Venerável Irmão Roberto Giovanni – Santidade Brasileira
O Venerável Irmão Roberto Giovanni, foi religioso brasileiro eum exemplo de humildade e santidade. Nasceu em 16 de março de 1903 em Rio Claro, São Paulo, Roberto Giovanni foi um dos 13 filhos de Paschoal Giovanni e Severina Padula. Seu pai, um imigrante italiano oriundo de Campobasso, chegou ao Brasil em 1885 e, junto com sua família, contribuiu para o desenvolvimento da cidade, criando um lar centrado em valores cristãos sólidos.
Roberto Giovanni cresceu em um ambiente de fé e devoção. Desde pequeno, ele se envolveu nas atividades da Igreja e participava das iniciativas religiosas locais, como a Congregação Mariana e as ações dos vicentinos. Sua vida na juventude era equilibrada entre estudos e trabalho, sempre contribuindo para o sustento da família. Estudou contabilidade e trabalhou como contador no Cartório Pinheirinho, demonstrando desde cedo um coração generoso, compartilhando seu salário com colegas mais necessitados.
Desde a infância, Irmão Roberto mostrava um desejo profundo de seguir a vida religiosa, inspirado pelos padres estigmatinos que atuavam na sua paróquia. Em 21 de junho de 1927, ingressou no Seminário Santa Cruz para iniciar sua formação religiosa. Seu desejo era tornar-se um padre estigmatino, mas, após profunda reflexão e diálogo com seu mestre de noviços, Roberto optou por ser irmão coadjutor, um papel de serviço humilde, o que surpreendeu a comunidade pela demonstração de grande humildade e desapego.
Após sua formação, Irmão Roberto foi designado para a cidade de Casa Branca, São Paulo, em 1939. Lá, ele se dedicou à formação de jovens da Congregação Mariana, das crianças da Cruzada Eucarística e ao catecismo, desempenhando um papel vital na educação religiosa da comunidade. Quando a Casa para Formação de Irmãos Estigmatinos foi inaugurada junto ao Santuário de Nossa Senhora do Desterro, em 1942, Irmão Roberto se tornou responsável pela formação e disciplina dos candidatos a irmãos coadjutores.
Além do trabalho de formação, Irmão Roberto Giovanni foi também diretor e redator da revista Ecos Estigmatinos, uma publicação da congregação dedicada a divulgar a devoção a Nossa Senhora do Desterro e ao fundador dos estigmatinos, São Gaspar Bertoni. Ele se dedicava a divulgar a espiritualidade estigmatina, visitando várias cidades para distribuir a revista e incentivar a fé.
Irmão Roberto se destacava também como conselheiro e orientador espiritual. Sua presença era uma fonte de consolo e esperança para todos que o procuravam. As pessoas que o encontravam saíam aliviadas, renovadas pela sua palavra de encorajamento e seu exemplo de fé. Esse serviço espiritual foi reconhecido pelo bispo diocesano, Dom Tomás Vaquero, que nomeou Roberto como Ministro da Eucaristia, um ministério que ele desempenhou com grande zelo, levando a Sagrada Comunhão aos doentes e confortando os necessitados.
Em 1980, Irmão Roberto Giovanni recebeu o título de Cidadão Casabranquense, um reconhecimento por sua dedicação à comunidade de Casa Branca. Durante a homenagem, muitos pediram para que ele fosse ordenado sacerdote, pois acreditavam que ele possuía todas as qualidades necessárias. Apesar desse reconhecimento, Irmão Roberto, com sua característica humildade, decidiu permanecer como irmão coadjutor, reafirmando sua vocação para servir sem buscar honras ou status.
Essa decisão de não aceitar a ordenação sacerdotal demonstrou a essência da sua vida: um compromisso profundo com a humildade e o serviço ao próximo, exatamente como pregava São Paulo: “Nós caminhamos para a perfeição e a santidade”. Com suas mãos sempre estendidas para ajudar os outros, Irmão Roberto mostrou que a verdadeira grandeza está no serviço amoroso e desinteressado.
Durante 54 anos, Irmão Roberto Giovanni dedicou sua vida ao trabalho pastoral, acolhendo os pobres, cuidando dos doentes e propagando a fé. Mesmo sem ser sacerdote, ele viveu plenamente sua vocação estigmatina, servindo a todos que precisavam de apoio, seja material ou espiritual. Sua vida simples, sempre orientada pela espiritualidade estigmatina e pelo amor a Nossa Senhora do Desterro, inspirou incontáveis pessoas a seguirem o caminho da oração e da caridade.
Irmão Roberto faleceu em 11 de janeiro de 1994, após uma vida inteira dedicada ao próximo e ao serviço de Deus. Atendendo ao desejo da comunidade que tanto o amava, ele foi sepultado na Capela onde trabalhou e rezou por tantos anos, ao lado da imagem de Nossa Senhora do Desterro, um símbolo da sua devoção e dedicação.
0 Comments