A Porta do Cárcere – Palavra do Mês de Outubro

Vocês foram chamados para a liberdade, mas que a liberdade não sirva de pretexto para a carne, pois a carne tem desejos contrários ao Espírito e o Espírito desejos contrários à carne” (Cf. Gl 5,13-17).

No texto do Profeta Neemias 3,25, evidencia a porta que dava acesso ao “pátio da prisão”. Neste pátio, segundo a tradição bíblica, foi preso também o profeta Jeremias (Jr 32,2) e por esta porta entravam e saiam da cidade os prisioneiros.

Neste nosso itinerário espiritual, esta porta pode simbolizar espiritualmente as cadeias que nos prendem ao pecado e que só podem ser quebradas pelo poder de Deus (cf. At. 16,26). Vejamos alguns pontos importantes:

O vencedor do Diabo

  1. Foi por isso que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo (1Jo 2,8).

A primeira constatação necessária, é que Jesus já venceu aquele que quer nos aprisionar numa vida de pecado e numa eternidade de morte, no cárcere infernal, preparado por Satanás e seus anjos (cf. Mt 25,41b).

A Palavra nos diz que Jesus já venceu, pela Sua morte, o autor da morte: Satanás! (Hb 2,14) e, ainda: “Ele despojou os principados e as potências e fez delas um público espetáculo, triunfando sobre elas por meio da cruz!” (Cl 2,15).

Se Cristo nos libertou, somos verdadeiramente livres! Agora, se isto é verdade, e a Palavra não mente, por que tantos ainda vivem como “prisioneiros” e não conseguem sair desta prisão para entrar pela porta da liberdade, na santa Jerusalém da qual são cidadãos?

Como é possível viver ainda com o medo daquele que já foi vencido ou, pior ainda, presos nos grilhões do pecado e da morte?

Entenda bem uma coisa: tudo aquilo que o demônio pode fazer na sua vida, só pode fazê-lo através de você mesmo.

O pior inimigo da sua liberdade não é o demônio, mas você mesmo. Ele só terá a autoridade que você lhe dará através do pecado, da falta de fé, do ocultismo e práticas de espiritismo, das mágoas e ressentimentos, do “vazio” espiritual, pois se Jesus não estabelecer na sua alma uma morada, como único Senhor, o diabo, vendo a “casa vazia”, voltará mais forte do que nunca (cf. Mt 12,43-45).

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A Autoridade da parte de Deus

  1. Ele nos deu autoridade sobre os espíritos malignos (cf. Mt 28,18ss; Mc 16,15ss).

Cristo nos capacita, pelo Espírito que foi derramado em nossos corações, pelos méritos de Sua paixão, morte e Ressurreição, dando-nos o mesmo poder e autoridade que recebeu do seu Pai: “Assim como o Pai me enviou, eu envio vocês” (cf. Jo 10,19-23).

E ainda disse, que se tivermos fé n’Ele, faremos obras maiores daquelas que Ele realizou” (cf. Jo 14,12).

Não tenha dúvidas de que o demônio o sabe e treme, por isso tenta confundir nossa mente com sugestões malignas, raciocínios mentirosos e fortalezas intelectuais que se levantam contra o conhecimento de Deus e a obediência à Palavra de Cristo (cf. 2Cor 10,4-6).

Nada de medo do demônio! Cabe a você botar o diabo para correr, em nome de Jesus! Tome posse da autoridade de Cristo, pois se “Ele nos libertou é para que sejamos verdadeiramente livres!” (Gl 5,1).

Vocês foram chamados para a liberdade, mas que a liberdade não sirva de pretexto para a carne, pois a carne tem desejos contrários ao Espírito e o Espírito desejos contrários à carne” (Cf. Gl 5,13-17).

O maior de todos os mandamentos

  1. Permanecendo no seu Amor!

No Evangelho de São João, a palavra de Deus nos ensina que amar Jesus, permanecer no Seu Amor, guardar a Sua Palavra, são sinônimos de fazer “morada” em Deus, provar do Seu amor que nos capacita ao amor reciproco, nos dá toda Sua autoridade e torna-nos extremamente fecundos (cf. Jo 15,1-17).

Quero partilhar com vocês, que durante estes “quase 45 anos” de vida consagrada, descobri a chave que abre as portas das nossas prisões interiores: O PERDÃO. Ele tem a força de libertar aqueles que feriram e o coração que foi ferido. Aqui está o grande diferencial do cristão.

O que nos distingue dos pagãos não é a “religiosidade”, as práticas religiosas, mas a prática do amor que encontra no perdão e na Misericórdia, a sua expressão mais alta e poderosa. “Se vocês amam somente aqueles que vos amam, que recompensa terão? Até os gentios fazem isto…” (cf. Mt 5,46).

A falta de perdão, as mágoas e os ressentimentos são as piores prisões da existência humana, fontes de amarguras, enfermidades físicas, psicológicas e espirituais sem fim. A Misericórdia é a chave para sair de toda prisão espiritual para a liberdade!

Somos perdoados para perdoar, curados para curar e libertos para libertar!

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Mostrar o Rosto do Pai

A Misericórdia é a única linguagem que o mundo inteiro pode compreender para a revelação dos filhos de Deus e do rosto do Pai. É o único caminho possível para a nova Evangelização, não feita de palavras, mas por uma “vida feita Palavra”. É o único caminho do futuro, paz e vida, para a humanidade.

Anos atrás, a França inteira ficou surpreendida e de boca aberta quando, durante o processo transmitido ao vivo pela TV, os pais de Chantal, uma jovem cruelmente assassinada por outro jovem, pediram que o assassino da filha pudesse ocupar, na casa deles, o lugar deixado vazio pela jovem Chantal. Eles declararam:

“Somos cristãos, cremos na Misericórdia de Deus e na força do amor, e sabemos que se este jovem chegou a assassinar a nossa filha, talvez seja porque nunca conheceu o verdadeiro Amor.

Não queremos para ele a prisão do Estado, mas desejamos que experimente a liberdade do Amor, que só Deus pode proporcionar!”.

A liberdade de toda prisão está em Cristo, Filho do Pai Altíssimo! “Tornemo-nos misericordiosos à escola de Jesus e de sua Palavra, como o Pai misericordioso, pois o mundo espera a revelação dos filhos de Deus!” (cf. Rm 8,19).

Pe. João Henrique
Fundador da Aliança de Misericórdia

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