Como Orar? Tipos de oração

A oração é a vida do coração novo. Deve animar-nos a todo o momento. Mas acontece que nos esquecemos d’Aquele que é a nossa vida e o nosso tudo. É por isso que os Padres espirituais, na sequência do Deuteronômio e dos profetas, insistem na oração como lembrança de Deus, frequente despertador da memória do coração.

Devemos lembrar-nos de Deus com mais frequência do que respiramos. Mas não se pode orar em todo o tempo, se não se orar em certos momentos, voluntariamente: são os tempos fortes da oração cristã, em intensidade e duração.

A Tradição da Igreja propõe aos fiéis ritmos de oração destinados a alimentar a oração contínua. Alguns são quotidianos como:

  • A oração da manhãe da noite, antes e depois das refeições, que são orações em horários específicos de entrega do dia, da refeição ou do trabalho da Deus.
  • A Liturgia das Horas, rezando seguindo o livro Oração (ou Liturgia) das Horas.
  • O Santo terço, onde contemplamos os mistérios da vida de Cristo enquanto recitamos as orações vocais.
  • A liturgia diária com a meditação da Palavra;
  • As Jaculatórias como um exercício constante de memória de Deus;
  • As meditações dos Santos para nosso momento de oração;
  • O Domingo, centrado na Eucaristia, é santificado principalmente pela oração.
  • O ciclo do ano litúrgico e as suas grandes festas constituem os ritmos fundamentais da vida de oração dos cristãos.

Essas são algumas formas de oração específicas, porém a Igreja possui 3 principais tipos de oração que o Cristão deve fazer: A Oração Vocal, a Oração Mental e a Contemplação.

As 3 possuem como que uma caminho onde se começa na oração vocal, passa-se a oração mental e busca-se a contemplação, porém essa ordem não é necessariamente seguida em todas as ocasiões uma alma pode passar da oração vocal a contemplação, ou começar com a oração vocal, ir para a mental e voltar a oração vocal. O mais importante é nos 3 tipos de oração a alma volta o coração a Deus e busca permanecer na presença de Deus.

 

A oração vocal

O Catecismo no ponto 2700 diz:Pela sua Palavra, Deus fala ao homem. É nas palavras, mentais ou vocais, que a nossa oração toma corpo. Mas o mais importante é a presença do coração Àquele a Quem falamos na oração.”

A oração vocal é um elemento indispensável da vida cristã. O Próprio Senhor nos ensinou com o Pai Nosso a rezar a oração Vocal.

São exemplos de oração vocais o Pai Nosso, a Ave Maria e as orações em geral que nós decoramos, porém não apenas elas, uma oração espontânea também é uma oração vocal.

Pois a oração vocal é aquela com a qual falamos com Deus, seja verbalmente ou em pensamento, quando utilizamos principalmente os sentidos para a oração.

A necessidade de associar os sentidos à oração interior corresponde a uma exigência da natureza humana. Nós somos corpo e espírito precisamos de traduzir exteriormente os nossos sentimentos. Devemos rezar com todo o nosso ser para dar à nossa súplica a maior força possível.

A oração vocal é, por excelência, a oração das multidões. Mas até a oração mais interior não pode prescindir da oração vocal. A oração torna-se interior na medida em que tomamos consciência d’Aquele «a Quem falamos».Então, a oração vocal torna-se uma primeira forma da contemplação.

A meditação ou oração Mental

A meditação é a oração que para além dos sentidos conecta nossa inteligência com Deus, ela é em essência uma busca. A busca por compreender os mistérios da vida Cristã.

A busca por compreender as escrituras e a doutrina, na meditação nos colocamos em uma atitude de discipula que busca aprender do mestre. Normalmente nas meditações e na oração mental se começa com a ajuda deum livro como a bíblia, ou livros de meditação de Santos, imagens litúrgicas como ícones e quadros, etc.

Então fazemos o esforço de nos colocarmos na cena, confrontando aquela realidade sobrenatural com nossa vida. Passa-se do pensamento à realidade.

Segundo a medida da humildade e da fé, descobrem-se nela os movimentos que agitam o coração e é possível discerni-los. Trata-se de praticar a verdade para chegar à luz: «Senhor, que quereis que eu faça?».

 “Os métodos de meditação são tão diversos como os mestres espirituais. Um cristão deve querer meditar com regularidade; doutro modo, torna-se semelhante aos três primeiros terrenos da parábola do semeador. Mas um método não passa de um guia; o importante é avançar, com o Espírito Santo, no caminho único da oração: Cristo Jesus.

A meditação põe em ação o pensamento, a imaginação, a emoção e o desejo. Esta mobilização é necessária para aprofundar as convicções da fé, suscitar a conversão do coração e fortalecer a vontade de seguir a Cristo.

A oração cristã dedica-se, de preferência, a meditar nos «mistérios de Cristo», como na « lectio divina». Esta forma de reflexão orante é de grande valor, mas a oração cristã deve ir mais longe: até ao conhecimento amoroso do Senhor Jesus, até à união com Ele.” (CIC 2707 – 2708)

A contemplação

Santa Teresa D’Avila a mestra na contemplação nos ensina que a contemplação é : “Outra coisa não é, a meu parecer, contemplação, senão tratar de amizade – estando muitas vezes tratando a sós – com Quem sabemos que nos ama”

A contemplação procura «Aquele que o meu coração ama» (Ct 1, 7) (8), que é Jesus, e n’Ele o Pai.

É o passo seguinte a meditação, quando nos entregamos a graça e Deus passa a agir em nós, quando não é mais nossa inteligência, mas Cristo que age. Nesta modalidade de o olhar vai todo para o Senhor.

O Catecismo nos diz: A escolha do tempo e duração da contemplação depende duma vontade determinada, reveladora dos segredos do coração. Não se faz contemplação quando se tem tempo; ao invés, arranja-se tempo para estar com o Senhor, com a firme determinação de não Lho retirar durante o caminho, sejam quais forem as provações e a aridez do encontro.

Não se pode meditar sempre; mas pode-se entrar sempre em contemplação, independentemente das condições de saúde, trabalho ou afetividade. O coração é o lugar da busca e do encontro, na pobreza e na fé.

A contemplação é a oração do filho ao Pai, do pecador que foi perdoado e é recebido com um abraço.

  1. Assim, diz o Catecismo no ponto 2713, a contemplação é a expressão mais simples do mistério da oração. É um dom, uma graça; só pode ser acolhida na humildade e na pobreza… A contemplação é comunhão: nela, a Santíssima Trindade conforma o homem, imagem de Deus, «à sua semelhança».

Ela é o olhar de fé, fixo no Cristo que me olha, São João Maria Vianey disse a um camponês de d’Aars: “Eu olho para Ele e Ele olha para mim”.

A contemplação é escuta da Palavra de Deus, uma escuta obediente e cheia de fé e esperança. É também o silencio, pois na contemplação somos calados pelo amor, palavras não são necessárias somente o olhar de Jesus.

A contemplação é união à oração de Cristo na medida em que nos faz participar no seu mistério. Uma comunhão de amor, portadora de vida para a multidão, na medida em que é consentimento em permanecer na noite da fé. (CIC 2718)

 

Os Compromissos de Oração na Aliança de Misericórdia

Na Aliança de Misericórdia todos somos chamados a vida de oração, é um compromisso comunitário de cada membro a oração do Santo terço diário, a meditação da palavra diária e a adoração eucarística (diária para comunidade de vida e semanal para a comunidade de aliança) dando-nos a possibilidade de nos colocarmos em oração vocal, oração mental (meditação) e contemplação.

Assim, todos os membros do movimento vivem uma vida de oração profunda e fecunda, em comunhão com a Igreja.

Além disso, faz parte da vivência do movimento a participação da Santa Missa e a confissão mensal para que possamos sempre lutar contra o pecado e buscarmos uma vida de estado de graça e sacramental para que nossa oração possa frutificar e assim possamos verdadeiramente evangelizar como o Senhor nos pediu.

 

Fonte:

Catecismo da Igreja Católica

Teologia da Perfeição Cristã

 

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