Assunção de Nossa Senhora: Elevada ao céu em corpo e alma
A Assunção de Nossa Senhora é uma das verdades mais sublimes da fé católica. Segundo o dogma proclamado pelo Papa Pio XII em 1950, Maria Santíssima, ao final de sua vida terrestre, foi elevada ao Céu em corpo e alma, um privilégio único concedido por Deus à Mãe do Salvador. Essa verdade, embora não descrita de forma explícita na Bíblia, está profundamente enraizada na tradição da Igreja, na Sagrada Escritura e na teologia mariana.
O dogma da Assunção: definição solene
No dia 1º de novembro de 1950, por meio da constituição apostólica Munificentissimus Deus, o Papa Pio XII declarou infalivelmente:
“A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrestre, foi elevada à glória celeste em corpo e alma.” (Munificentissimus Deus, n. 44)
Esse dogma não define se Maria morreu ou não, mas afirma que ela não passou pela corrupção do corpo, sendo glorificada inteiramente, como sinal de vitória sobre o pecado e a morte.
Fundamentação bíblica e teológica
Embora o dogma da Assunção não tenha uma narrativa bíblica direta, ele é coerente com a Revelação. O Livro do Apocalipse (Ap 12,1) apresenta a visão da “mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça”, frequentemente interpretada como uma figura de Maria glorificada no Céu.
O Salmo 132,8 – “Levanta-te, Senhor, para o teu repouso, tu e a arca da tua força” – é tradicionalmente aplicado a Maria, vista como a Arca da Nova Aliança. Assim como a antiga Arca foi preservada, também Maria foi preservada da corrupção corporal, por ter gerado o próprio Deus.
O Catecismo da Igreja Católica afirma:
“A Assunção da Santíssima Virgem é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos demais cristãos” (CIC, §966).
Maria: única criatura elevada ao Céu em corpo e alma
Diferente de Jesus, que ressuscitou com seu corpo glorioso por sua própria divindade, Maria foi assunta por graça especial de Deus, já participando da glória da ressurreição com o corpo e alma unidos no Céu.
Os demais santos canonizados e todos os fiéis falecidos que estão no Céu, estão lá apenas em alma. Após a morte, suas almas passam pelo julgamento particular, onde recebem sua recompensa ou purificação. Segundo o Catecismo (§1022), cada alma “recebe sua retribuição eterna no momento da morte”.
A ressurreição dos corpos ocorrerá somente na Parusia, ou seja, na segunda vinda de Cristo. Nesse momento, todos os mortos ressuscitarão e serão julgados no julgamento final (cf. CIC §1038-1041). Somente então os justos receberão também seus corpos glorificados, conforme ensinado por São Paulo: “O que é corruptível deve revestir-se de incorruptibilidade” (1Cor 15,53).
Portanto, Maria é a única criatura humana que já vive no Céu em corpo e alma. Seu estado glorificado antecipa o que viveremos na plenitude do Reino de Deus.
A Assunção e a esperança cristã
A Assunção de Maria é um sinal de esperança e consolação para todos os cristãos. Ela nos lembra que a fidelidade à vontade de Deus conduz à glória. Maria é modelo e intercessora, e sua elevação corporal é uma confirmação de que a salvação é completa – não só espiritual, mas também corporal.
No carisma da Aliança de Misericórdia, reconhecemos em Maria aquela que “foi elevada” porque se abaixou, serviu, silenciou e amou até o fim. Ela nos inspira a viver com os olhos voltados para o Céu, mas com os pés no chão, comprometidos com os mais pobres e com a construção do Reino de Deus já aqui na terra.
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