Celibato: alegria de Deus
Costumo pensar no celibatário como uma chama que ilumina o ambiente em que se encontra, e que faz grande diferença. Sem esta chama o mundo seria muito triste e vazio.
A vida consagrada à partir de dentro
O celibato para mim, em primeiro lugar, é motivo de muita alegria. Alegria em poder servir a Deus e à Igreja; alegria de não pertencer mais a mim mesma; uma alegria que não está nas núvens, pois também ela passa pela cruz e pelo sacrifício de cada dia.
Quando senti o chamado à vida consagrada ainda era muito nova, tinha apenas 12 anos. Não entendia totalmente o que significava este chamado, mas uma coisa era certa: sentia tanto amor de Deus por mim, que a melhor forma para retribuir a este amor era entregando minha vida a Ele.
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“Como o jovem despoja uma virgem, assim te desposará o teu edificador. Como a alegria do noivo pela sua noiva, tal será a alegria que teu Deus sentirá em ti” (Is 62, 5).
Esta é uma das palavras que motivou meu coração a dizer sim a Deus com todas as minhas forças e com todo o meu ser. Quando a li pela primeira vez sentia que minha vida teria um rumo diferente, mas em tudo. E até hoje desejo ser a alegria de Deus. Penso que a entrega no celibato passa por este sentir-se em Deus e que somos Sua alegria.
À espera do tempo de Deus
Pela idade que tinha precisei esperar alguns anos, e durante a espera pude viver momentos de grandes desafios. Desafios que me fizeram fugir do chamado por um longo tempo, mas fui novamente seduzida por Cristo.
Quando entrei para a vida missionária tinha 18 anos. Hoje, posso dizer que o mesmo amor que sentia por Jesus quando era muito pequena é ainda mais forte, pois quanto mais nos aproximamos de Cristo mais O desejamos em nossa vida.
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É este querer mais que me ajuda a vencer as dificuldades, me ajuda a permanecer firme na minha escolha. Nada é fácil, por isso dou imenso valor à minha consagração. A tenho como um bem precioso.
Costumo pensar no celibatário como uma chama que ilumina o ambiente em que se encontra, e que faz grande diferença. Sem esta chama o mundo seria muito triste e vazio.
Um sinal de esperança
O mundo de hoje tem se tornado cada vez mais distante de Deus e de Seu projeto. Encontramos um mundo tão secularizado, tão cheio de ideologias, onde as pessoas vivem sem sentido, não sabem bem a direção a percorrer. E o celibatário é esta chama que pode levar o sentido da vida.
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Assim como São João Batista, que apontou para o Caminho, o celibatário é este sinal de Cristo na Terra. Ele aponta para algo que transcende a razão humana e, sem dúvidas, este é um grande desafio para o tempo presente.
Sou grata a Jesus pelo chamado Dele em minha vida. Falo com toda a certeza do meu coração: a escolha pelo celibato, pela vida consagrada, faz de mim uma pessoa imensamente feliz e plena. Ser testemunha de Sua bondade enche o meu coração de alegria.
Geane Almeida (Maria Teresa da Sagrada Face), missionária de vida, Seixal/Portugal
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