à França, casou-se com Pierrette Polack e teve uma filha. No entanto, ele se envolveu com outras mulheres, levando uma vida desregrada, teve outro filho que foi entregue a um orfanato.

Em um momento trágico de sua vida, Jacques Fesch decidiu cometer um assalto a uma casa de câmbio em 25 de fevereiro de 1954, resultando na morte do cambista. Na tentativa de fuga, Jacques matou o policial Jean Vergne, viúvo e pai de uma menina. Fesch foi preso e, em 1957, condenado à morte.

Na prisão de La Santé, inicialmente, ele se mostrava indiferente à fé. No entanto, em 28 de fevereiro de 1955, teve uma profunda conversão espiritual. Ele descreveu esse momento como um encontro com o Espírito do Senhor que o fez crer que nunca esteve abandonado.

Jacques Fesch encontrou inspiração em figuras como São Francisco de Assis, Santa Teresa D’Ávila e Santa Teresinha do Menino Jesus. Na prisão, ele compartilhou sua fé por meio de cartas.

Ele escreveu em uma de suas cartas: “Acabo de receber a comunhão, é uma grande alegria! ‘Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim’“. Sua fé o transformou profundamente, trazendo-lhe paz e um novo sentido para a vida.

Quando a data de sua execução se aproximava, Fesch a encarou como uma oportunidade de santificação. Em seu diário, ele expressou o desejo de que cada gota de seu sangue apagasse um pecado mortal.

No dia 1º de outubro de 1957, Jacques Fesch foi guilhotinado. Momentos antes de sua execução, ele estava ajoelhado em oração, ao lado de uma cama arrumada. Suas últimas palavras foram: “Senhor, não me abandone, eu confio em Ti”.

A história de Jacques Fesch é um exemplo de conversão e da misericórdia divina, mostrando que, independentemente de seus erros passados, o homem pode encontrar o caminho para Deus. Sua causa de beatificação foi formalmente aberta em 1993, como um testemunho da capacidade de arrependimento e transformação do coração humano.

Como Aliança de Misericórdia, faz parte do nosso carisma levar esse amor misericordioso de Deus a todos, seja nas ruas ou prisões, evangelização em presídios e fundações casas, que já renderam diversos testemunhos da misericórdia divina. Um dos mais marcantes foi o caso de um irmão encarcerado na Polônia que, em contato com os missionários, se converteu e voltou a fé católica. Hoje ele é um vinculado da Aliança de Misericórdia.

Assim, que nunca nos esqueçamos da Misericórdia de Deus e da necessidade de anuncia-la a todos; que não desistamos dos nossos irmãos que estão distantes da fé, sabendo que assim como Deus nos dá a chance de levantar após cada queda, também dá a mesma chance para cada um de seus filhos.