Beato Donizetti Tavares de Lima: Uma vida que reflete a Santidade Brasileira
Beato Donizetti Tavares de Lima, nascido em 3 de janeiro de 1882, na cidade de Cássia, Minas Gerais, é beato da Igreja e exemplo da Santidade Brasileira. Filho de Tristão Tavares de Lima e Francisca Cândida Tavares de Lima, Donizetti foi um dos nove filhos do casal. Sua trajetória de fé e serviço à comunidade começou ainda na infância e se consolidou ao longo dos anos, deixando um legado de devoção e santidade que perdura até os dias atuais.
Aos quatro anos de idade, a família de Donizetti mudou-se para Franca, São Paulo, onde ele completou o curso primário e iniciou seus estudos em música. Aos 15 anos, ingressou no curso preparatório do antigo Seminário Episcopal de São Paulo. Após três anos, continuou sua formação no Colégio em Sorocaba e, em 1900, retornou ao seminário. Foi ordenado sacerdote em 12 de julho de 1908, em Pouso Alegre, Minas Gerais.
Pe. Donizetti serviu em várias paróquias ao longo de sua vida. Passou por São Caetano em Pouso Alegre, Jaguariúna, Paróquia de Santa Mãe de Deus, e Paróquia Sant’Ana em Vargem Grande do Sul. Em 24 de maio de 1926, foi nomeado pároco da Paróquia Santo Antônio em Tambaú, São Paulo, onde chegou em 12 de junho do mesmo ano. Ele trabalhou em Tambaú por 35 anos, até seu falecimento em 16 de junho de 1961.
Vida e Obras em Tambaú
Em Tambaú, Pe. Donizetti destacou-se por sua vida austera e dedicação ao serviço de Deus. Ele fundou uma creche, a Casa da Criança, e o Asilo para idosos, além de apoiar os trabalhadores locais através do círculo operário. Sua devoção a Nossa Senhora Aparecida era profunda, tendo entronizado uma imagem da santa na Igreja Santo Antônio.
Em 1929, um incêndio destruiu a igreja, mas a imagem de Nossa Senhora Aparecida permaneceu intacta, um fato que foi considerado um sinal divino. Nos anos 1950, Pe. Donizetti ganhou fama de santo devido às inúmeras curas atribuídas às suas bênçãos. Em 30 de maio de 1955, ele deu sua última bênção pública, prometendo rezar por todos em seu quarto.
Pe. Donizetti faleceu em 16 de junho de 1961, devido a complicações cardíacas e diabetes. Seu velório na Igreja São José atraiu milhares de pessoas. Até hoje, muitos relatam curas e graças atribuídas à sua intercessão.
Testemunho da intercessão do Beato Donizetti
“No caminho para a Santidade sao muitos os sinais e testemunhos de intercessão do Beato Donizetti Tavares, confira agora o testemunho de nosso diacono permanente Denilson sobre a intercessão do beato:
Meu segundo nome é Donizete por causa de uma promessa que minha mãe fez. Ela tinha 40 anos quando se casou com meu pai e não conseguia engravidar devido à sua idade.
Minha mãe era filha de portugueses muito devotos e conheceu a história do Padre Donizetti de Tambaú, famoso pelos milagres atribuídos à sua intercessão. Minha tia e meu tio a levaram até Tambaú, onde ela visitou a igreja e a casa onde o padre morou. Lá, ela fez um pedido fervoroso ao Padre Donizetti, pedindo sua intercessão junto a Jesus para que pudesse ter um filho.
Meses depois, minha mãe descobriu que estava grávida de mim. Em homenagem à graça alcançada, ela me deu o nome Donizetti. Sou fruto da intercessão desse homem, que hoje é beato.
A Inspiração de Padre Donizetti Tavares
As histórias dos santos, beatos e servos de Deus sempre nos inspiram. São pessoas que, em algum momento, foram chamadas por Deus para uma missão especial. Movidos pelo Espírito Santo, entenderam e seguiram essa missão com amor a Deus.
Padre Donizetti me inspira pela sua forma de evangelizar, especialmente com crianças e idosos. Ele via nas crianças uma oportunidade de catequese e nos idosos uma necessidade de cuidado paliativo. Sua simplicidade no dia a dia, nas missas, nas visitas de caridade e na construção de creches e asilos, além do amor por Nossa Senhora, são cativantes.
Eu me identifico com ele porque também trabalhei na educação fundamental e com crianças, e meu chamado para a vida consagrada nasceu através desse trabalho. A influência do Padre Donizetti é evidente na minha escolha de trabalhar com crianças na catequese e cuidar dos idosos, sentindo uma conexão espiritual com ele.
Não conheci essa história pela minha mãe, pois a perdi muito jovem, mas minha tia me contou. Ao longo da minha vida, sempre que encontro alguém com o sobrenome Donizete, brincamos se somos “filhos do padre” e se nossas mães fizeram uma promessa. Muitas pessoas que têm Donizete como sobrenome são frutos dessa intercessão.
Fui conhecendo mais sobre o Padre Donizetti ao longo da minha caminhada. Inclusive, recebi uma relíquia dele quando ainda era servo de Deus, e carrego com muita devoção. Acompanhar seu processo de beatificação e canonização é uma alegria, pois sinto que faço parte desse processo. Tenho no meu nome o de um futuro santo da Igreja, e isso me enche de orgulho e devoção.
A Simplicidade que Inspira
O que mais me inspira no Padre Donizetti é sua simplicidade. Apesar dos milagres em vida, ele sempre se manteve próximo das pessoas, sem mudar sua relação com elas. Como diácono, vejo isso como um exemplo para entender que nossa vocação é um chamado de Deus para o povo.
A simplicidade do Padre Donizetti , seu acolhimento das crianças, jovens, pobres e idosos são aspectos que admiro e com os quais me identifico. Vejo a Igreja no Brasil como um celeiro de santos, com muitos se tornando servos de Deus e outros ainda anônimos, mas todos movidos pelo Espírito Santo para levar a palavra de Deus de forma criativa.
Deus tem suscitado santos no Brasil, destacando pessoas em meio ao caos, assim como nas áreas política, social e empresarial. Essas referências são necessárias para nossa sociedade e enriquecem a missão da Igreja. Que tenhamos mais santos inspiradores como Padre Donizetti para guiar nosso caminho.”
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