A missão do bebê Charlie
Nesta semana, o mundo acompanha a luta pela vida do bebê Charlie Gard, no Reino Unido. Dia 30 de junho era o prazo limite para que os aparelhos fossem desligados. Os pais (Conie e Chris), ganharam alguns dias para se despedirem do filho.
Uma simples criança, que passaria despercebida, mas não foi bem assim. A missão do bebê Charlie é bem clara: mostrar o valor da vida humana!
O Papa ofereceu os cuidados do Hospital Bambino Gesú, conhecido como hospital do Papa, e até o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou apoio, contudo, os pais mantém-se distantes da imprensa, vivendo a impotência de verem seus esforços barrados pelo órgão máximo de “defesa da vida”. Ironia? Não se questionarmos qual vida o Tribunal Europeu de Direitos Humanos, defende.
Antes de desenvolver a ideia, me recordo da cena de um filme que assisti quando criança. O cavalo do mocinho caiu de uma determinada altura e quebrou a pata. Ele tentou salvar o bicho, mas outra pessoa lhe disse “É melhor sacrificar do que deixá-lo sofrer”.
Aquela frase me deixou em choque. Claro, por ser um filme para crianças, a cena não foi exibida, porém, o impacto daquela frase, me deixou incomodada ao ponto de perder o sono.
“Credo, você está comparando os bebê Charlie com um animal?” Eu não, o Tribunal Europeu, sim! Há tempos a vida humana vem sendo equiparada à dos bichos (muitas vezes vale menos) e quase ninguém percebe. Quais os direitos humanos que este povo defende? O que é a vida da pessoa humana para eles?
Cada pessoa que vêm ao mundo traz consigo uma missão, que é mostrar a Glória do Criador. Infelizmente, com o esvaziamento da visão cristológica do homem, por parte de boa camada da sociedade, o ser humano foi reduzido, coisificado, classificado como útil ou inútil.
Se compreendessem qual o valor de Charlie, não só para seus pais, mas para Deus, fariam o impossível para deixá-lo viver! Para o hospital ele se tornou uma inutilidade, mas, agora para o mundo, ele é símbolo da luta pela vida, a verdadeira vida. Este episódio me faz lembrar a passagem do Evangelho de Marcos:
“Ele se achava à beira do mar, quando um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, se apresentou e, à sua vista, lançou-se-lhe aos pés, rogando-lhe com insistência: Minha filhinha está morrendo.
Vem, impõe-lhe as mãos para que se salve e viva. Jesus foi com ele e grande multidão o seguia, comprimindo-o (…) chegou alguém da casa do chefe da sinagoga, anunciando: Tua filha morreu. Para que ainda incomodas o Mestre? Ouvindo Jesus a notícia, dirigiu-se ao chefe da sinagoga: Não temas; crê somente”. (Mc 5, 21-43)
Jairo foi até Jesus, como quem recorre à última esperança, vencendo o medo de ser identificado como seu discípulo. Antes porém, que o Mestre pudesse chegar perto da criança, deram a notícia de sua morte “Para que ainda incomodas o Mestre”.
Para que lutar pela vida de Charlie, é inútil, tudo já foi feito, esperemos para enterrá-lo! Para quê acreditar que o dom da medicina pode salvar a vida da criança. Para que manter um peso desses, um alto custo, ocupando leito de hospital.
Será que realmente a vida de um bebê de pouco mais de 6 meses é inútil? A homens estão se desumanizando e tornando-se qualquer coisa que ainda não podemos mensurar.
Acertada é frase que li no site do Pe. Paulo Ricardo atribuída à Rui Barbosa que diz o seguinte: “A pior ditadura é a do poder judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer”.
Que Deus tenha piedade dos juízes que se colocam acima do Grande Juiz!
O site Aleteia.org, promove um abaixo-assinado (clique aqui) internacional em favor do bebê Charlie
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