Bíblia – um dos 3 Pilares da Igreja
Em setembro a Igreja nos convida a celebrar o “Mês da Bíblia” e sua importância para nossa fé.
Enquanto católicos, devemos conhecer e ser íntimos da Bíblia, pois nela encontramos a Palavra de Deus e a história da Salvação. É nela que nossa redenção foi revelada.
Ela é para nós um livro histórico, mas também um Guia Moral e, em conformidade e em união com a tradição Apostólica e com o Magistério da Igreja, formam os Pilares da Igreja Católica.
O Catecismo da Igreja Católica nos diz:
“A Sagrada Escritura é a Palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Divino”.
E continua: “A sagrada Tradição, por sua vez, conserva a Palavra de Deus, confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, e transmite-a integralmente aos seus sucessores, para que eles, com a luz do Espírito da verdade, fielmente a conservem, exponham e difundam na sua pregação.
Daí resulta que a Igreja, a quem está confiada a transmissão e interpretação da Revelação, não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência”.
Portanto, a Igreja defende a unidade da Bíblia (Sagradas Escrituras) e da tradição ao dizer:
“A Tradição sagrada e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim». Uma e outra tornam presente e fecundo na Igreja o mistério de Cristo, que prometeu estar com os seus, «sempre, até ao fim do mundo» (Mt 28, 20).”
Um compromisso do fiel católico
A Bíblia deve ser lida e estudada por todo fiel católico, é graças ao esforço de um santo que hoje temos a Bíblia, e a Igreja sempre incentivou o conhecimento das verdades de fé reveladas nas Sagradas Escrituras.
Porém, é importante definir que a interpretação dos livros bíblicos não deve ser uma interpretação fundamentalista ou fora de contexto, a verdadeira interpretação das Sagradas Escritura se baseia na Tradição da Igreja ao longo dos séculos, pois a Igreja é o depositário da fé.
A Constituição Dogmática “Dei Verbum”, que trata das Sagradas Escrituras, nos afirma que a Igreja sempre venerou as Divinas Escrituras tal como venera o Corpo do Senhor. Nunca cessa de distribuir aos fiéis o Pão da vida, tornado à mesa quer da Palavra de Deus, quer do Corpo de Cristo.
E diz: “Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra continuamente o seu alimento e a sua força, porque nela não recebe apenas uma palavra humana, mas o que ela é na realidade: a Palavra de Deus. ‘Nos livros sagrados, com efeito, o Pai que está nos Céus vem amorosamente ao encontro dos seus filhos, a conversar com eles”.
Santo Hilário diz que devemos sempre “ler a Escritura na tradição viva de toda a Igreja”, ou seja, somos chamados a sermos íntimos da Palavra de Deus, junto com toda a Igreja, em comunhão com a tradição apostólica e com o magistério e assim encontrar a Verdade revelada a nós através da bíblia.
Fonte da Verdade
A Bíblia Sagrada é fonte canônica da Verdade, revela a história da Salvação, e foi inspirada por Deus, por isso é mais que um livro, é a própria Palavra de Deus.
Ela possui uma unidade completa, onde a salvação é prefigurada no Antigo Testamento e Encarnada no novo, onde os ensinamentos da Antiga Lei não deixam de existir, mas são levados a perfeição por Cristo e mantidos vivos pelos Apóstolos e pela Igreja.
O Cânon da Bíblia explicado
O catecismo nos ensina que: “Foi a Tradição Apostólica que levou a Igreja a discernir quais os escritos que deviam ser contados na lista dos livros sagrados.
Esta lista integral é chamada «Cânon» das Escrituras. Comporta, para o Antigo Testamento, 46 (45, se se contar Jeremias e as Lamentações como um só) escritos, e, para o Novo, 27:
Para o Antigo Testamento: Génesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronómio, Josué, Juízes, Rute, os dois livros de Samuel, os dois livros dos Reis, os dois livros das Crónicas, Esdras e Neemias, Tobias, Judite, Ester, os dois livros dos Macabeus, Job, os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes (ou Coelet), o Cântico dos Cânticos, a Sabedoria, o livro de Ben-Sirá (ou Eclesiástico), Isaías, Jeremias, as Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Nahum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias;
Para o Novo Testamento: Os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João; os Actos dos Apóstolos; as epístolas de São Paulo: aos Romanos, primeira e segunda aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, primeira e segunda aos Tessalonicenses, primeira e segunda a Timóteo, a Tito, a Filémon: a Epístola aos Hebreus; a Epístola de Tiago, a primeira e segunda de Pedro, as três epístolas de João, a Epístola de Judas e o Apocalipse.”
A Palavra de Deus é o alimento dos membros da Aliança de Misericórdia
Na Aliança de Misericórdia todo membro é chamado a ser íntimo da Palavra de Deus. Nossos fundadores sempre nos ensinaram a rezar e amar a Palavra, encontrar nela refúgio e ensinamento.
A chamada “Escola da Palavra” é um dos pontos mais importantes da vivência do carisma. O Estatuto, no ponto 30, nos diz:
“Permanecer na Palavra, permanecer em Cristo, permanecer no amor, observar os seus mandamentos: eis o único caminho que nos é apresentado, garantia de frutos abundantes.
Portanto, é na sua Palavra, e não nas nossas pobres forças, que se enraíza e jorra cada nossa ação apostólica. ‘Como ensina a tradição espiritual, da meditação da Palavra de Deus e, em particular, dos mistérios de Cristo nasce a intensidade da contemplação e o ardor da ação apostólica.
Quer na vida religiosa contemplativa como apostólica, sempre foram homens e mulheres de oração que realizaram, como intérpretes e executores da vontade de Deus, grandes obras’”.
Somos chamados a conhecer a Palavra, estudá-la, amá-la e vive-la, levando sempre em nossas vidas seus ensinamentos.
Aprofunde no assunto: Escola da Palavra – formas de estudos
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